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Publicado em: 06/08/2009
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Novas descobertas mudam rumo de pesquisas sobre pterossauros

Danielle Kiffer

 Divulgação

   
        Réplica do pterossauro Jeholopterus ningchengensis
Uma nova descoberta pode mudar o rumo das pesquisas sobre pterossauros. O anúncio foi feito em coletiva pelo paleontólogo Alexander Kellner, do Museu Nacional/UFRJ, nesta quarta-feira, 5 de agosto. Pelo estudo, que reuniu também o brasileiro Diogenes de Almeida Campos, do Museu de Ciência da Terra, pesquisadores chineses, alemães e ingleses, revelou-se que o Jeholopterus ningchengensis – fóssil encontrado em depósitos de 130 a 140 milhões de anos na região da Mongólia Interior, no nordeste da China – tinha o corpo constituído por estruturas chamadas actinofibras e picnofibras, que embora tivessem a aparência de pelos, lhes davam a capacidade de esticar e retrair as asas em diferentes direções, permitindo um absoluto controle de voo. Esse réptil alado era também um animal endotérmico (de sangue quente), como os mamíferos. Isto quer dizer que mantinham a temperatura do corpo, independente da ambiente. O estudo foi publicado na importante revista científica Proceedings of the Royal Society B.

A descoberta destas estruturas na membrana do animal aconteceu com a utilização de uma metodologia desenvolvida pelo paleontólogo Helmut Tischlinger, do Museu de Eichstaedt, da Alemanha, que utiliza lâmpadas UV e filtros que refletem, de forma diferenciada, os tecidos preservados de um fóssil. As actinofibras já eram conhecidas pelos pesquisadores, mas foi com a utilização da nova tecnologia que foi possível descobrir que elas estão organizadas em diversas camadas. “Já sabíamos que os pterossauros eram animais que voavam, mas não imaginávamos que poderiam ser tão bons assim. Estes répteis dispunham de três camadas de actinofibras, dispostas em diferentes direções. Isso é fantástico, pois nunca vimos nada parecido em nenhuma espécie animal. Acreditamos que estas estruturas poderiam permitir a retração e a expansão da asa no momento em que o animal achasse conveniente. Acredito, inclusive, que os pterossauros poderiam mudar o formato da asa, o que só poderá ser comprovado com estudos posteriores”, afirma Kellner.

 Divulgação
      
 Alexander Kellner, palentólogo do Museu Nacional/UFRJ,     
    durante o trabalho de campo no nordeste da China
Como os pterossauros eram animais voadores, achar um fóssil bem preservado é muito raro. Para Kellner, um dos fatores mais importantes nesta descoberta foi a preservação do tecido mole. Ele e outros pesquisadores brasileiros têm trabalhado há cinco anos consecutivos na China, um dos atuais pólos de estudos de pterossauros, devido à riqueza de seus depósitos, conjuntamente conhecidos como Grupo Jehol, cuja idade varia entre 140 a 130 milhões de anos. “Embora venha gerando muita competição entre pesquisadores do mundo inteiro, nosso acesso à região tem sido viabilizado porque somos competentes nessa área. O Brasil também conta com um material muito rico, o que nos possibilitou entender melhor como funcionavam esses animais, tornando interessante o intercâmbio de conhecimentos. Todas estas viagens para a China foram possíveis graças ao financiamento da FAPERJ e do CNPq”, frisou.

O réptil voador, que viveu na era Mesozóica, entre os períodos jurássico e cretáceo, era modesto em tamanho e provavelmente se alimentava de insetos. Media apenas cerca de 90 centímetros. Entretanto, isso não diminui sua importância para as pesquisas nessa área. “Nem tudo precisa ter tamanho avantajado para ser importante. E o olhar científico sobre o exemplar que já havia sido estudado agora apresenta informações absolutamente novas e espetaculares, que certamente vão nortear as pesquisas daqui por diante. Abre-se um novo leque de perspectivas”, finaliza o pesquisador.

O fóssil e a réplica do pterossauro estarão em exibição no Museu Nacional (Quinta da Boa Vista, s/n, São Cristóvão), de terça a domingo, das 10h às 16h. A entrada custa R$ 3 (grátis para crianças até 5 anos e pessoas acima de 60. Crianças entre 6 e 10 anos pagam R$ 1). Informações pelo telefone:  2562-6042 . O local conta com acesso para deficientes físicos.

 

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