Vinicius Zepeda
Ronai Pires da Rocha |
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Após o incêndio da boate Kiss, a população da cidade gaúcha de Santa Maria fez vigília pela vida dos atingidos pela tragédia |
Editora de DESidades, Lucia chama atenção para o fato de que a publicação, que completa um ano de existência no mês de dezembro, é uma iniciativa inédita no Brasil e na América Latina. Com versões em português e espanhol, a revista aceita artigos de diferentes áreas do saber relacionadas ao tema infância e adolescência, se propõe a ser uma plataforma de intercâmbio e colaboração de pesquisadores da região, além de servir igualmente como veículo de divulgação científica. “Isso significa que nos propomos a incentivar o debate sobre esse assunto de uma forma multidisciplinar e atingir não apenas nossos pares nas universidades e centros de pesquisa. Nossa intenção é que ela atinja também professores, médicos, agentes de saúde e demais profissionais que trabalham com crianças e jovens no cotidiano”, explica.
A psicóloga recorda que a ideia de criar a revista surgiu da demanda, recorrente, por parte grande imprensa, de especialistas para falar sobre o assunto. “Como pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio para a Infância e Adolescência Contemporâneas [Nipiac], sediado no campus do Instituto de Psicologia da UFRJ, eu e meus colegas somos requisitados com frequência, recebendo ligações praticamente toda semana”, destaca Lucia.
Migração de jovens índios equatorianos para
DESidades é dividida em três seções: Temas em Destaque, Espaço Aberto e Informações Bibliográficas, além do editorial. “A primeira é composta de um ou dois artigos escritos por especialistas sobre temas do momento. Na segunda, um especialista é entrevistado sobre um assunto polêmico. E na terceira, além de uma ou duas resenhas críticas de uma publicação relacionada à temática, nós fazemos um trabalho inédito de levantamento bibliográfico das principais publicações latino-americanas”, detalha. “No número que será publicado neste início de outubro, além da entrevista com o psicanalista sobre como ficou a vida das famílias afetadas pelo incêndio, a edição traz, ainda, diversos artigos, por exemplo, sobre o que significa ser um jovem indígena na região de Sierra Central, no Equador, escrito por dois eminentes pesquisadores equatorianos; sobre a importância do trabalho na vida adulta, e uma resenha crítica sobre um livro que debate a adoção”, acrescenta.
Wiechert Visser
as cidades tem acirrado conflitos urbanos
A pesquisadora da UFRJ discorre, no editorial, sobre os temas retratados na edição de DESidades. “A experiência de ser jovem indígena no Equador está marcada pelas tensões entre o mundo comunal em que ele nasce e vive, e a crescente ‘descomunalização’ de sua experiência, frente ao processo de urbanização e migração deles para as cidades”, analisa Lucia. “Para os pesquisadores daquele país, estudos sobre o que jovens indígenas equatorianos fazem e como vivem no atual cenário político e social em transformação no Equador ainda são escassos, e sua ampliação depende do aprofundamento do processo democrático no local”, salienta. Já quando o assunto é a mercado de trabalho para jovens de classe média urbana no Brasil ou no Canadá, a perspectiva é outra.“Nesse caso, obter um trabalho possibilita reconhecimento, felicidade, autorrealização e ainda dá sentido e norteia as ações tanto dos brasileiros quanto dos canadenses”, complementa. “No mês em que se comemora o dia das crianças, uma iniciativa como DESidades só vem a somar para uma discussão mais aprofundada e menos superficial sobre a infância e juventude”, conclui.
Para mais informações acesse: http://desidades.ufrj.br
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