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Publicado em: 22/10/2009
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Resíduos de rochas ornamentais podem ser matéria-prima para vidro ecológico

Danielle Kiffer

 Divulgação/Cetem

          
          Resíduos de rochas que acabam descartados 
             em solos e rios, poluindo o meio ambiente
Eles são quase imperceptíveis aos olhos, mas altamente agressivos à natureza e à saúde. Os resíduos provenientes das serrarias de rochas ornamentais criam um problema ambiental no país, principalmente no estado do Espírito Santo, responsável pela metade da produção do setor. Pesquisadores estimam que três mil toneladas de efluentes sejam lançados diariamente no meio ambiente. "Na quase totalidade dos casos, são lançados diretamente no solo, sem nenhum tratamento ou previsão de reutilização. Esses resíduos, no entanto, podem servir como matéria-prima", diz a física Michelle Babisk, do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). Durante seu mestrado no Instituto Militar de Engenharia (IME), quando foi bolsista Nota 10, da FAPERJ, ela deu início ao projeto de transformar esses resíduos em vidros ecológicos juntamente com o Instituto Nacional de Tecnologia (INT). Trabalho a que tem dado continuidade até hoje.

“Uma propriedade interessante do vidro ecológico é a capacidade de bloquear a passagem da radiação infravermelha. Dessa forma, se usado como embalagem, oferece maior proteção aos alimentos. Usado em janelas, pode atuar no ambiente como reduto de calor. Tem as mesmas características do vidro comum", descreve a física.

Natural de Cachoeiro de Itapemirim/ES, Michelle Babisk viu de perto o problema. “Vi a capacidade poluidora desses resíduos, que eram despejados num curso d'água próximo à chácara da minha família. Além de provocar a mortandade dos peixes, prejudicava a população ribeirinha, que depende exclusivamente dessa água para beber, cozinhar e tomar banho. Trata-se de um pó fino, capaz de desencadear doenças, como a silicose, em pessoas e animais,” contou. No IME, Michelle tomou conhecimento das pesquisas de aproveitamento de resíduos de rochas e se interessou. Foi assim que, junto a uma equipe do instituto, ela conseguiu desenvolver o vidro ecológico.

De acordo com a física, os resíduos são utilizados in natura e, em decorrência do processo produtivo, os vidros adquirem coloração verde. Isso acontece devido à oxidação do ferro presente na granalha, eliminada junto com a lama, utilizada para facilitar a serragem das rochas. Para o meio ambiente, a vantagem do vidro ecológico é que, diferente do vidro comum, sua produção exige menor volume de extração de areia, pois sua composição leva apenas até 30% deste material.  “A extração de areia pode causar mais de 35 formas de impacto negativo ao meio ambiente. O assoreamento dos rios é apenas um deles. Além disso, conseguimos dar uma destinação aos resíduos, minimizando o impacto ambiental”, diz a física.

Segundo Michelle, já existem indústrias interessadas na fabricação do vidro ecológico. “Acredito que ainda há alguns estudos e análises a serem realizadas antes da comercialização efetiva do produto”, explica. O vidro produzido até agora é do tipo sodo-cálcico, o que quer dizer que contém em sua composição óxidos de sódio e cálcio. Com orientação do engenheiro de Minas, Francisco Hollanda,  Michelle agora vai testar o desenvolvimento desses vidros a partir de resíduos de outros tipos de rochas, como quartzito, que dispnesa a utilização de areia na fabricação, e basalto. Ela também estuda a possibilidade de produzir vidro transparente, tanto pela questão estética quanto pela maior viabilidade de entrada do produto no mercado.

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