Um oceano de oportunidades para o desenvolvimento

Por Ascom Faperj / Rio Pesquisa - Ano 11 - nº 42 - Abril 2018

Evento foi o primeiro passo para a instalação de um polo de monitoramento do Oceano Atlântico, conectando tecnologias de águas profundas a tecnologias espaciais por meio de uma cooperação global entre América Latina, Europa, África e EUA

Um workshop realizado no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na segunda metade de fevereiro, colocou em debate novos conhecimentos sobre mudanças climáticas e questões relacionadas ao oceano Atlântico. Organizado pela UFRJ e pela FAPERJ, o evento Rio 2018 Atlantic Interactions representou um primeiro passo para a instalação de um polo do Atlantic International Research Center (AIR Center) no estado do Rio de Janeiro. A iniciativa visa promover o estudo e monitoramento do Atlântico Sul, conectando tecnologias de águas profundas a tecnologias espaciais por meio cooperação científica entre pesquisadores da América Latina, Europa, África e Estados Unidos.


Na cerimônia de abertura, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, Manuel Frederico Tojal de Valsassina Heitor, fez uma apresentação sobre os principais pontos do programa. Estavam presentes Paulo Ferrão, presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia de Portugal (FCT); Roberto Leher, reitor da UFRJ; José Carlos Pinto, diretor do Parque Tecnológico da UFRJ; Ricardo Vieiralves de Castro, presidente da FAPERJ; Augusto C. Raupp, subsecretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro; Andrei Polejack, coordenador geral de Oceanos, Antártida e Geociências do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC); entre outros participantes.


À ocasião, o presidente da FCT de Portugal, Paulo Ferrão, e o presidente da FAPERJ, Ricardo Vieiralves de Castro, assinaram um memorando para o financiamento de recursos humanos no Rio de Janeiro e em Portugal para a realização de um intercâmbio de pesquisadores entre os dois países. De acordo com Vieiralves, o documento é fundamental para confirmar o interesse do Rio de Janeiro em receber o AIR Center e promover a troca de conhecimentos entre pesquisadores. “A partir de agora, iremos começar a atuar para atingir, pouco a pouco, os objetivos do AIR Center. Esse é um trabalho de longo prazo e extrema importância e temos, no nosso estado, um amplo número de cientistas gabaritados que vêm pesquisando mares e oceanos há muito tempo. De início, pretendemos montar uma rede de pesquisadores, com financiamento da FAPERJ e um mínimo de burocracia possível”, disse o presidente da FAPERJ.


Vieiralves também enfatizou a importância da ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento do estado. “O Rio de Janeiro vem passando por uma crise nos últimos dois anos e a principal lição que aprendemos é que o estado precisa diversificar suas atividades econômicas para se reerguer. Em minha opinião, a melhor forma de fazer com que essa diversificação aconteça é por meio do investimento em ciência, tecnologia e inovação”, complementou.


O diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, José Carlos Pinto, enfatizou o interesse daquela instituição a acolher o Centro. “Estamos muito motivados a participar dessa iniciativa e de braços abertos para receber a instalação de um polo do AIR Center num futuro próximo”, informa José Carlos.


Durante o evento, o ministro português Manuel Heitor destacou que desenvolvimento econômico, tecnológico e social só é possível através do conhecimento e da criação de uma agenda científica inclusiva. “Criar e transformar o oceano Atlântico num centro de desenvolvimento social e econômico só é possível com mais conhecimento. O desafio que estamos partilhando com o Brasil e países da América Latina, África, Europa, além de uma série de instituições norte-americanas, é desenvolver uma agenda que seja inclusiva e que consiga reunir instituições científicas, pesquisadores, empresas e governos”, explicou o ministro.


O evento também contou com a participação de pesquisadores, representantes da Universidade do Minho (Portugal), universidades e centros de pesquisa do estado do Rio de Janeiro, Carnegie Mellon University, Marinha do Brasil, Petrobras, laboratórios da Coppe/UFRJ e empresas residentes do Parque Tecnológico da UFRJ. Além da criação do AIR Centre Data Intelligent Network, foram debatidos temas como o desenvolvimento e a integração de tecnologias espaciais e oceânicas, ciência dos dados, estratégias de novos negócios intensivos em conhecimento no contexto das interações atlânticas, políticas públicas e cooperação entre União Europeia e Brasil. No final, os participantes foram convidados a conhecer o Laboratório de Tecnologia Naval e Oceânica da Coppe, localizado no Parque Tecnológico da UFRJ.