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Publicado em: 12/09/2013
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Pesquisadores desvendam mecanismo que pode tornar as células cancerosas

Débora Motta

 

                                                                          Divulgação/UFRJ
      
   Os pesquisadores do IBqM/UFRJ Jerson Lima Silva; Yraima Cordeiro
   e Guilherme Oliveira: investigando bioquímica relacionada ao câncer

O caminho para a produção de novos fármacos para tratamento ou prevenção de doenças passa pelo conhecimento das características das células humanas. Partindo dessa premissa, pesquisadores do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBqM/UFRJ) desvendaram um novo mecanismo molecular relacionado ao câncer, especificamente à leucemia mieloide crônica – a falta de uma proteína na membrana celular pode tornar as células malignas. O projeto é desenvolvido pelo bioquímico Guilherme A. P. de Oliveira, que integra a equipe coordenada pelo diretor científico da FAPERJ, Jerson Lima Silva, que também está à frente do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Biologia Estrutural e Bioimagem (Inbeb).

 

Contemplado pela Fundação com o programa de Apoio ao Pós-Doutorado no Estado do Rio de Janeiro (PAPD-RJ), o projeto resultou em um artigo científico que ganhou destaque recentemente no site do prestigiado periódico americano Journal of Biological Chemistry (http://www.jbc.org/content/early/2013/08/08/jbc.M113.500926.abstract), como “Paper of the week”, e será publicado na capa da edição impressa de outubro.

 

No Laboratório de Termodinâmica de Proteínas e Estruturas Virais, os pesquisadores observaram o comportamento bioquímico da proteína c-Abl e sua relação com o surgimento da leucemia mieloide crônica. Quando as células estão saudáveis, a c-Abl costuma migrar para a membrana celular, onde se ancora. Um pequeno trecho localizado no início da proteína é responsável por essa fixação em regiões específicas da membrana. Em outras palavras, em condições normais, essa proteína é importante no processo de morte natural das células, que são programadas para se destruírem, no processo conhecido por apoptose, quando ela migra para a membrana celular.

 

 Divulgação/UFRJ
         
 A proteína c-Abl (em verde), observada com
 microscópio confocal: objeto de estudo na UFRJ
No entanto, os professores do IBqM/UFRJ perceberam outro comportamento para essa mesma proteína no caso das células cancerosas: elas não morrem e continuam a se multiplicar sem parar. “No caso das células cancerosas, a proteína c-Abl perde um segmento. Por isso, ela não consegue migrar e perde sua capacidade de se ancorar na membrana. A perda de um trecho da proteína impede que ela mude sua localização no interior da célula, que, assim, não consegue morrer naturalmente”, explicou Oliveira. Nesse contexto, a célula começa a se multiplicar de forma descontrolada e se torna maligna, levando ao surgimento da leucemia.

    

O diferencial do trabalho da equipe está na investigação dessa relação ainda pouco conhecida pelos cientistas entre a localização da proteína c-Abl no interior celular e o surgimento da leucemia, por métodos da biologia molecular e estrutural. Para Jerson Lima Silva, o projeto aponta uma nova fronteira de pesquisa que, no futuro, pode resultar na produção de fármacos para o tratamento e a prevenção da leucemia, e talvez de outros tipos de câncer. “Uma das drogas mais eficientes para o combate à leucemia atualmente é o imatinibe, mas durante seu uso o organismo passa a apresentar resistência, o que inibe o efeito do tratamento”, explicou. E foi além: “É importante buscar novos alvos, com base no comportamento bioquímico das moléculas, como é o caso da observação da dinâmica dessa proteína que estudamos”, destacou.

 

Para os cientistas, investigar melhor esse mecanismo molecular é o início de um longo trabalho. Chegar a uma nova terapia contra a leucemia, com base nesse conhecimento, é um processo demorado, mas que pode ser a chave para apontar soluções mais eficazes para a doença no futuro. Além de Guilherme Oliveira e de Jerson Lima Silva, participam da equipe empenhada na pesquisa a Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ, Ana Paula Valente, do Centro Nacional de Ressonância Magnética Nuclear da UFRJ; Yraima Cordeiro, professora da Faculdade de Farmácia e Jovem Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ; Giulia Diniz da Silva, bolsista de Iniciação Científica e estudante de Farmácia da UFRJ; e Elen Pereira, doutoranda em biologia estrutural da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).

 

 

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Biomarcadores: avanço no diagnóstico e prognóstico de doenças hematológicas (http://www.faperj.br/interna.phtml?obj_id=8882)

 

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