Lançados editais para pós-graduação e regionalização de cientistas

Estão abertas as inscrições para as bolsas de mestrado e doutorado do Programa de Parceria de Pós-Graduação (PPPG) e para o edital Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (DCR). A cerimônia de lançamento do PPPG, fruto de convênio entre a FAPERJ e a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior/MEC), foi realizada na segunda-feira, 21 de agosto, no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no Rio de Janeiro. O programa vai contemplar sete áreas do conhecimento com 150 bolsas, distribuídas entre alunos de mestrado e doutorado. Na ocasião, também foi anunciada uma nova chamada do programa DCR, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A data limite para submissão das propostas prevista no PPPG é 21 de setembro; no caso do DCR, o prazo vai até o dia 29 do mesmo mês.

Autoridades do governo presentes à cerimônia destacaram a importância estratégica da realização de parcerias entre agências federais e estaduais: a união de forças permite mobilizar maiores montantes de recursos para suprir a demanda, no Estado, por profissionais em determinadas áreas do conhecimento. Nesse sentido, o diretor-presidente da FAPERJ, Pedricto Rocha Filho, ressaltou que o mérito do programa vai além do aspecto quantitativo, representado pelo número de bolsas oferecidas pelo PPPG.

“A cooperação entre a Fundação e a Capes é o ponto mais relevante do edital. O programa, junto com o Bolsa Nota 10 – que busca premiar os melhores alunos dos Programas de Pós-Graduação sediados no Estado do Rio de Janeiro e com conceitos 5, 6 e 7 da Capes – são editais estruturantes para a manutenção e consolidação da capacidade científica e tecnológica do Estado”, disse Rocha Filho.

Na cerimônia também foi anunciada uma nova chamada do programa DCR, que visa estimular a fixação de doutores em centros acadêmicos situados fora da capital fluminense. Fruto de parceria entre FAPERJ com o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o programa foi inaugurado em 2004, quando nove propostas foram contempladas.

Durante a solenidade, Jorge Almeida Guimarães, presidente da Capes, descreveu o quadro da pós-graduação no Brasil. Segundo ele, existem atualmente 140 mil alunos de mestrado e doutorado no país, dos quais um terço possui bolsa, enquanto outro terço tem vínculo empregatício, o que impede a solicitação de auxílio por essa parcela de alunos. “O desafio é suprir a necessidade de bolsa da terceira parte restante. Para isso, as parcerias com as agências estaduais são fundamentais. Nós fazemos o diagnóstico da pós-graduação no país e os Estados decidem as áreas prioritárias que precisam sanar”, explicou Guimarães.

Assim foram definidas as sete áreas estratégicas que serão contempladas pelo programa: matemática, biotecnologia (genômica e proteômica), engenharia (ambiental, naval, petróleo e gás), nanotecnologia, biodiversidade da Mata Atlântica, fármacos e ciências do mar. Anfitrião da solenidade, César Camacho, diretor do Impa, destacou a carência de profissionais de matemática no país. “A reivindicação do incremento de matemáticos no Brasil já vem de longa data. Os últimos concursos feitos no Estado deixaram claro como há poucos profissionais nessa disciplina com mestrado e doutorado. Precisamos incentivar a formação de recursos humanos nessa área”, alertou Camacho, que parabenizou a iniciativa.

De acordo com o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza, o edital PPPG representa uma reorientação na política de fomento do Estado, pois é a primeira vez que as bolsas oferecidas para cursos de pós-graduação devem contemplar áreas pré-definidas no edital.

A estratégia foi elogiada pelo presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT), Carlos Aragão. “O recorte que foi dado à escolha das bolsas é muito importante, pois contempla áreas essenciais ao Estado e que precisam ser supridas: a matemática e as engenharias, que são carentes de profissionais com pós-graduação; áreas da política industrial, como biotecnologia, nanotecnologia e fármacos; além de áreas com grande potencial no Estado como o estudo da biodiversidade da Mata Atlântica”, afirmou Aragão.

Para o presidente da Finep, a delimitação das áreas contempladas mostra como é importante que as agências federais se valham da localidade das instituições estaduais, mais capacitadas a detectar demandas, dada a proximidade que mantêm com a comunidade acadêmica e com o setor produtivo. Também estiveram presentes à mesa de cerimônia os reitores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Nival Nunes de Almeida, e da A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Raimundo Braz Filho.

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