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Publicado em: 21/08/2014
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Curso on-line facilita o ensino de Libras

Vinicius Zepeda

Divulgação/Secretaria Especial deC&T 

               
         Alguns dos cursos de Libras on-line foram oferecidos nas Naves do
      Conhecimento, que contam com computadores para aqueles que não têm


Imagine aprender de forma simples e moderna a Língua Brasileira de Sinais (Libras), linguagem oficial dos surdos no país. Para isso, o aluno só precisa de internet de alta capacidade para baixar vídeos, um aparelho de gravação, que pode ser apenas um celular, tablet, máquina fotográfica ou simplesmente a webcam do computador. Pois é assim que alunos de licenciatura da Universidade Federal Fluminense (UFF) podem aprender Libras. “As universidades brasileiras têm uma grande oferta de habilitação em línguas estrangeiras, mas encontram sérias dificuldades para implementar em sua grade curricular o ensino de Libras”, explica Luiz Manoel Silva de Figueiredo, matemático e pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF). Para suprir, em especial, a necessidade de professores se comunicarem com alunos surdos, ele coordenou a equipe responsável pela criação de um curso on-line de ensino de Libras à distância. Desenvolvido com recursos do edital Apoio à Produção de Material Didático, da FAPERJ, o projeto facilita o cumprimento da Lei Federal 10.436, de 2002, sancionada por decreto no final de 2005 – que torna obrigatório o ensino da Língua Brasileira de Sinais nos cursos de formação de professores em instituições de educação superior de todo o país. “No entanto, ainda hoje o cumprimento dessa determinação não é nada fácil”, comenta Figueiredo.

Composto de 30 vídeo-aulas, com duas horas de duração cada, o curso aborda temas diversos, como a identidade surda; a cultura e comunidade surda, qual a diferença?; minoria linguística, o que significa?, entre outros. Tudo está disponível na Internet, no site http://www.labtec.uff.br, o que possibilita que outras instituições possam eventualmente utilizá-lo, ampliando assim seu alcance. O material também inclui uma parte que pode ser impressa, em formato *pdf.

O programa foi todo elaborado por professores surdos com experiência no ensino de Libras. “São atividades teóricas (textos) e práticas (vídeos), cada uma delas oferecida por aula. No caso dos textos, eles são corrigidos por um tutor, que escreve as coordenadas para o aluno. Nas atividades audiovisuais, a correção também é feita por meio de pequenos vídeos, gravados em tablets e celulares, e enviados pelo ambiente virtual de aprendizagem. O objetivo é ter um maior contato com a língua de sinais”, complementa.

Reprodução 
       
 Em uma das aulas, intérprete ensina professor a fazer
  uma cordial saudação – "Oi"
  – na lingua dos surdos



Coordenador do projeto, Luiz Figueiredo foi convidado pela Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia (Sect) do Rio de Janeiro para oferecer o curso nas Naves do Conhecimento – centros de ensino e educação da prefeitura, que trabalham com o que existe de mais avançado em cultura digital nas áreas de educação, entretenimento, serviços e formação profissional, além de facilitar a integração entre moradores de áreas mais carentes da cidade e os serviços  diversos.

“No ano de 2013, oferecemos o curso em seis Naves cariocas: Irajá, Vila Aliança, Santa Cruz, Madureira, Padre Miguel e Penha. Foram oferecidas 30 vagas em cada uma delas para professores da rede pública, amigos e parentes de surdos. Como muitos deles não dispõem dos recursos tecnológicos necessários, as tarefas poderiam ser realizadas nas Bibliotecas Digitais das Naves. No segundo semestre de 2014, o curso será oferecido para todas as oito Naves do Conhecimento, incluindo-se a Nave de Triagem e a Nave de Nova Brasília, no Complexo do Alemão. “Desta forma, o número aumentará para 240 novos alunos”, acrescenta. 

A implementação do projeto nas licenciaturas junto à UFF ficou a cargo de Mariana da Cunha Teixeira de Souza, mestranda em Educação Especial na universidade e participante da equipe de Figueiredo desde o começo. Ela lembra que antes da modalidade à distância, a disciplina de Libras foi oferecida apenas duas vezes, como curso de extensão, formando 700 alunos, incluindo funcionários e professores de fora da universidade. “Agora, com a modalidade a distância, temos uma média de 800 alunos por semestre. Ao todo, já formamos uma média de 3.300 alunos em dois anos, um aumento de mais de quatro vezes”, conclui Mariana.

Oferecido nos últimos períodos e concentrado em um semestre, como disciplina obrigatória para todos os estudantes das licenciaturas da UFF, o curso de Libras vai além da comodidade e da tecnologia. Seu alcance permite que futuros educadores possam habilitar-se para interagir com estudantes surdos, tanto em sala de aula quanto em atividades extraclasse e no convívio diário, servindo como uma estratégia de interesse social a serviço da educação. “Como é ministrado no final das licenciaturas, os futuros professores o cumprem como obrigatório, sem ter tempo suficiente para uma formação complementar que lhes permita conhecer todo o universo do surdo e, eventualmente, até trabalhar como intérpretes dessa linguagem. Para motivar os futuros professores a buscar o domínio absoluto de Libras, vamos passar a oferecê-lo nos primeiros semestres, o que dará mais tempo para que os futuros professores possam se interessar mais e, quem sabe, conhecer totalmente o universo dos surdos através de outros cursos complementares”, conclui.

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