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Publicado em: 23/09/2010
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Clássicos da Coleção Brasiliana ganham versão digital de livre acesso


Débora Motta

                                                                          Reprodução
    

    Brasiliana Eletrônica: portal oferece acesso gratuito a
   
 obras consideradas fundamentais para entender o Brasil 

Pouco depois da Revolução de 1930, que levou ao poder o presidente Getúlio Vargas e deu fim ao revezamento político entre as oligarquias rurais da República Velha, a intelectualidade brasileira passou a contar com um valioso  acervo para compreender melhor o país: a Coleção Brasiliana. A vasta coleção de 415 obras foi publicada entre 1931 e 1993 pela Editora Companhia Nacional,  dentro de uma série mais ampla, intitulada Biblioteca Pedagógica Brasileira. Ela reunia autores de diversas formações, que se debruçaram sobre a formação brasileira – entre eles, Rui Barbosa, Visconde de Taunay e João Pandiá Calógeras. Agora, os clássicos que foram referência para várias gerações estão de volta, mas dessa vez no mundo virtual.

Aos poucos, eles estão ganhando versões digitalizadas – e o melhor – de   acesso gratuito aos internautas, graças a uma iniciativa da Universidade   Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com o objetivo de facilitar o acesso de  estudantes e pesquisadores a esse rico material, o portal Brasiliana Eletrônica  (www.brasiliana.com.br) já disponibiliza, até o momento, 85 obras digitalizadas. "Digitalizar esses livros de difícil acesso é fundamental para resgatar esses autores e colocá-los à disposição do público e da comunidade acadêmica, já que a versão impressa só está disponível em algumas  bibliotecas públicas", ressalta o editor chefe do portal, o historiador Israel  Beloch.

No portal, todas as obras são apresentadas em duas versões: o fac-símile das edições originais no formato e-paper – que oferece ao leitor o prazer de visualizar página por página do texto, com a grafia da época preservada – e o texto correspondente aos originais, mas atualizado de acordo com os padrões estabelecidos pela nova reforma ortográfica. Este oferece como vantagem, em relação aos antigos impressos, a facilidade dos recursos computacionais de edição.

Versatilidade digital

O texto atualizado pode ser selecionado, transcrito e transposto ("recortado, copiado e colado", no jargão da informática), respeitadas as regras de citação, para estudos escolares e acadêmicos. Além dessa vantagem, algumas obras que já estão no portal trazem apresentações críticas de especialistas sobre o significado do livro e uma biografia sobre o autor, para que o leitor tenha uma contextualização histórica. "A ideia é acrescentar esses textos introdutórios em todos os volumes da coleção on-line", conta o pesquisador.

 Reprodução
    
   Fácil navegação: formato e-paper das obras
   permite o manuseio digital página por página

O projeto tem o apoio conjunto da FAPERJ, da Secretaria de Educação à Distância do Ministério da Educação, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Fundação Universitária José Bonifácio (Fujb). O esforço coletivo é compreensível. Realizar essa empreitada é um trabalho minucioso e longo, realizado por uma equipe de 15 profissionais.

Primeiro, os livros passam por um processo de digitalização. Depois, um programa de computador faz um reconhecimento ótico dos caracteres e transforma as imagens em texto. A última fase, de revisão, padronização e atualização ortográfica, leva cerca de dois meses por livro. "A expectativa é completar a digitalização de todos os 415 exemplares ao longo dos próximos dois anos", prevê Israel, que trabalha com o editor adjunto Sergio Lamarão e com o coordenador do projeto, o professor Carlos Bernardo Veiner.

Relatos raros

A coleção é multidisciplinar. Ela abrange as principais áreas do conhecimento, da História à Antropologia e da Ciência Política à Geografia, passando pela Sociologia à Linguística e pela Economia às Ciências Naturais. Entre os autores da coleção – nacionais e estrangeiros do século XIX e analistas dos anos 1930 –, destacam-se os viajantes europeus que percorreram o país principalmente no século XIX e registraram as impressões de suas expedições.

O Diário de uma viagem ao Brasil, escrito entre 1821 e 1823 pela inglesa Maria Graham (1785-1842), é um dos textos de viajantes disponíveis no portal. Com observações sobre a vida social do Rio de Janeiro à época, ele é um dos raros relatos históricos publicados no século XIX por uma mulher. Outro relato interessante é Tratado Descritivo do Brasil em 1587, escrito pelo navegante português Gabriel Soares de Sousa (1540-1591). Este é o texto mais antigo disponível no portal. "As obras continuam atuais devido ao seu caráter documental", conclui Israel.

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