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Publicado em: 20/06/2013
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Para que o turismo vindo de grandes eventos gere benefícios à sociedade

 Divulgação/Governo Federal

           
      Para os pesquisadores, a falta de estudos e indicadores é um grande
        obstáculo ao planejamento e avaliação dos impactos do turismo


O Brasil, e em especial o estado e a cidade do Rio de Janeiro, tem acompanhado, desde o domingo passado, a Copa das Confederações – evento que, além do Brasil, reúne os sete campeões das confederações de futebol mundial e acaba servindo como teste para os observadores da Federação Internacional de Futebol (Fifa) com vistas à realização da Copa do Mundo de 2014 em terras brasileiras. Entre os dias 23 e 28 de julho, a Cidade Maravilhosa receberá jovens católicos de várias partes do mundo para participar da Jornada Mundial da Juventude. Apesar da conhecida simpatia do povo carioca e das belezas naturais da cidade, ainda falta muito para que os investimentos em infraestrutura resultem em mudanças que preparem o Rio para receber os turistas que assistirão aos três eventos – mais os que chegarão para os Jogos Olímpicos de 2016 – e ainda reflitam em benefícios para a sociedade brasileira. O alerta é do professor Marcello Tomé, pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF), que junto com seus colegas Osíris Marques e João Evangelista Monteiro coordena o projeto de criação do Observatório do Turismo do Rio de Janeiro. A iniciativa vem sendo desenvolvida com apoio do edital Pensa Rio, da FAPERJ.

Para os pesquisadores, a falta de estudos, pesquisas e indicadores que possam orientar gestores públicos e privados é um grande obstáculo ao planejamento e avaliação dos impactos do turismo no estado. Assim, a equipe coordenada por Osíris Marques, que conta com professores e estudantes de turismo, hotelaria e administração, desde o último domingo, 16 de junho, vem desenvolvendo, em tempo real, uma pesquisa com os turistas que vieram assistir à Copa das Confederações. “Estamos realizando 400 entrevistas no entorno do Maracanã, além de outras 100 com jornalistas que cobrirão o evento, para traçar o perfil dos turistas  nacionais e estrangeiros, quanto aos gastos com hotelaria, alimentação, transporte, telecomunicações e compras. A ideia é de que possamos apresentar ao empresariado e ao poder público um panorama do impacto desses visitantes sobre a cadeia produtiva da cidade”, explica Marques. “Temos dez alunos treinados aplicando um questionário em tablets e um software de aferição de dados e resultados on-line e em tempo real, o que nos dará rapidez para que, no máximo em uma semana após o evento, já possamos divulgar o resultado”, acrescenta.

Segundo Tomé, o maior problema de infraestrutura na cidade do Rio de Janeiro se refere à questão dos transportes. “Nossa mobilidade urbana é incapaz de responder de maneira eficiente até mesmo ao cotidiano da população. Imagine, então, com o fluxo dos turistas que estarão chegando”, questiona o pesquisador. Ele explica que, por enquanto, a solução encontrada pelos governantes foi decretar feriado ou ponto facultativo durante os eventos. “A recomendação é para que as pessoas fiquem em casa e só saiam às ruas se for extremamente necessário, evitando maiores transtornos”, fala.


Divulgação/UFF 
     
 João Evangelista (E), Osíris Marques e Marcello Tomé 
coordenam o Observatório do Turismo do Rio de Janeiro   

Em julho, será a vez de João Evangelista coordenar outro estudo, dessa vez com os turistas que participarão da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). A pesquisa é a mesma que a que vem sendo desenvolvida durante a Copa das Confederações, com as adaptações necessárias aos participantes da JMJ, composto em sua maioria por jovens. “Vale destacar que esse público possui um poder aquisitivo bem menor e, em sua enorme maioria, ficará hospedado em casas de família ou mesmo em escolas e instituições ligadas à Igreja”, destaca Evangelista. Ele chama a atenção para uma aluna que participará da pesquisa como entrevistadora e também como rica fonte de dados. “Por ter uma família bastante religiosa e morar numa casa em Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense, ela hospedará 20 pessoas”, complementa. Além disso, Marques lembra ainda que, em reportagem publicada recentemente no jornal O Globo, a Zona Oeste da cidade do Rio, por estar próxima de onde o papa Francisco realizará uma de suas missas e possuir uma grande quantidade de casas – com mais espaço para acomodar turistas do que os apartamentos da Zona Sul e Norte da cidade –, concentrará o maior número de jovens vindos para a jornada.

Outra pesquisa será feita em parceria com a Secretaria Estadual de Turismo (Setur) e levantará o perfil dos taxistas da cidade do Rio de Janeiro. “Verificaremos o nível de qualificação e de informação desses profissionais, suas maiores carências, principais demandas e seu nível de conhecimento em relação à cidade”, explicam os pesquisadores. Segundo eles, a ideia é utilizar os dados para subsidiar programas e políticas públicas para qualificar a categoria.

Nos próximos 30 dias, o site do Observatório do Turismo do Rio de Janeiro estará no ar e já deverá trazer os resultados da pesquisa realizada durante a Copa das Confederações. “Além de um canal de interlocução junto à população, ao poder público e ao empresariado, no qual apresentaremos os resultados de nosso trabalho, o site exibirá ainda um boletim eletrônico com os resultados de nossas pesquisas, que a princípio será semestral, mas, até 2015, deverá tornar-se trimestral”, afirma Marcello Tomé. O pesquisador destaca ainda que a página eletrônica reunirá entrevistas com importantes figuras do empresariado fluminense e nacional sobre o turismo. Em tempos de manifestações por melhores condições de saúde, educação e ética no país, qualquer iniciativa que busque incentivar o turismo de maneira a contribuir para a melhoria de vida da população, com certeza, é muito bem-vinda...

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