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Publicado em: 05/09/2014
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Um fóssil de 55 milhões de anos

Vilma Homero 

 Divulgação/ UFRJ

 
     A bacia de São José ainda guarda riquezas fossilizadas
Restos fossilizados de um osso longo, uma vértebra e outros fragmentos, recentemente descobertos pelo biólogo Luis Otávio Castro, em uma de suas caminhadas pelas trilhas do Parque Paleontológico de São José, em Itaboraí, reacenderam as expectativas da paleontologia fluminense. Pelas características, o fóssil seria de um animal de grande porte, que possivelmente pesava algo em torno dos 400kg. Apesar das semelhanças com
uma anta pré-histórica, trata-se de um animal distinto, um xenungulado (Carodnia vieirai), que teria habitado a região durante o Paleoceno, há cerca de 55 milhões de anos, e era considerado o maior mamífero da América do Sul do seu tempo. "Pelas dimensões dos ossos, é fácil reconhecer o xenungulado, que por seu tamanho, destoa dos demais animais que com ele conviveram naquele período", fala a paleontóloga Lilian Bergqvist, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), referência nesse tipo de estudo. Seu projeto contou com apoio de um  APQ 1 e do edital Apoio à Difusão e Popularização da Ciência e Tecnologia no Estado do Rio de Janeiro.

A descoberta ganha uma importância maior por ter sido feita num sítio paleontológico que já se considerava esgotado. "Os paleontólogos acreditavam que já não havia mais fósseis no local a serem descobertos. Com esse achado, recupera-se também a possibilidade de que o Parque Paleontológico de São José ainda guarde outros fósseis, mesmo depois de tantos anos de escavações", entusiasma-se Bergqvist.

 Divulgação / UFRJ
     
 Fragmento de osso do xenungulado aparece incrustado na rocha   
Como o calcário é uma rocha facilmente alterável pelas intempéries, logo após sua deposição se formaram fendas, que foram preenchidas por margas e onde 99% dos fósseis coletados na Bacia de Itaboraí foram encontrados. O fato de os ossos recém-encontrados estarem incrustados nessa rocha calcária indica que se trata de fóssil um pouco mais antigo do que os demais, remontando ao período de formação da própria bacia de Itaboraí. Isso leva os paleontólogos a estimarem que ele pertenceria ao Paleoceno superior.

"Recentemente, paleontólogos argentinos vêm divergindo sobre a idade do mamífero itaboraiense. Embora ela tenha sido tradicionalmente considerada como Paleoceno superior, eles sugerem que seja mais jovem, pertencendo ao Eoceno inferior (aproximadamente 49 milhões de anos). A descoberta do xenungulado no calcário, que está em processo de datação na Austrália, vai trazer nova luz a este debate", anima-se
Bergqvist, que desde 1994 trabalha no local.

A ossada será retirada e transportada para o Laboratório de Preparação de Macrofósseis do Instituto de Geociências da UFRJ. No Museu da Geodiversidade, no mesmo instituto, já existe, montada, uma réplica do esqueleto de animal semelhante. Depois de submetido a análises, o fóssil voltará ao parque, onde permanecerá em exposição. Habitante da região de Itaboraí, o xenungulado guarda parentesco com fósseis semelhantes encontrados na Argentina e batizados como Carodnia feruglioi. "Isso nos estimula a continuar abrindo trilhas e clareiras para seguir na busca por mais descobertas em Itaboraí", conclui a pesquisadora.

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