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Publicado em: 09/09/2010
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Célula Adentro : um jogo para aprender brincando

Danielle Kiffer

Leandra Melim   

          

       Investigação: jogadores assumem o papel de detetives para
        desvendar enigmas baseados em ensinamentos científicos

Numa festa à fantasia foi roubada uma joia valiosa. No local, restou apenas o fio de cabelo, mas mesmo uma informação tão pequena pode servir como ponto de partida para se descobrir o ladrão. Este é um dos cinco casos propostos pelo Célula Adentro, um jogo investigativo, em que cada jogador é um detetive que usa pistas que envolvem biologia celular e molecular para solucionar os enigmas propostos. O projeto de pesquisa que resultou na criação do jogo foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, formada por biólogos, bioquímicos, professores do ensino médio e superior, e coordenada pela bióloga Carolina Spiegel, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisadora do Laboratório de Avaliação em Ensino e Filosofia das Biociências do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O projeto teve apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da FAPERJ, por meio do programa de Estímulo à Produção e Divulgação Científica e Tecnológica.

Célula Adentro demorou cerca de oito anos para ser desenvolvido e é indicado tanto para alunos do ensino médio quanto do superior. Formulado a partir da abordagem do aprendizado por meio da solução de problemas, o jogo traz, desenhada sobre o tabuleiro, uma enorme célula, por onde se locomovem os peões dos jogadores. Os diversos casos propostos abordam aspectos relacionados ao estudo da célula: O Hóspede do Barulho (sobre a origem da mitocôndria), O Caso da Membrana Plasmática, Surfando na Célula (sobre infecção viral), Um por Todos (aborda a morte celular) e A Pérola do Nilo (sobre biologia forense). Passando pelas organelas (mitocôndria, lisossomo, citoesqueleto, entre outros), os jogadores podem adquirir cartões com diferentes pistas sobre o caso.

"O interessante do jogo é que nenhuma pista, sozinha, ajuda os participantes a chegar a uma resposta final. É preciso associar ideias e raciocinar para conseguir chegar a uma solução", explica a bióloga. "Baseando-nos num ensino investigativo, o que queremos não é entregar respostas prontas aos estudantes, mas fazer com que eles pensem". As pistas trazem gráficos e figuras relacionadas a experimentos científicos. "O jogo é baseado na interpretação de pistas que podem ser esquemas, figuras, experiências ou resultados científicos originais com os quais a comunidade científica se deparou. Desta forma, os alunos são motivados a agir como investigadores e a chegar a suas próprias conclusões. Nossa intenção é que os alunos se familiarizem com a linguagem científica de forma lúdica", acrescenta.

 Gutemberg Alves
        
 Disponível na internet, o jogo pode ser baixado gratuitamente
Se as pistas ajudam os jogadores, as cartas de azar ou sorte podem atrasar bastante o percurso até o final do jogo e a solução do caso. Tirando uma delas, o jogador pode ser "fagocitado" e ficar uma rodada sem jogar. Ou, pior ainda, pode ser digerido por um lisossomo – uma das organelas da célula – e ter que voltar para onde estava sua peça. Se tiver sorte, pode pegar carona no sistema de transporte da célula e somar pontos para a próxima rodada. "As cartas de azar ou sorte fazem muito sucesso com os alunos, porque dão mais emoção à brincadeira. Eles leem e se divertem com os textos, que são sempre bem-humorados", comenta.

Célula Adentro pode ser jogado de dois modos diferentes: contra o relógio, em grupos de quatro a 12 integrantes, trabalhando em conjunto para chegar à solução o mais rápido possível, ou em grupos que competem entre si. De uma forma ou de outra, tudo é supervisionado por um professor, que encontra as instruções e sugestões do jogo num folheto explicativo. "Apesar de apresentarmos duas formas diferentes de jogar, acreditamos que a melhor delas é a cooperativa, na qual todos se unem para solucionar o caso num tempo pré-determinado. Pelo que constatamos em nossas avaliações, os alunos gostam bastante desta estratégia. Jogando contra o relógio, há estímulo para o trabalho em grupo, os participantes acabam aprendendo uns com os outros e percebem a importância das contribuições de cada um", explica Carolina.

Para a bióloga, o objetivo não é somente ensinar conceitos de biologia aos estudantes, mas fazê-los entender como foi construído o conhecimento acerca de cada teoria. "Num dos casos propostos, o Surfando na Célula, abordamos a herpes. Assim, os alunos aprendem como os cientistas descobriram qual o mecanismo que o vírus Herpes simplex usa para chegar ao núcleo da célula", acrescenta. No final, quando uma equipe acha que já resolveu o problema, deverá comparar a solução que escreveu no bloco de notas (que vem incluído no jogo) com a que é apresentada no caderno de soluções", fala.

"O jogo traz alegria para a sala de aula, permite que os alunos e professores brinquem de pesquisadores e desperta o interesse pela investigação  científica. Ele já foi até tema de teses de mestrado e doutorado, avaliado positivamente em escolas do ensino médio, universidades brasileiras e no exterior", fala a pesquisadora Tania Araújo-Jorge, diretora do IOC/Fiocruz, que também participa da coordenação do projeto.

Animados com a experiência, os integrantes da equipe já começam a desenvolver outra brincadeira nos mesmos moldes. Desta vez, voltado para o ensino fundamental, o jogo explora o corpo humano e envolve temas como obesidade e sedentarismo. Para quem se interessou em jogar uma partida de Célula Adentro, basta aguardar que o site www.celulaadentro.com.br entre no ar, em breve, para baixar uma cópia gratuita.

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