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Publicado em: 14/11/2013
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Labator: espaço de estudos da cena e dos processos criativos do ator

Danielle Kiffer

 Foto: Divulgação/UFRJ

     

 Performance produzida no Labator:
esvaziamento do palco

 

Basta apenas um ator e um espectador para que o teatro aconteça. Essa é uma das ideias sobre a noção de espaço vazio formulada pelo diretor de teatro inglês Peter Brook, ao longo de mais de cinco décadas de trabalhos teatrais, que, aliada ao estudo da poética lacunar de Anton Tchekhov está entre os princípios que fundamentaram o desenvolvimento do Laboratório de Processos do Ator (Labator). Criado pela professora do curso de Artes Cênicas da Escola de Belas Artes (EBA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Larissa Elias, o Labator, é fundamentalmente um espaço para estudos práticos de cena e dos processos criativos do ator, além de lugar para estudos de metodologias de ensino de teatro, de produção de experimentos cênicos e perfomáticos e de reflexões.

"No Labator, reunimos prática e teoria, pesquisa de processos de criação e também produção teatral", explica Larissa Elias. A partir do projeto "Obras-em-confronto: processos da cena, processos do ator", que teve o apoio da FAPERJ por meio do Auxílio à Instalação (Inst), o Labator produziu seu primeiro experimento cênico em 2013. A performance, intitulada A gaivota – Arkadina – Nina – Macha, baseia-se na reunião de diversas metodologias, entre elas o método das ações físicas, desenvolvido por Konstantin Stanislavski, com desdobramentos nas pesquisas do encenador polonês Jerzy Grotowski. A performance foi resultado dos estudos da peça A Gaivota, do dramaturgo e contista russo, Anton Tchekhov, e das anotações de Stanislavski para a montagem que fez da peça em 1898.

"Durante um ano, eu e três atrizes, estudantes da EBA e bolsistas do projeto, produzimos essa experimentação cênica, com exercícios de treinamento de corpo e de voz, improvisação, leitura e seleção de textos da obra", conta. Larissa e seus alunos também estudaram materiais referentes ao Teatro de Arte de Moscou (TAM) – cuja identidade se vincula às suas produções dos textos de Tchekhov. "Reuni Tchekhov e Brook a partir de um elo muito interessante, que é a tensão entre os diversos aspectos em que se desdobra a noção de espaço vazio e a forma espaçada e fragmentada da escrita tchekhoviana. Apesar da ordem cronológica aparente, os textos de Tchekhov parecem obedecer a uma outra lógica, de pensamentos, de sensações, de inquietações, de dores, de recordações, de paisagens e imagens intraduzíveis, que não correspondem nem à ordem cronológica da ação presente que se desenvolve no texto, nem à repetição estrita das palavras escritas. Essa tensão é fundamental para o processo cênico", explica. A performance A Gaivota – Arkádina – Nina – Macha foi apresentada durante a I Semana de Artes Cênicas da EBA e na 35a Jornada de Iniciação Científica, Tecnológica Artística e Cultural da UFRJ, em que foi selecionada como finalista e recebeu Menção de Incentivo do Centro de Letras e Artes (CLA) da UFRJ.

Depois do sucesso obtido com a primeira obra, Larissa e os estudantes vinculados ao Labator estão preparando uma outra produção a ser apresentada em março de 2014. Desta vez será Os Dois Tchekhov, baseada na montagem feita pelo ator e diretor Enrique Díaz sobre a obra A Gaivota e no texto do próprio Tchekhov. "Será a nossa leitura sobre a leitura de Díaz sobre a dramaturgia do autor russo. Por isso, a intitulamos de Os Dois Tchekhov. Esse título é uma citação de um artigo de Maiakóvski sobre Tchekhov", diz.

Em 2013, o Labator também produziu o evento "Peter Brook: visualidades, teatralidades e esvaziamentos da cena", constituído de uma breve mostra de filmes de Peter Brook e de mesas-redondas, cujas discussões giraram em torno das relações entre teatro, cinema e espaço teatral. Participaram das mesas, os professores da EBA Angela Leite Lopes e Ronald Teixeira; Gabriela Lírio, da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ; e Vanessa Teixeira de Oliveira, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). Para o futuro, Larissa espera que o Labator se consolide como um espaço permanente de pesquisa e de produção teatral, agregando alunos não somente das artes cênicas da EBA, mas também de outros cursos. "E que nele possam ser produzidos diversos estudos de relevância para a arte teatral e para a arte em geral."

 

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