Débora Motta
Débora Motta |
Ildeu Castro e Roseli Lopes debateram formas de promover a curiosidade científica junto aos jovens |
"A realização de feiras científicas, como a Febrace, ajuda a disseminar o espírito de investigação nas escolas, para que cada aluno perceba que ele faz parte do desenvolvimento cientifico e tecnológico. Qualquer estudante ou professor pode descobrir e aprimorar tecnologias", disse Roseli. A Febrace, criada em 2002, tem como objetivos atrair estudantes para carreiras científicas e tecnológicas e promover a divulgação científica entre os alunos. Anualmente, jovens talentos pré-universitários de todos os estados do País representam as suas habilidades, criações e produções em C&T.
Para a professora, um problema recorrente entre os estudantes brasileiros é a dificuldade de aprender de forma definitiva, e não apenas para passar de ano. "Saber informações sobre ciências é diferente de saber ciência e de ser capaz de aplicar conceitos científicos em diversos contextos. Uma avaliação da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, com estudantes de 15 anos mostrou que, no Brasil, o desempenho dos estudantes ainda está relacionado a decorar e reproduzir conteúdos de livros, sem saber interpretá-los realmente", destacou.
Roseli citou algumas competências desejáveis para que a aprendizagem produza um conhecimento real, para toda a vida. "É importante dominar a comunicação na língua materna, a comunicação em línguas estrangeiras, ter competências matemáticas, científicas e tecnológicas, e digitais. Também é importante aprender a aprender de forma correta, desenvolver competências sociais e cívicas, ter espírito de iniciativa e empreendedorismo, e ter sensibilidade a expressões culturais, para saber respeitar a diversidade das culturas", apontou.
O professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ildeu de Castro Moreira, que também é diretor do Departamento de Popularização de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), complementou a exposição de Roseli quanto às habilidades necessárias para aprender. “Podemos incluir entre essas competências desejáveis para a aprendizagem a preparação dos jovens para a construção de um mundo sustentável. Sem educação não se muda os hábitos das pessoas. É preciso educar para reduzir o consumismo e criar noções de preservação ambiental”, concluiu.
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