Vilma Homero
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Em vez de tubetes, ecorrecipientes usam materiais sustentáveis em fôrma com cavidades onde crescem mudas |
São jatobás, ipês, braúnas e jequitibás para a recuperação florestal de áreas extensas no estado. "Para os Jogos Olímpicos, a meta do governo do estado é organizar o plantio de 26 milhões de mudas de espécies nativas para recuperar áreas no entorno das unidades de conservação, parques estaduais e áreas de mata ciliar, até o final de 2015." A ideia é que a realização dos jogos seja neutra em emissões de gases de efeito estufa. E é aí que entram as árvores, como forma de capturar carbono e neutralizar esses gases. "Os projetos que vêm sendo desenvolvidos pela prefeitura e por empresas, como Petrobras, grupo MMX e Michelin, contribuirão com essas metas, oferecendo esse tipo de contrapartida", explica Busato.
Para a Signus Vitae, o principal ganho proposto é uma simplificação operacional. "Em vez de plantar as sementes em tubetes de plástico, que precisam ser retirados quando a muda é passada para as áreas de plantio, causando estresse à planta e perda de raízes, estamos criando os ecorrecipientes", explica Busato. Ou seja, recipientes degradáveis que podem ser plantados junto com a própria muda.
Como explica o empreendedor, os tubetes de plástico precisam ser reaproveitados, já que significam algo entre 3% e 10% do custo de produção. Para isso, no entanto, precisam ser recolhidos do campo e desinfetados para evitar pragas. "Além de dispensar essa operação de transferência de mudas, tornando o processo mais fácil e mais rápido, também diminuímos as possíveis perdas." Na prática, isso significa que os tubetes são substituídos por placas de substrato – cuja composição está sendo definida –, que recebem as sementes. "É como um tapete verde, com pequenas células individuais. Cada uma delas recebe sementes, que logo se desenvolvem em plântulas, que são as sementes já germinadas", explica Luiz Carlos.
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Em uma única placa, produzida com materiais, como bagaço de cana, podem ser desenvolvidas inúmeras plântulas |
Atualmente em escala pré-piloto, a empresa vem testando a composição do substrato, tanto como uma única placa, no formato de tubetes e em células – pequenos blocos que podem preencher formas plásticas com pequenas cavidades, num formato semelhante ao de embalagem de ovos. Para isso, o trabalho conta com a parceria de uma empresa de design. "O bagaço de cana, por exemplo, serve para fazer volume e receber adubo de liberação lenta", explica. Ele afirma ainda que o bagaço pode ser acrescentado à mistura de vermiculita, terra e casca de arroz carbonizada, habitualmente usada. Há outros componentes também em teste.
Já o látex ou outro agente entram junto com a fibra de coco para conferir resistência ao material. "Com isso, ele se torna mais compacto e não se desmancha ao ser manuseado. Estamos procurando viabilizar um tipo de material que seja ainda mais barato, algo que fique a um custo de apenas 70% ou 80% do valor do tubete."
O próximo passo é começar a produzir em escala piloto para teste. "Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no Brasil, são produzidos entre 100 e 150 milhões de mudas por ano. No Rio de Janeiro, esse número, segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), fica em torno dos 5 milhões. Portanto, nossa expectativa é vender 4 milhões de ecorrecipientes por ano." Capacidade para isso ele têm, em seu viveiro instalado em Piraí.
Para Busato, essa é uma meta perfeitamente viável. "Num viveiro, pode-se produzir 5 milhões de mudas. Se tivermos o produto certo, com competitividade econômica e escala para atender a demanda, temos mercado garantido. Já há inclusive parceiros interessados em nossos produtos."
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