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Publicado em: 31/08/2006
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Museu Nacional/UFRJ inaugura esqueleto de dinossauro inédito

Foto: Jerson Lima e Alexander Kellner: apoio da FAPERJ permitiu a montagem do M. topai pelo Museu nacional/ UFRJA população fluminense não precisa mais deixar o Rio para ver de perto o esqueleto de um dinossauro. Na terça-feira, dia 29 de agosto, a exposição permanente do Museu Nacional/UFRJ, na Quinta da Boa Vista, passou a contar com uma réplica da constituição óssea de um desses répteis pré-históricos. Trata-se de uma nova espécie de titanossauro, descoberta há mais de uma década no município de Prata em Minas Gerais, mas só agora revelada oficialmente pelos pesquisadores do museu, concomitantemente à cerimônia de apresentação do esqueleto. Uma antiga reivindicação do público, principalmente de crianças e adolescentes, a montagem foi financiada, em sua maior parte, pela FAPERJ.

É a primeira vez que o esqueleto de um dinossauro de grande porte – 13 metros de comprimento – é montado no país. Os demais foram adquiridos no exterior. Do ponto de vista científico, o Maxakalisaurus topai (pronuncia-se machacalisaurus) é o maior dinossauro encontrado até hoje em território nacional. Pesquisas em curso, no entanto, poderão revelar a existência de animais maiores nos próximos meses. Segundo o paleontólogo Alexander Kellner, que coordenou o trabalho de pesquisa e a reconstituição da ossada do ‘gigante mineiro’, o bicho pesava em torno de 9 toneladas e viveu há cerca de 80 milhões de anos. O diretor científico da FAPERJ, Jerson Lima Silva, que participou da cerimônia de apresentação do M. topai, destacou o trabalho dos pesquisadores da instituição e lembrou o impacto que a presença do animal na exposição despertará no público que irá visitar o museu a partir de agora.

"A Fundação se sente honrada em participar desse projeto, em que os recursos disponibilizados foram relativamente pequenos se comparados com o impacto da descoberta", disse. "É preciso despertar a população para a importância da ciência no processo de desenvolvimento do país. Tenho certeza de que a presença do Maxakalisaurus no Rio servirá como vetor importante para a divulgação científica em nosso mais importante centro de pesquisa e divulgação de história natural", completou.

Foto: Grupo de estudantes do programa Jovens Talentos Para Ciência participou da solenidade de apresentação da réplica do dinossauroPara atrair o público à exposição, a direção do Museu Nacional pintou pegadas de dinossauros nos dois acessos no interior do Parque da Quinta que levam ao palácio, sede do museu. Até o dia 12 de outubro, quem for ao museu poderá sugerir um nome popular para o animal, através de um concurso organizado pela instituição. Pela primeira vez, os visitantes cegos terão à sua disposição explicações em braile e poderão ainda tocar na réplica do crânio do M. topai e em um osso de dinossauro original. Um grupo de estudantes de Ensino Médio contemplados pelo programa Jovens Talentos para Ciência, da FAPERJ, participou da cerimônia de apresentação do esqueleto. Os alunos foram levados ao museu pelo coordenador do programa, Jorge Belizário.    

Nome científico é homenagem a tribo indígena mineira

O nome Maxakalisaurus (gênero) topai (espécie) é uma homenagem à tribo indígena mineira ‘Maxakali’ e a ‘Topa’, divindidade cultuada pelos integrantes dessa tribo. Os fósseis foram encontrados na Serra da Boa Vista, a aproximadamente 45 Km da cidade do Prata, no Triângulo Mineiro. As rochas desta localidade pertencem à Formação Adamantina (Grupo Bauru). A equipe do Setor de Paleovertebrados do Museu Nacional/UFRJ realizou quatro grandes escavações entre 1998 e 2002. Ao longo deste período foram coletadas mais de 6 toneladas de blocos contendo restos de dinossauros.

Durante a cerimônia, o pesquisador lembrou que há cerca de mil espécies de dinossauros descritas no mundo. "No Brasil só temos quinze e essa é a quarta espécie de titanossauro encontrada por aqui", disse. Os titanossauros reúnem formas com pescoço e cauda compridos, corpo volumoso e cabeça comparativamente pequena. Eram os principais dinossauros herbívoros do supercontinente Gondwana e os seus representantes são oriundos principalmente da América do Sul, África e Índia. O M. topai pertence ao grupo dos saurópodes, dinossauros herbívoros de pescoço comprido e cabeça pequena, que estiveram entre os maiores animais que já pisaram sobre a Terra.

Através do estudo dos fósseis foi possível reconstituir alguns aspectos da vida do animal, que não estava sozinho: junto com ele foram descobertos dentes de crocodilomorfos e de dinossauros carnívoros. Alguns ossos desta nova espécie possuem marcas de dentes, sugerindo que após a sua morte ele foi alvo de animais carniceiros, possivelmente dinossauros terópodes.

Para o paleontólogo, o país precisa avançar na legislação referente a escavações e obras no subsolo de seu território. "Precisamos ter maior controle dos trabalhos que revolvem o solo dentro de nossas fronteiras e um contínuo financiamento das pesquisas. Só assim poderemos avançar mais rápido no campo da ciência que toca áreas como a geologia e a paleontologia e acompanhar os avanços alcançados em países mais desenvolvidos", disse Kellner.

O artigo científico com a descrição do M. topai foi publicado no Boletim do Museu Nacional (Nova Série – Rio de Janeiro – Brasil) de 11 de agosto de 2006 (Geologia, N 74). A exposição permanente do Museu Nacional está aberta para visitação de terça a domingo, das 10h às 16h, e os ingressos custam R$ 3 (grátis para menores de 5 e maiores de 65 anos; e R$ 1 para crianças de 6 a 10 anos).

Clique aqui para ver dicas de acesso ao Museu.

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