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Publicado em: 24/07/2014
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66ª Reunião Anual da SBPC coloca o Acre no mapa da ciência brasileira

Débora Motta

Fotos: Nattercia Damasceno/Ufac

        
   Mesa de abertura: palestrantes e autoridades destacaram a necessidade de
    maior integração entre as regiões do País para assegurar o desenvolvimento

Com o tema "Ciência e Tecnologia em uma Amazônia sem Fronteiras", a 66 Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) vem contribuindo para redefinir o lugar do estado do Acre no mapa da ciência, tecnologia e inovação do Brasil. Durante a cerimônia de abertura do evento, realizada na noite desta terça-feira, 22 de julho, no campus da Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco, a necessidade de transpor as barreiras geográficas e culturais, em um País de dimensões continentais, para alcançar o desenvolvimento econômico e social, foi o ponto central que permeou o discurso dos palestrantes. A FAPERJ participa do evento, com estande na ExpoT&C – mostra de ciência, tecnologia e inovação que reúne todos os anos centenas de expositores, como institutos de pesquisa, universidades, agências de fomento, entidades governamentais e outras organizações interessadas em divulgar e difundir novas tecnologias, produtos e serviços (leia mais sobre a participação da FAPERJ em link ao fim da reportagem).

A presidente da SBPC, Helena Nader, destacou que a escolha do estado para sediar o maior encontro científico e tecnológico da América Latina foi um importante passo em direção a uma maior integração da C,T&I nacional. "É preciso considerar a realidade geográfica da região amazônica, que integra diversas culturas, países sulamericanos e a maior biodiversidade do planeta. A Amazônia tem uma riqueza natural que transborda as delimitações da geografia política, já que esse acervo do planeta é cada vez mais reconhecido como imprescindível à preservação das espécies vivas. É nesse imenso laboratório natural que se integra o Acre e sua capital Rio Branco, onde vamos realizar a 66 Reunião Anual da SBPC", justificou Helena.

O reitor da Ufac, Minoru Kinpara, ressaltou a importância da ciência e tecnologia para a redução das diferenças regionais. "Temos um país continental, com múltiplas realidades. A ciência e a tecnologia são imprescindíveis para o progresso do Brasil. O legado que a SBPC deixará para a Ufac é o de aproximar a ciência e tecnologia do cotidiano das pessoas". No caso do Acre, a Ufac é a única universidade pública em um estado que vem realizando um esforço para construir um modelo mais avançado de educação superior. "Estamos conscientes dessas dificuldades e do papel que a Ufac tem que desempenhar para o desenvolvimento do estado, promovendo ciência e tecnologia, somadas aos saberes tradicionais da população local", reconheceu. Nesse sentido, foram criadas nessa edição a SBPC Indígena e a SBPC Extrativista. "A proposta delas é promover o intercâmbio entre a tradição dos povos indígenas e dos trabalhadores rurais, respectivamente, com o modo científico validado pela ciência moderna, representado pela universidade."

Kinpara lembrou que esse ano tem um significado especial para a Ufac. "O ano de 2014 foi instituído, por sugestão de Marco Antonio Raupp [ex-ministro da C,T&I e presidente de honra da SBPC] como o Ano da Ciência e Tecnologia no estado do Acre. Ainda comemoramos os 40 anos de federalização da Ufac e os 50 anos de existência da universidade, que teve seu primeiro curso, o de Direito, criado em 1964. E nesse ano a universidade inaugurou seu primeiro curso de doutorado aprovado pela Capes", explicou Kinpara. Porém, 2014 também trouxe dificuldades aos acreanos, ao sofrerem com a quarta maior cheia do Rio Acre, que desabrigou oito mil famílias e deixou a cidade temporariamente isolada, sem acesso rodoviário. "Mesmo com as dificuldades de abastecimento de bens de primeira necessidade, nesse período de enchentes, nos esforçamos muito para receber os visitantes e sediar a Reunião da SBPC", completou o secretário estadual de Ciência e Tecnologia do Acre, Marcelo Minghelli.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz, justificou a escolha do tema da Reunião pela urgência em se mudar os parâmetros de desenvolvimento do País, que deve ser norteado por critérios de sustentabilidade. "Gerar emprego e renda sem destruir a floresta é um paradigma a ser perseguido. A bioeconomia é uma das fronteiras do conhecimento. A Amazônia oferece o patrimônio da biodiversidade e temos que combinar a ciência com o conhecimento regional para o nosso projeto de desenvolvimento", afirmou Campolina.

O presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Sergio Gargioni, discursou em nome das 25 FAPs (Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa) do País. "O Confap é uma peça importante no sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação, sendo responsável por um orçamento anual de aproximadamente três bilhões de reais. A Reunião da SBPC é tradicionalmente um fórum de formulação de políticas públicas e a realização desse encontro no Acre está de acordo com a meta de tornar a pesquisa um veículo para o desenvolvimento", informou Gargioni. Ele fez referência ao novo código de C,T&I, proposto pelo deputado federal Sibá Machado. "Até o fim do ano, devemos ter um novo marco legal no setor", avaliou.

 
           
      Casa cheia na abertura dos trabalhos: uma maioria de estudantes
     e pesquisadores lotou as dependências do teatro do
campus da Ufac   
Durante a cerimônia, houve a já tradicional entrega do Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica, em sua 34 edição. O repórter Herton Escobar, de O Estado de São Paulo, recebeu o prêmio na categoria Jornalista em Ciência e Tecnologia, pela sua intensa dedicação ao jornalismo científico. Criado em 1978, o Prêmio José Reis é destinado às iniciativas que contribuam significativamente para tornar a ciência, a tecnologia e a inovação conhecidas do grande público. O prêmio homenageia o médico, pesquisador, jornalista e educador José Reis.

Estiveram ainda presentes na solenidade a vice-reitora da Ufac, Guida Aquino; o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis; o vice-presidente do Senado, Jorge Viana; o deputado federal Sibá Machado; o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre Viana; a chefe da Casa Civil do Acre, Márcia Regina Pereira; a presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), Tamara Naiz; os presidentes de honra da SBPC, Marco Antonio Raupp e Ennio Candotti; além de representantes do Ministério da Defesa, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e demais autoridades e representantes da comunidade científica e tecnológica. Atrações científicas e culturais, nacionais e estrangeiras

Até o domingo, 27 de julho, o campus universitário de Rio Branco acolherá estudantes, cientistas e pesquisadores de todo o Brasil, além do público visitante local. A estimativa é que mais de dez mil pessoas circulem no local. "Contávamos com três mil inscritos nas atividades oficiais da Reunião, e esse número foi de 5.480 inscrições", informou a presidente da SBPC. A Reunião terá vários espaços de debates, palestras, conferências, minicursos, shows musicais e peças de teatro. As atrações são de acesso livre e gratuito aos visitantes.

Em uma iniciativa inédita, o evento conta com a participação de associações científicas estrangeiras. Integram essa liga para o progresso da ciência a Associação Chinesa para a Ciência e a Tecnologia (China Association for Science and Technology Cast); a Associação Europeia para a Ciência (EuroScience ES); o Congresso de Associações de Ciência da Índia (Indian Science Congress Association Isca); e a Associação Americana para o Avanço da Ciência (American Association for the Advancement of Science AAAS). Haverá, ainda, a participação de cientistas renomados da América Latina.

Nesse ano, a personalidade homenageada oficialmente no evento foi o geneticista Darcy Fontoura de Almeida, professor emérito do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O cientista, que foi presidente da Sociedade Brasileira de Genética, teve larga atuação na Unesco e morreu em 6 de março de 2014. Ele foi membro do Conselho Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no período de 2000 a 2002, representante da comunidade acadêmica. Almeida também era presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Também foram lembrados os escritores João Ubaldo Ribeiro e Rubem Alves, além de acreanos ilustres, como o seringalista Chico Mendes, o médico Adib Jatene, o cronista esportivo Armando Nogueira e o cantor e compositor João Donato de Oliveira Neto.

A próxima Reunião Anual da SBPC, em 2015, será realizada na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), em São Paulo. Na mesma semana em que ocorreu a Reunião da SBPC, foi realizado o encontro do Confap.

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