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Publicado em: 08/02/2007
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Pesquisa revela que migração japonesa começou pelo Rio

Ismênia e os historiadores em reunião na sede da FAPERJRegistros documentais revelam que os primeiros migrantes japoneses que chegaram ao Brasil viveram em Macaé, no Rio de Janeiro, pelo menos desde 1906, e portanto dois anos antes das levas da migração oficial, em 1908. Esta foi uma das descobertas de Mariléia Franco Marinho Inoue, da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e uma das pesquisadoras de diferentes universidades que, sob diferentes abordagens, investiga o tema da imigração nipônica. Por iniciativa da coordenadora de Editoração da FAPERJ, Ismênia de Lima Martins, estes pesquisadores foram reunidos num único grupo, com um objetivo prático: sistematizar esforços e otimizar a utilização dos recursos existentes para a realização de três diferentes projetos previstos para as comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil, ano que vem.

Os trabalhos em andamento serão a base para um seminário interinstitucional e interdisciplinar; a publicação de um livro resgatando essas memórias; e o lançamento de um DVD, que será distribuído na rede escolar do estado. Para melhor definir a realização desses trabalhos, o grupo esteve reunido na FAPERJ na última segunda-feira, 5 de fevereiro, com a coordenadora de Editoração. "Queremos produzir uma reflexão e nossa maior colaboração, além das obras acadêmicas, é criar instrumentos de ensino. Trabalhando com parâmetros curriculares, através do DVD, por exemplo, poderemos ver questões de identidade e alteridade, e, sob o viés dos japoneses, tratar das diferenças culturais", explica a professora Ismênia. Tal preocupação se insere nas propostas do secretário de Ciência e Tecnologia Alexandre Cardoso, que tem enfatizado a importância da divulgação da ciência e tecnologia e a socialização do conhecimento.

Mariléia Inoue faz parte do grupo de pesquisadores
Tudo isso deverá acontecer a partir de maio de 2008, para coincidir com as comemorações dos cem anos da chegada do Kasato Maru ao porto de Santos. Embora a chegada do navio tenha ficado conhecida como o início da imigração oficial, a colônia oriental de Macaé também deixou suas marcas em terras fluminenses. Antecedendo as longas negociações entre o governo brasileiro e o império do Japão, os japoneses de Macaé vieram por conta própria, aventurando-se para um país do outro lado do mundo, sobre o qual pouco ou nada sabiam. Intelectuais e profissionais de nível técnico, eles tinham um perfil bem diferente das levas migratórias seguintes, na maioria de origem rural.

O DVD a ser realizado será resultado de uma oficina com professores da rede pública e poderá ser usado para que os alunos percebam as mudanças ideológicas que acompanharam a permanência desses imigrantes no país. "Se no início do século, eles eram vistos como trabalhadores disciplinados e ordeiros, às vésperas da Primeira Guerra Mundial  após a vitória do Japão num conflito militar com a Rússia, então considerada grande potência mundial , passaram a ser encarados como ‘o perigo amarelo’", explica Ismênia.

Para Ruy Marques, diretor presidente da FAPERJ, as comemorações e projetos programados para o centenário serão, sem dúvida, de grande relevância. "E, neste caso, terão um apelo particular pela posição que hoje o Japão ocupa no cenário mundial, seja na economia, ou na ciência e tecnologia. Agora, com relação ao Brasil, o fluxo migratório se inverteu: são os brasileiros que estão embarcando para o Japão", fala Ismênia.

O grupo de pesquisadores é formado pelas professoras Satomi Kitahara, do Departamento de Ciências Sociais, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Mariléia Inoue, da Escola de Serviço Social, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Amara Yvone de Souza Rodrigues, mestre em Educação e professora da rede de ensino de Niterói; Tomoko Lyda Paganelli, da Faculdade de Educação, e Satie Mizubuti, do Instituto de Geo-Ciências, ambas da Universidade Federal Fluminense; e o estudante Leonardo Tsukino, bolsista em Iniciação Científica.

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