O seu browser não suporta Javascript!
Você está em: Página Inicial > Comunicação > Arquivo de Notícias > Vídeo na Internet informa sobre prevenção do câncer
Publicado em: 30/04/2009
ATENÇÃO: Você está acessando o site antigo da FAPERJ, as informações contidas aqui podem estar desatualizadas. Acesse o novo site em www.faperj.br

Vídeo na Internet informa sobre prevenção do câncer

Danielle Kiffer

Divulgação
 
No vídeo que irá ao ar no YouTube, personagens discutem    
como ter sexo seguro, prevenindo-se contra o vírus HPV
A falta de informação pode ser considerada um dos principais fatores para o aumento de óbitos por câncer no Brasil. Para a jornalista Claudia Jurberg, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),  com pós-doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um vídeo no site YouTube pode ser um instrumento importante para combater esse desconhecimento, principalmente entre adolescentes, informando-os e sensibilizando-os sobre as formas de prevenção. "Mesmo sendo rara a ocorrência de casos de neoplasia entre jovens, é nesta faixa etária que as pessoas adotam hábitos e costumes que podem estar correlacionados ao aparecimento de um tumor em idade mais avançada. Por isso, a conscientização nesta fase pode ser primordial para diminuir a incidência e o índice de mortalidade provocados pela doença, no futuro", explica. Com o projeto O lúdico na prevenção do câncer: o YouTube como ferramenta de divulgação científica, contemplado pelo edital de Difusão e Popularização da Ciência e Tecnologia, da FAPERJ, ela procura estimular a difusão da informação e, como consequência, o diagnóstico precoce.

De acordo com estimativas do Ministério da Saúde, em 2007 houve mais de 500 mil novos casos de câncer no país, sendo que um terço foi a óbito. No mesmo ano, uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) constatou que a maior parte da população brasileira considera o câncer uma sentença de morte. "Há uma mitificação negativa que precisa ser esclarecida, pois a doença ainda é muito aliada à dor e ao sofrimento. A nossa proposta com a produção e a divulgação do vídeo é mudar este conceito. Queremos mostrar que a informação, a prevenção e o diagnóstico precoce podem permitir a cura em diversos tipos de câncer, como o de colo de útero e o de pele, entre outros", afirma a pesquisadora. Membro do Núcleo de Divulgação do Programa de Oncobiologia, do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ, que congrega a UFRJ, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e o Inca, centralizando as informações entre os mais de 100 pesquisadores que fazem parte do programa, Cláudia Jurberg resolveu produzir um vídeo informativo sobre o assunto.

Para isso, ela escalou a microbiologista Marina Verjovsky  e o biomédico Gabriel Machado, alunos de pós-graduação do instituto, e deu início a uma pesquisa entre profissionais de saúde para esclarecer as principais dúvidas sobre o câncer. Para o vídeo, escolheram abordar o câncer de colo de útero, já que muita gente não associa a neoplasia ao vírus do papiloma humano (HPV) e o consideram, erroneamente, apenas uma doença sexualmente transmissível. "Em nossas pesquisas com especialistas, descobrimos que, em casos raros, o HPV pode provocar câncer de pênis e até de laringe. Na maioria das vezes, a infecção pelo HPV não apresenta sintomas, o que é mais preocupante, já que não estimula o indivíduo a ir ao médico. É comprovado que cerca de 90% dos casos de câncer de colo de útero são causados por este vírus", diz Gabriel. Conforme dados do Inca, trata-se do segundo tipo de neoplasia mais comum entre as brasileiras.

O próximo passo foi realizar uma pesquisa com alunos ouvintes e surdos do nível médio e fundamental de escolas públicas e particulares e estudantes de universidades públicas para avaliar o nível de informação a respeito do HPV e assim direcionar e selecionar o que seria transmitido no vídeo. Foram distribuídos questionários com três perguntas: O que é HPV? Como se transmite? O que o HPV pode causar? Ao final da primeira parte das entrevistas, todos ficaram impressionados com o nível de desconhecimento acerca do assunto e puderam constatar que o problema pode ser mais grave do que o imaginado. "Na grande maioria dos questionários preenchidos, os alunos informaram que não sabiam do que se tratava. Menos de um terço dos entrevistados conseguiu relacionar o HPV ao câncer de colo de útero. Teve até um aluno de 15 anos que confundiu o HPV com um vírus de computador transmitido por mensagens eletrônicas, cuja consequência mais grave poderia ser a perda do computador", revela Claudia.

Divulgação 

      

  Marina (esq.), Claudia e Gabriel: vídeo na
   Internet para informar jovens sobre o câncer


Diante dos resultados obtidos, a equipe se reuniu para montar o storyboard e criar o teor do vídeo, formando parceria com duas profissionais de criação de vídeo, Suzane Santos e Etienne Feijó. "Já que o vírus do papiloma humano é transmitido principalmente por via sexual, decidimos criar dois personagens principais, um pênis e uma vagina de massinha, para mostrar toda a trajetória de forma bem lúdica e informativa e criar uma identificação. Tomamos muito cuidado para que não fosse um vídeo técnico nem maçante. Nossa intenção é conquistar a atenção do público jovem, fazer com que assistam ao vídeo até o final. Queremos chocar pelo diferente", explica Marina.

Todos os detalhes dos cenários e dos personagens foram minuciosamente preparados. "A personagem principal se contamina pelo HPV durante uma relação sexual sem o uso do preservativo. Preocupada, a personagem procura um médico que lhe dá todas as instruções de como proceder com o vírus e ela se cura. Também mostramos o que teria acontecido caso ela não tivesse tomado as precauções necessárias", completa a microbiologista. A filmagem do vídeo já foi iniciada e a edição está prevista para junho. Depois de pronto, poderá ser exibido nas instituições de ensino onde foram realizados os questionários e estará na página do YouTube.

É importante ressaltar que alguns cuidados e a mudança de certos costumes podem evitar a doença. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, pelo menos um terço dos casos de câncer poderiam ser evitados se fossem adotados hábitos de vida mais saudáveis, como o sexo seguro, prática de atividades físicas, alimentação adequada, deixando-se também de lado  o fumo, o excesso de bebidas alcoólicas e de sol em horários impróprios.

Com recursos da Fundação do Câncer, o grupo coordenado por Claudia Jurberg pretende produzir mais dois vídeos, abordando a importância dos cuidados com o sol e os riscos e malefícios ocasionados pelo fumo. "Embora tenham consciência da correlação entre o excesso de sol e o câncer de pele e a prática de fumar e o câncer de pulmão, por exemplo, muitos jovens não adotam medidas preventivas, expondo-se de forma inadequada ao sol e adquirindo o hábito de fumar nessa época da vida. Eles acreditam que fumam apenas porque querem e ignoram que o cigarro contém substâncias cancerígenas, que causam dependência", revela Claudia.

De acordo com dados do Inca, o hábito de consumo de tabaco é o mais importante fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão, que ao final do século XX, tornou-se uma das principais causas de morte evitáveis e que, até hoje, permanece como uma doença altamente letal. Ainda segundo o Inca, no Brasil, o câncer mais frequente é o de pele, correspondendo a cerca de 25% de todos os tumores diagnosticados em todas as regiões geográficas. Embora sua letalidade seja considerada baixa, nos casos em que há demora no diagnóstico pode levar a ulcerações e deformidades físicas graves.

Compartilhar: Compartilhar no FaceBook Tweetar Email
  FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
Av. Erasmo Braga 118 - 6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - Cep: 20.020-000 - Tel: (21) 2333-2000 - Fax: (21) 2332-6611

Página Inicial | Mapa do site | Central de Atendimento | Créditos | Dúvidas frequentes