Débora Motta
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A intensa troca de informações entre as nações coloca a profissão de tradutor em alta no mercado |
De acordo com a professora e coordenadora da iniciativa, o escritório modelo, que recebeu o nome da poetisa carioca Ana Cristina César (1952-1983), conta com o trabalho de estagiários de Letras da Uerj, sempre supervisionados por professores especializados. No local, a equipe oferece serviços de tradução para o inglês, francês, espanhol, italiano e alemão, e, em breve, japonês e grego moderno. “O escritório foi criado em 1999, para suprir a necessidade de tradução de textos do português para diversas línguas estrangeiras, e vice-versa, de vários institutos da Uerj, das mais diversas áreas do conhecimento”, conta Maria Aparecida.
O estabelecimento do escritório modelo trouxe vantagens para além do serviço de tradução profissional, que contempla a produção acadêmica da universidade e de fora da Uerj, em perspectiva extensionista. As atividades desenvolvidas no escritório atendem ao tripé ensino, pesquisa e extensão. “Em relação ao ensino, a implantação do escritório teve como desdobramento a criação das disciplinas eletivas específicas na área de tradução, denominadas Introdução aos Estudos de Tradução I e II. Elas entraram nas grades curriculares dos cursos de Letras, com habilitações em inglês, francês, espanhol, italiano e alemão”, destaca a coordenadora do projeto.
A pesquisa em Letras na Uerj também ganhou novos contornos com o projeto, em estreita relação com o programa de pós-graduação. Junto com o Centro de Produção (Cepuerj), onde os alunos e professores dedicam-se à prática de traduzir, o escritório modelo conta com o Centro de Pesquisa e Planejamento – Estudos Interculturais. “O centro, que promove a pesquisa em tradução, abriu novas perspectivas para os estudos do curso de Letras da universidade. Ele ajudou a inserir o corpo docente em novos campos da produção acadêmica, com a produção de artigos na área e a participação em congressos em tradução”, explica ela, citando parcerias internacionais com universidades de ponta, como as de Varsóvia, de Londres e o Dartmouth College, nos Estados Unidos, para troca de informações acadêmicas. Esta última pertence ao grupo das Ivy Leagues, isto é, as oito instituições mais tradicionais e de maior prestígio naquele país.
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A coordenadora do escritório modelo de tradução da Uerj, Maria Aparecida Salgueiro: pioneirismo entre as universidades públicas |
Especializada ainda em literaturas afroamericana e afrobrasileira, Maria Aparecida desenvolve, no Centro de Estudos Interculturais, pesquisas sobre as obras de escritoras representantes da literatura negra dos Estados Unidos, entre elas Toni Morrison e Alice Walker, e em perspectiva comparada, do Brasil, como Conceição Evaristo e Miriam Alves.
Além das pesquisas coordenadas por ela, outro destaque do Centro é um grupo de pesquisa na área de tradução que já teve vários de seus produtos publicados no exterior, como as dissertações de Rodrigo Alva e da doutoranda Renata Thiago Pontes, ambos da Uerj; e da doutoranda Marcela Iochem Valente, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
De acordo com Maria Aparecida, que é professora do Departamento de Línguas Anglo Germânicas do Instituto de Letras da universidade, o apoio da Fundação ao escritório modelo foi fundamental para melhorar a infraestrutura local e dar continuidade ao projeto. “O apoio da FAPERJ foi decisivo. O escritório foi montado com verba da Uerj em 1999, mas depois era necessário mantê-lo e atualizar a bibliografia, além de adquirir computadores e softwares. Isso foi possível com o apoio da Fundação”, conta a coordenadora. “O tradutor, no Brasil, ainda carece de reconhecimento profissional e a Uerj foi pioneira na área entre as universidades públicas do estado do Rio de Janeiro”, justifica.
Além da coordenadora e pesquisadora Maria Aparecida Salgueiro, a equipe do escritório modelo de tradução da Uerj é formada por docentes supervisores e bolsistas, como Anna Carolina Caramuru, bolsista de apoio técnico e mestre pela Uerj em Teoria da Literatura e Literatura Comparada; a pós-doutoranda com bolsa Apoio ao Pós-Doutorado (PAPDRJ) Susana Fuentes; e a bolsista do programa de Treinamento e Capacitação Técnica (TCT), da FAPERJ, Aline Deyques.
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