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Publicado em: 29/05/2008
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Há luz e água limpa no fim do cano

Roni Filgueiras

Despoluir o Rio Paraíba do Sul e incentivar o desenvolvimento auto-sustentável da região do Vale do Paraíba. Um sonho cada dia mais próximo da realidade, se depender de Alexandre Rodrigues Torres, professor do Campus Regional de Resende da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Coordenador da pesquisa “Degradação de poluentes por fotocatálise”, financiada por FAPERJ, Finep e CNPq, Torres desenvolve há oito anos um método para despoluir a água usada nos processos industriais, transformando-a em H20 (água) e C0(dióxido de carbono). “A fotocatálise emprega como catalisador (agente responsável pela aceleração de uma reação, neste caso, a de degradação de poluentes) o dióxido de titânio", detalha o cientista. "A fonte de energia que promove esta reação é a luz. O efluente, ou seja, a água contaminada, passa pelo reator (um tubo especial), onde há uma fonte de luz e também o catalisador". O resultado no fim do túnel, ou do tubo, é: água limpa. A fotocatálise já está em fase de testes em algumas indústrias da região, despoluindo os efluentes líquidos antes de devolvê-los aos rios.

O que acontece, afinal, neste método, conhecido como polimento físico-químico? “A energia da luz é absorvida pelo catalisador que devolve ao sistema o líquido em forma de energia eletroquímica, usada na degradação das moléculas de poluentes”, explica Torres. “Imagine uma molécula bem grande, ela é quebrada até ser transformada em água e C02”, detalha. Mas o dióxido de carbono (gás responsável pelo efeito estufa), liberado durante este processo, não afetaria a atmosfera? Torres garante que o impacto dele é muito menor do que a molécula poluente destruída.

Outra vantagem da fotocatálise em relação a outros métodos de purificação é que ele consegue degradar moléculas poluentes mesmo em baixas concentrações. “Tomemos como exemplo uma indústria farmacêutica que libera como subproduto um composto cancerígeno. Este composto está em baixa concentração e os outros métodos de degradação são ineficientes para eliminá-lo. A fotocatálise consegue destruí-lo, mesmo em baixa concentração”, garante o pesquisador.

A fotocatálise possibilita o polimento da água, tornando-a superlimpa, eliminando componentes orgânicos, como fenol e benzeno. O resultado é a decomposição desses componentes em água e dióxido de carbono. “Os outros métodos de controle ambiental, como o tratamento microbiológico, de lodos ativados, não elimina essas moléculas porque normalmente não são biodegradáveis. A fotocatálise é usada em associação com processos tradicionais e, breve, se conseguirá usar a água em circuito fechado”, prevê Torres que diz que essa tecnologia não está disponível no país, apenas no exterior. A Uerj está desenvolvendo a tecnologia no Brasil com um grupo de pesquisadores que, lembra Torres, se originou na UFRJ, no programa de engenharia química da Coppe. Além de Torres, fazem parte da pesquisa Denise Godoy, Jacques F. Dias, Sérgio M. Correa e Elaine F. Tôrres e alunos de engenharia de produção de Resende.

A longo prazo, a idéia é substituir a luz da lâmpada pela luz solar, o que tornará o método mais barato e competitivo no mercado. A previsão é chegar a um catalisador com energia natural até 2013. “Está se tentando fazer isso no mundo inteiro, ou seja, criar catalisadores que façam a degradação a partir da luz visível. Será barato em relação aos métodos tradicionais. Hoje, o processo é competitivo em alguns casos. Já estudamos todos os fenômenos envolvidos e vamos passar para esta fase do reator solar nos próximos cinco anos”.

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