Danielle Kiffer
Foto: Divulgação/ Uezo |
Oficinas desenvolvidas em projeto têm o objetivo de familiarizar alunos com o mundo científico, além de transmitir saberes |
Para que os estudantes compreendessem melhor o assunto, foram elaboradas oficinas práticas e lúdicas, na forma de experiências vivenciadas em sala de aula. O universo dos micro-organismos foi dividido em três partes: reflexões sobre a flora residente no organismo humano e a existência de micro-organismos patogênicos ao homem; apresentação da microbiologia ambiental e seu potencial biotecnológico; e educação e química ambiental.
Mostrando que existe uma flora bacteriana residente na boca, Maria Cristina esfregava um cotonete na gengiva dos alunos e depois o passava para uma lâmina já embebida em contraste. Pela coloração azul, a existência dos micro-organismos ficava evidente. Sob as lentes de um microscópio, os estudantes também puderam ver como são as células da boca. Durante a experiência, a professora também falava sobre a importância da higienização bucal e de como as cáries, além de causar danos aos dentes, podem ser ainda mais prejudiciais, uma vez que as bactérias presentes na boca podem migrar pela corrente sanguínea e promover infecções em outras partes do corpo. "Muitos jovens sequer sabiam o que é placa bacteriana e muitos deles nunca tiveram acesso a um microscópio. Tudo isso ressaltou muito a importância do trabalho de incursão científica em escolas", ressalta Maria Cristina.
As doenças sexualmente transmissíveis (DST) também foram abordadas. Em banners, foram exibidas fotos com as principais DST, como sífilis, gonorreia, HIV e condiloma acuminado, conhecido como verruga genital e causado pelo papilomavírus humano (HPV). Para que o assunto fosse bem entendido, o grupo de jovens do projeto "Geração Saúde", da organização não governamental Luz do Sol, apresentava uma peça de teatro, enfatizando a necessidade de uso de preservativos nas relações sexuais.
O projeto também destacava os aspectos positivos dos micro-organismos, levando estudantes da Zona Oeste a oportunidade de conhecer a bioprospecção do meio ambiente, ou seja, a investigação do solo e da água em busca de micro-organismos que possam participar de processos de interesse farmacêutico, industrial ou ambiental. "Para mostrar que o solo é habitado por diferentes comunidades microbianas, realizamos uma experiência, adicionando solo enriquecido com solução nutritiva em uma garrafa do tipo PET e água. Depois de três meses de exposição ao sol, as comunidades de micro-organismos respondem ao estímulo de luz e falta de oxigênio, apresentando coloração diferente".
Outro ponto abordado nas oficinas realizadas foi a importância da preservação do meio ambiente. Estimulados a montar uma maquete, alunos e professores participantes faziam a classificação dos resíduos, enfatizando a importância de se efetuar seu tratamento, antes que fossem descartados. "Explicamos como o esgoto deve receber tratamento, submetendo a matéria orgânica presente nos resíduos a micro-organismos cultivados, que se alimentam desse material, promovendo desse modo uma limpeza e removendo grande parte da carga poluidora", explica a pesquisadora. Os alunos também fizeram uma oficina de reciclagem de materiais, aprendendo a importância dessa atitude para evitar o descarte indevido e prejuízos ao ecossistema.
"Essa, entre outras experiências, foi mais uma forma de provar a existência desses seres no solo. Essa é uma nova área e muito promissora. Até porque menos de 1% dos micro-organismos do solo são conhecidos e muitas descobertas ainda podem ser feitas. Também aproveitamos esse projeto para estimular jovens cientistas que poderão trabalhar nessa área", conclui.
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