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Publicado em: 08/09/2011
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Um museu para entender a evolução da Terra

Vinicius Zepeda

Fotos de Ismar Carvalho 

         
     Cerca de 20 mil rochas, minerais e fósseis compõem o acervo 

Um cenário interativo simula a abertura da crosta terrestre tal como se estivéssemos vivenciando um terremoto. É o destaque da exposição Memórias da Terra, principal atração do Museu da Geodiversidade, espaço voltado para a divulgação do conceito que designa de que maneira a diversidade de rochas, solos e substratos terrestres influencia o desenvolvimento da vida em nosso planeta. Localizado no campus da UFRJ, no Fundão, é o primeiro museu sobre esse tema no mundo. Inaugurado em dezembro de 2008, o espaço ficou fechado cerca de dois anos para reformas e obras de melhoria de infraestrutura e será reinaugurado no próximo dia 14 de setembro. A reformulação do museu e a exposição contaram com apoio da FAPERJ através de três projetos apoiados pelo edital Difusão e Popularização da Ciência no Estado do Rio de Janeiro.

Cientista do Nosso Estado da FAPERJ, pesquisador da UFRJ e um dos principais idealizadores do museu, o paleontólogo Ismar de Souza Carvalho fala sobre algumas das peças presentes na exposição. Ele destaca um estromatólito – conjunto de estruturas fossilizadas produzidas por algas verdes e azuis (cianobactérias) – com mais de uma tonelada. "Estas bactérias são responsáveis pelo aumento expressivo do oxigênio na atmosfera terrestre, o que possibilitou a explosão da vida no planeta", explica o paleontólogo. Também estarão expostas diversas informações sobre a origem de rochas e minerais. "Dentre elas, teremos um geodo de ametista, com peso de 2,5 toneladas, incrustado com cristais de mais de cinco centímetros", acrescenta.

A montagem de esqueletos completos, ou mesmo partes, de dinossauros e outros animais pré-históricos que habitaram a Terra há milhões de anos também farão parte da exposição. "Será a primeira vez que apresentaremos uma reconstituição completa do dinossauro gigante Amazonsaurus maranhensis, descrito originalmente em 2004", destaca Ismar Carvalho. Primeiro dinossauro descoberto na região da Amazônia, ele tinha hábitos herbívoros, doze metros de largura por aproximadamente quatro metros de altura, a mesma de um elefante africano", explica. Ele ainda chama a atenção para a reconstituição do crânio do crocodilo gigante Purussaurus brasilienses. "Encontrado no estado do Acre, região da Amazônia, ele chegava a ter 18 metros de comprimento e é até hoje o maior crocodilo já encontrado na Terra", complementa.

    
Esqueletos de dinossauros são outra atração à parte dentro   
  dos espaços que compõem o Museu da Geodiversidade
Outro ponto alto do Museu da Geodiversidade é a reconstituição do ambiente terrestre em sua origem, com destaque para o meteorito Uruaçu, composto principalmente de níquel e ferro, encontrado numa fazenda no interior de Goiânia e ainda pouco estudado por pesquisadores brasileiros. "Acredita-se que os meteoritos sejam restos de planetas que existiram no início da formação do sistema solar e se desprenderam no espaço. O registro desses materiais e seu estudo servem para contar um pouco do início da formação da Terra", acrescenta o coordenador dos Programa de Pós-Graduação em Geologia da UFRJ, Emílio Velloso Barroso.

Numa parceria com a Escola de Belas Artes (EBA) da UFRJ, alguns materiais geológicos foram resgatados em seu valor artístico. Trata-se da reconstrução de um dos portais, em tamanho real, da antiga Igreja dos Jesuítas, localizada anteriormente no Morro do Castelo, no centro do Rio, demolida durante as reformas urbanas do prefeito Pereira Passos", conta Emílio Barroso. "Esse trabalho é bastante relevante não apenas por resgatar um pouco da história de nossa cidade, mas também porque a igreja foi toda construída com calcário de lioz, material rico em registros geológicos e muito usado em antigos monumentos de Portugal, como o Mosteiro dos Jerônimos", acrescenta.

"Também teremos fósseis de animais que habitaram, há 350 milhões de anos, o interior dos estados do Paraná, Mato Grosso e Amazonas", afirma Ismar Carvalho. O espaço para exposições do museu tem pouco mais de 750 m e é composto de recepção, corredor de atividades internas e exposições temporárias, além de loja, sala para exposições de longa duração ou permanentes e uma praça coberta. "Ali está abrigada a terceira maior coleção de fósseis do país, catalogada pelo sistema Paleo do Serviço Geológico do Brasil, com 20 mil exemplares de rochas, minerais e fósseis – só estes são 15 mil, com acervo disponível na internet", complementa.

Ismar Carvalho ainda destaca o aspecto educativo e as atividades voltadas para a divulgação das ciências com pesquisadores ligados ao museu. "Teremos um espaço para a exibição de filmes em três dimensões para o público", explica. Uma parceria com o programa Jovens Talentos da FAPERJ oferecerá bolsas de pré-iniciação científica para estudantes de ensino fundamental e moradores de comunidades do entorno da UFRJ atuarem como monitores em visitas guiadas ao espaço. "Desta forma, esperamos não somente difundir as atividades do museu para a população leiga, como tornar o espaço uma nova opção de lazer e educação científica para as populações do entorno da universidade", conclui.

O museu fica no campus Ilha do Fundão, da UFRJ (Avenida Athos Silveira, 274), no térreo do prédio do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN). A região fica próxima às principais vias de acesso ao centro do Rio (Avenida Brasil, Linha Vermelha e Amarela). O local estará aberto para visitação pública e gratuita de segunda a sexta, das 9h às 17h.

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