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Publicado em: 15/09/2011
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Projeto promove o turismo no morro da Conceição


Débora Motta

Reconhecido internacionalmente por suas belezas naturais, o Rio de Janeiro também se destaca pelo seu patrimônio histórico. Prédios que fazem parte do tradicional roteiro turístico da cidade, como o Paço Imperial ou o Mosteiro de São Bento, prometem ser mais uma opção de entretenimento para os turistas, especialmente em eventos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Mas além desse patrimônio histórico bem visitado, a cidade ainda reserva pérolas pouco conhecidas. Uma delas é o Palácio da Conceição, que foi o antigo Palácio Episcopal do Rio de Janeiro. Construído no século XVIII para abrigar a residência do primeiro bispo do Brasil a assumir a cátedra, Frei Francisco de S. Jerônimo, o prédio fica no morro da Conceição, nas imediações da Praça Mauá, Zona Portuária da cidade. Hoje, ele pertence ao Exército, que utiliza o espaço para estudos cartográficos, principalmente, da região Sudeste.

 

Para ampliar a visitação turística ao Palácio da Conceição, um projeto apoiado pelo edital Prioridade Rio 2010, da FAPERJ, está sendo desenvolvido pelo Labo­ratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social do Programa de Engenharia de Produção do Instituto Luiz Alberto Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), em parceria com o Exército (Diretoria de Patri­mônio Histórico e Cultural e 5 Divisão de Levanta­mento), que visa beneficiar os guias recém-formados pelo curso de Turismo do Colégio Estadual Antônio Prado Júnior. “A equipe envolvida no projeto fez, primeiro, um diagnóstico do potencial turístico do Palácio da Conceição, por meio de inventário patrimonial, histórico e cultu­ral. Depois, organizou um planejamento para a visitação turística do local, dentro dos conceitos mais recentes de sustentabilidade e inovação”, resume o coordenador da iniciativa, Roberto Bartholo, que é professor da Coppe/UFRJ e doutor em Engenharia de Produção.
 

Divulgação/Marisa Egrejas 

 
 Complexo que reúne o Palácio e a Fortaleza da Conceição: patrimônio histórico dos primórdios da colonização do Rio
 
Como resultado desse planejamento, o projeto vai oferecer, de 3 de outubro a 8 de dezembro de 2011, visitas guiadas gratuitas ao Palácio e à Fortaleza da Conceição. Nesse período, 64 visitas serão realizadas, de segunda a quinta-feira, nos turnos da manhã e da tarde. De acordo com a coordenadora executiva do projeto, Marisa Egrejas, elas devem ser pré-agendadas pelo e-mail palaciosdorio@gmail.com , já que cada visita terá, no máximo, um grupo de 25 pessoas. Ao mesmo tempo em que vai ajudar a popularizar a memória do lugar, a iniciativa vai inserir no mercado profissionais recém-formados pelo curso de Turismo do Colégio Estadual Antônio Prado Júnior, que vão trabalhar como guias. “O Colégio Estadual Antônio Prado Júnior é o único da rede pública do Rio que oferece um curso de formação profissional para guias de turismo. Todos os recém-formados que vão participar do projeto são guias credenciados pelo Ministério do Turismo”, explica Marisa Egrejas.

 

Ela destaca que a ideia é aproveitar o turismo cultural ao morro e ao Palácio da Conceição como uma oportunidade para o desenvolvimento socioeconômico, seja pela formação profissional dos guias ou pelos reflexos positivos que as visitas trarão à comunidade local. “Acima de tudo, temos a meta de utilizar o turismo como uma ferramenta para o desenvolvimento social”, ressalta Marisa Egrejas. “O projeto vai além de organizar visitas turísticas guiadas. Houve todo um trabalho prévio de pesquisa acadêmica sobre a memória do prédio e do morro da Conceição, que incluiu a produção de entrevistas com moradores da comunidade sobre os impactos da visitação no local, para então se chegar ao planejamento turístico”, completa.

 

A coordenadora executiva do projeto lembra que, para realizar o levantamento histórico do morro e do Palácio da Conceição, tanto bibliográfico como de história oral, foi necessário um trabalho de campo. A equipe de pesquisadores do Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social (LTDS) da Coppe/UFRJ contou com a colaboração voluntária de guias que, durante alguns dias, circularam pelo morro entrevistando os moradores. Este trabalho foi coordenado pela historiadora Lucia Miranda Boaventura, que é professora do curso de Turismo do Colégio Estadual Antônio Prado Júnior.

 

Para o coronel José Cláudio dos Santos Jr., da Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército, popularizar o acesso à visitação do Palácio e da Fortaleza da Conceição é uma chance para divulgar a um maior número de pessoas a história do próprio País. “Essa parceria veio em uma boa hora porque consegue atender ao objetivo de intensificar o acesso público ao local e ainda oferece treinamento para o guia de turismo contar a história do palácio de modo bem embasado”, pondera. E conclui: “O Exército tem uma série de edificações, fortalezas e museus históricos que pertencem ao patrimônio cultural brasileiro. O Palácio da Conceição é um desses locais que ajudam a contar a história do País.”

 

Sobre o Palácio da Conceição

 

O morro da Conceição possui estreita ligação com o desenvolvimento do Rio de Janeiro desde os primórdios da colonização. Inicialmente, foi frequentado pela Igreja, com a construção de uma pequena capela em homenagem à Nossa Senhora da Conceição, em 1634, que se tornou Convento dos Capuchinhos e, por fim, a residência do Bispo, conhecida à época como Palácio Episcopal do Rio de Janeiro. Depois das invasões francesas na antiga capital da Colônia, nos primeiros anos do século XVIII, uma fortaleza foi construída no morro da Conceição, reconhecido como ponto estratégico por vis­lumbrar parte da cidade e da Baía que lhe dava acesso. A fortaleza foi construída na vizinhança do Palácio Episcopal. No início do século XX, o arcebispo mudou-se para o Palacete da Glória e o antigo Palácio foi comprado pelo Exército para instalar a Missão Austríaca responsável pela modernização da cartografia naquela época. Hoje, este complexo patrimônio histórico nacional – Palácio e Fortaleza da Conceição – pertence ao Exército e abriga a 5 Divisão de Levantamento, dedicada à produção e venda de cartas topográficas.

 

Além do coordenador geral, Roberto Bartholo, e da coordenadora executiva, Marisa Egrejas, são integrantes da equipe os pesquisadores em Turismo do LTDS/Coppe/UFRJ Ana Elizabeth Queiroz, Edilaine Moraes, Fernanda Barcelos e Luiz Eduardo Baptista, que trabalharam no levantamento do inventário turístico; e as guias voluntárias Danúbia Faria, Elizabeth Guichard, Heloísa Santos, Márcia Maciel, Maria Amélia Vieira, Vitória Mazei e Viviane Paiva, que participaram na fase de levantamento do inventário, sob a coordenação da pesquisadora Ana Elizabeth Queiroz e na fase de levantamento da história oral, sob a coordenação da historiadora Lucia Miranda Boaventura, responsável pelo texto histórico oferecido aos guias. O treinamento dos guias é realizado pelas pesquisadoras do LTDS Ana Elizabeth Queiroz, Maria Martha Maciel Alencastro de Souza e Marisa Egrejas, que também são docentes do curso de Turismo do Colégio Estadual Antônio Prado Júnior. A historiadora Lucia Miranda Boaventura, professora do colégio, também participa do treinamento aos guias. 

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