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Publicado em: 28/02/2008
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Um banho para vencer a batalha contra o mosquito da dengue

Vilma Homero

                                                        Folha da Manhã

     

O professor Edmilson José Maria mostra a formulação
 do sabonete e o óleo de cozinha com o qual é feito
 


Nos últimos quatro meses, a equipe do laboratório de Ciências Químicas da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) vem trabalhando intensamente numa alternativa para o combate ao Aedes aegypti. O projeto une a reciclagem de uma matéria-prima bastante usada nos lares brasileiros, o óleo de cozinha, e essências naturais de plantas com reconhecidos poderes repelentes. A idéia é de se chegar a um produto eficaz, mas também simples e barato: um sabonete que mantém por várias horas os mosquitos afastados de quem o usa.

 

O sabonete repelente, que vem sendo elaborado pelo grupo do professor Edmilson José Maria, da Uenf, surgiu da preocupação com os números crescentes de casos de dengue no estado, em particular na cidade de Campos, e sua disseminação entre as camadas mais pobres da população. “Vimos que a incidência de casos aumenta e que a conscientização para evitar criadouros do mosquito não está sendo levada a sério. Assim, pensamos em criar mais uma alternativa no combate à dengue, repelindo o mosquito no período em que ele mais atua, o diurno”, explica o pesquisador. E por que um repelente em forma de sabão? Para o professor, a resposta é rápida: “Porque é uma forma de disponibilizar para os mais carentes, que não têm acesso a sprays inseticidas ou repelentes, uma alternativa de proteção a baixo custo.”

 

A equipe faz parte do grupo de trabalho para produção do biodiesel da Uenf, e aproveita a glicerina – subproduto do óleo de cozinha –, e essências de plantas bastante conhecidas, como a citronela, o capim-limão e o cravo-da-Índia. “A coleta de óleo é feita nos diversos segmentos da sociedade, mas queremos reverter parte dessa doação em benefício dos doadores, para o desenvolvimento do município. Nas associações de moradores, por exemplo, queremos criar opções de geração de emprego e renda; nas escolas públicas, queremos mostrar, nas aulas de ciências, através do enriquecimento curricular e da contextualização nas aulas de ciências, como é a formulação para produção de sabão e de biodiesel”, fala. Contemplado anteriormente com bolsas de Iniciação Científica da FAPERJ para estudantes de sua equipe, e apoios como APQ1 e APQ2 para a realização de eventos institucionais, o professor Edmilson aguarda os resultados de seu atual trabalho para submetê-lo ao próximo edital de Inovação Tecnológica, da Fundação.

 

      Folha da Manhã

       

     Uma das essências repelentes   
  usadas no sabão é o capim-limão

As substâncias usadas na formulação do sabonete já têm comprovada ação repelente não apenas especificamente contra o Aedes aegypti, mas também contra alguns outros mosquitos mais comuns. “Para combatê-los, empregamos o citral, extraído do capim-limão; o citronelal, da citronela; e o eugenol, encontrado tanto no cravo-da-Índia”, fala o pesquisador. Mas para aumentar o tempo de atuação sobre a pele para além de seis horas, o grupo também acrescentou à formulação outras substâncias, mantidas em sigilo.

 

O professor Edmilson se anima com a perspectiva dos testes biológicos, que serão efetuados nas próximas semanas por equipes do setor de bioquímica da universidade. O pesquisador espera que o sabonete desenvolvido pela universidade desperte o interesse da indústria e chegue no mercado até o final do ano. “O produto poderá gerar patente para a Uenf”, anima-se.

  

Enquanto as pesquisas prosseguem, um laboratório carioca, especialista na área animal, já demonstrou interesse nos estudos da equipe.  “O sabão de citronela não chega a ser novidade. Já existe comercialmente na área veterinária, para animais como cachorros, gatos, ou cavalos, já que mosquitos que picam esses animais podem transmitir ao homem doenças, como a filariose ou a leishmaniose, atualmente uma enfermidade que se mostra reincidente”, fala Edmilson.

 

Por sua vez, o próprio grupo também desejaria estabelecer parcerias com outras instituições de pesquisa. “A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) já procedeu a estudos sobre andiroba; talvez haja possibilidade de troca de informações. Projetos como esse devem ser interdisciplinares. Seria bom contar com o conhecimento de outras áreas, como a farmacologia por exemplo. A troca de experiências e conhecimento, ou mesmo a realização de trabalhos conjuntos é sempre enriquecedora”, diz o professor. Também faz parte da pesquisa investigar substâncias que possam ser usadas para atrair o mosquito a armadilhas que o eliminem. “Tudo isso sempre a custo baixo para a população”, conclui.

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