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Publicado em: 24/07/2013
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Conferência discute as mudanças necessárias para a universidade brasileira

Débora Motta

Débora Motta 

            
      Wanderley de Souza sugeriu abertura de 
     mais cursos de tecnólogos de nível superior
 

Como é a universidade que o Brasil precisa? Partindo dessa questão, o diretor do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) Wanderley de Souza apresentou diversas propostas durante conferência realizada na terça-feira, 23 de julho, durante a 65 Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre em Recife. Com a experiência de quem tem no currículo funções como a desecretário estadual de Ciência e Tecnologia e de reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) e do Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo), Souza defendeu mudanças estruturais no sistema universitário brasileiro, como ponto central para o desenvolvimento do país. “Temos hoje 6,7mil alunos matriculados no ensino superior em todo o país, mas esse número ainda é insuficiente”, disse.

Ele destacou a necessidade de um sistema universitário que atenda às expectativas do mercado e às necessidades da população brasileira. Para isso, sugeriu a abertura de mais cursos de formação de tecnólogos de nível superior. “Os cursos tecnólogos estão mais alinhados com as necessidades do mercado e costumam oferecer aos alunos uma alta empregabilidade, como é o caso dos cursos na área de exploração do petróleo no Rio. Infelizmente, as boas universidades federais ainda se posicionam contra a criação dessa modalidade de curso superior”, afirmou.

Uma proposta polêmica levantada por Souza foi anecessidade de criação de dois sistemas universitários no Brasil, que coexistiriam com objetivos e investimentos distintos. Um seria voltado para a pesquisa de ponta, e o outro teria como meta principal o ensino. “Não há condições de todas as universidades públicas e privadas fazerem pesquisa, pelo menos pesquisa competitiva. Acredito que o caminho seria investir na pesquisa para um grupo pequeno de universidades, umas dez instituições inicialmente, de excelência. O outro grupo de instituições teria as mesmas características de uma universidade tradicional, mas sem a obrigação formal de fazer pesquisa. As universidades desse grupo poderiam ingressar no outro, com o tempo”, explicou.

Para ele, a proposta se justificaria pela necessidade de otimizar a qualidade das universidades e da pesquisa brasileiras. “Hoje temos um único sistema universitário, mediano, com alguns poucos destaques. É preciso estabelecer metas para a melhoria do sistema”, ressaltou. A proposta seria justificada pela necessidade do país de inserção internacional, em um ambiente econômico cadavez mais competitivo. “A universidade de Singapura, por exemplo, não estava nem entre as 500 melhores do mundo há 10 anos. Passou por um planejamento e teve mudanças,como a atração de professores com prêmio Nobel e a criação de laboratórios, e hoje ocupa a 23 posição no ranking mundial da Thomas Reuters, de 2012”, citou.

Outra questão apresentada por Wanderley que dividiu opiniões durante a conferência foi a necessidade de mais flexibilidade na escolha dos gestores universitários. Ele propôs o fim da eleição direta para eleger reitores e chefes de departamentos. “No Brasil temos uma cultura de autonomia universitária, como se a universidade fosse uma república independente pautada pela democracia, e pelas eleições diretas para esses cargos. Mas nem sempre as eleições diretas representam meritocracia. A universidade deve priorizar o mérito acadêmico, mas aliado à capacidade de gestão e experiência nessa área”, disse.

Mas além de mudanças estruturais na gestão, a melhoria da universidade brasileira passa pelo aporte de recursos. “Sobre a importância das agências estaduais de fomento à pesquisa para a universidade brasileira, Souza ressaltou a atuação da FAPERJ no estado do Rio de Janeiro. “A FAPERJ, muitas vezes, é a salvação da ciência no estado.Nos últimos anos, em diversos momentos nos quais o fluxo de recursos federais foi escasso, restou à Fundação a responsabilidade de fomentar a pesquisa fluminense”, concluiu.

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