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Publicado em: 15/02/2007
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Programa Integrando atende deficientes com moradia assistida

Mônica Maia

Beneficiários do projeto Integrando em umaAs dificuldades da pessoa com deficiência, evidenciadas e tratadas na infância, começam a se tornar mais desafiadoras para os que têm necessidades especiais e sua família quando terminam a escola. Ao tornarem-se adultos jovens precisam ser incluídos, de alguma forma, na sociedade. Por isso o Programa Integrando, gerado na Academia Brasileira de Ciências - ABC - e viabilizado com apoio da FAPERJ, traz uma experiência inédita no Brasil. Unifica quatro iniciativas com o objetivo de amenizar as dificuldades de pessoas com déficits de funcionalidade transitórios ou permanentes: investe nas moradias assistidas, na inserção assistida no mercado de trabalho, na formação de recursos humanos especializados para o tratamento e cuidado diário, e em um portal com internet e intranet conjugando essas linhas de ação.

A Moradia Assistida é uma residência habitada por pessoas portadoras de deficiências ou transtornos mentais, onde, em geral, vivem de quatro a cinco moradores. Eles recebem cuidados de enfermeiros, psicólogos, terapeutas e cuidadores que se revezam no local 24 horas. Estes gerenciam a casa monitorando as rotinas diárias dos moradores, cuidados pessoais e tarefas domésticas. Assim os adultos com necessidades especiais podem conquistar independência da família tornando-se mais auto-suficientes em uma ambiente que o induz a cuidar de si enquanto recebem tratamento médico adequado. Nessas circunstânicias podem desenvolver convívio social e atividades de lazer, aprender um ofício e ter uma chance de integração no mercado de trabalho.

Com casas em Nova Friburgo, Pendotiba e uma nova, recém-inaugurada, em Laranjeiras, a Moradia Assistida surgiu a partir da perspectiva de substituição do modelo manicomial de asilos e instituições - que segregam as pessoas com necessidades especiais - por uma alternativa que visa o cuidado contínuo e individual, inserida num contexto urbano que possibilita integração com a comunidade. "Graças ao apoio da FAPERJ pude obter ajuda para viabilizar formação e pagamento de recursos humanos e infra-estrutura", conta Rocha-Miranda, diretor do Programa Integrando, cujo centro de apoio ao programa é sediado na ABC.

A Fundação contribui com bolsas de iniciação científica e outras para os colaboradores e profissionais mais graduados com possibilidade coordenação. "Graças a esse apoio podemos dar orientação psicológica, preparar e treinar pessoas dedicadas ao cuidados diários como higiene, ensinar e supervisionar rotinas domésticas como fazer camas, escovar dentes até os profissionais que se ocupam da preparação dos moradores para entrada no mercado de trabalho. A estrutura de apoio da FAPERJ permite manter terapeutas, cuidadores e agentes de trabalho", explica o diretor.

Parcerias com instituições dos Estados Unidos e formação de especialistas

Carlos Eduardo Rocha Miranda, diretor do programa IntegrandoSegundo Rocha-Miranda, o excepcional era, e ainda é cuidado e super protegido pela família: "O brasileiro acha que se teve filho excepcional cabe a ele cuidar, mas esquecendo-se do fato que não tem preparo para isso. Devemos filtrar as atividades meritórias mas que têm caráter puramente assistencial. Isso nos levou a estabelecer parcerias com o  Instituto Brasileiros de Defesa da Pessoa Portadora de Deficiência - IBDD, dirigido por Teresa Amaral aqui no Rio", conta o diretor do Programa Integrando.

Eles desenvolveram parcerias internacionais, com países que tivessem experiência com excepcionais: "Encontramos no American Institute for Reasearch - AIR, de Washington, em 2001, um princípio da parceria. Eles fornecem assessoria técnica para nos orientar nos próximos passos. Graças a eles conseguimos apoio do Consulado dos EUA e intercâmbio de pessoal com ONGs brasileiras", conta.

Com o apoio da Capes/MEC - Fipse (a Capes dos EUA) o programa envia para residência e estudos nos Estados Unidos dois a três recém-formados ou graduandos das áreas de Enfermagem, Psicologia, Medicina. Eles trazem a experiência e know how de entidades americanas e fazem cursos de seu interesse valendo créditos para as universidades brasileiras. A psicóloga Maria Alice Sigaud, coordenadora educacional do Programa Integrando, relata que 163 cuidadores das moradias assistidas já foram formados ou atualizados através de programas ensino de longa e curta duração. O público alvo destes cursos de formação de cuidadores são profissionais e estudantes das áreas de saúde e educação.

A inserção no mercado de trabalho

Unidade do projeto Integrando inaugurada em LaranjeirasO programa tem parceria com o Instituto Helena Antipoff que lida com escolas do município que admitem alunos especiais. Fornece suporte até os 18 anos, mas não prepara para o mercado de trabalho. As escolas municipais do Rio têm mais de 8 mil alunos especiais. "Seriam uns 1.500 que atingem o final da escola e precisam passar à inclusão social", avalia Rocha-Miranda.

"Organizamos grupos de gerentes de trabalho visando oferecer a empresas e instituições a colocação assistida de pessoas com necessidades especiais", explica a psicóloga Maria Alice, mãe de Isabel, de 28 anos, uma residente da moradia assistida de Laranjeiras. A psicóloga conta que às vezes esses jovens de 18 a 21 anos não têm nem documentos. O objetivo dessa parte do programa é ajudá-los a ter autonomia na residência abrindo portas do mercado de trabalho.

Cada aluno do curso de formação de gerentes de trabalho fica responsável por dois beneficiários do programa. Segundo a coordenadora educacional esses gerentes de trabalho vão às empresas identificar oportunidades de ocupação para pessoas que não têm deficiências significativas: "Pode ser em supermercados, arrumando gôndolas ou em serviços de estocagem e etiquetagem, em bufês, como auxiliar de garçom, jardinagem, ou em empresas que necessitem, por exemplo, organizar livros, periódicos ou outros materiais. Identificamos uma necessidade da empresa e oferecemos uma pessoa que vá três tardes por semana em troca de R$ 100", explica a psicóloga.

"A própria família não acredita que eles possam fazer algo útil, tratam com superproteção, o que os tornam ainda mais desvalidos. Queremos melhorar a auto-estima, o nível de independência e dar estímulos para que façam escolhas. Trabalhamos com o conceito de autonomia para a pessoa ir além de seu limite", diz comprovando que a o objetivo da moradia assistida é prepará-los para a vida adulta e para a inclusão social. Para integrar todas essas iniciativas foi criado o portal www.integrando.org.br com áreas de internet, intranet que terá expansão para uma área de ensino à distância.

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