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Publicado em: 24/08/2006
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Equipe da UFRJ apresenta réplica de esqueleto de mamífero raro

O Salão Nobre da decania do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) da UFRJ atraiu a atenção de cientistas e estudantes que passavam pelo local nesta terça-feira, dia 22 de agosto. Ali, um grupo de pesquisadores do Departamento de Geologia do Instituto de Geociências da universidade apresentaram ao público a primeira reconstituição na América do Sul do esqueleto de um mamífero que viveu no Paleoceno, período geológico imediatamente após a extinção dos dinossauros (há cerca de 60 milhões anos). O esqueleto, acompanhado de uma pequena exposição de imagens e textos sobre a sua montagem, permanecerá aberto à visitação no local até as 14h de sábado, dia 26 de agosto.

A montagem da réplica consumiu 14 meses de trabalho da equipeO fóssil do Carodnia vieirai, descoberto em 1949, é uma das muitas espécies de mamíferos descobertos na Bacia de São José de Itaboraí, no Estado do Rio de Janeiro, o mais antigo registro brasileiro da irradiação dos mamíferos após a extinção dos dinossauros. "O esqueleto dá a impressão de que a besta tinha cara de mau. Mas, ao contrário, não se tratava de um carnívoro e tudo indica que tinha comportamento dócil", disse Lílian Bergqvist, coordenadora da pesquisa. A montagem do esqueleto consumiu catorze meses de uma equipe de 15 pessoas, e contou com o apoio da FAPERJ.

Antes da apresentação, a pesquisadora fez uma exposição sobre a importância da montagem da réplica para a pesquisa científica. Na cerimônia, participaram da mesa Ângela Rocha, decana do CCMN; Maria Antonieta Conceição Rodrigues, coordenadora do Instituto Virtual de Paleontologia da FAPERJ; João Graciano, chefe do Departamento de Geologia do Instituto de Geociências da UFRJ; Márcia Aparecida dos Reis, do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM); e Antonio Carlos Sequeira Fernandes, presidente do Núcleo RJ-ES da Sociedade Brasileira de Paleontologia.

Com dimensões de uma anta de grande porte, o Carodnia era uma gigante se comparado aos outros mamíferos

Segundo Bergqvist, o animal, do tamanho de uma anta de grande porte, media 2,40 metros de comprimento por 1 metro de altura, e tinha peso aproximado de 400kg. "O Carodnia era um mamífero gigante se comparado à maioria dos demais mamíferos que viveram naquela época", explica Lílian. De acordo com a pesquisadora, os maiores mamíferos que viveram naquela época tinham o porte de um cão fox terrier. As peculiaridades da criatura eram tão notáveis que ele obrigou os cientistas a inaugurarem uma nova ordem de mamíferos na escala zoológica: a ordem Xenungulata (xenos significa ‘estranho’ e ungulata, mamíferos com úngula ou casco).

Reconstituição foi baseada nos fósseis encontrados em ItaboraíFósseis de Carodnia até hoje só foram encontrados em Itaboraí e na Patagônia argentina. No país vizinho, contudo, só foram achados alguns poucos dentes, enquanto de Itaboraí foi recuperado um esqueleto quase completo. Até o momento, nenhum mamífero sul-americano, do início da era Cenozóica (entre 65 – 45 milhões de anos), é conhecido por esqueleto tão completo como o de Carodnia vieirai.

Bergqvist espera que a apresentação do esqueleto ajude a divulgar a importância da bacia sedimentar de Itaboraí. "A fauna de mamíferos da Bacia de São José Itaboraí, por sua diversidade e abundância, é a mais importante de idade paleocênica na América do Sul. O local é bem conhecido pelos cientistas, mas desconhecido pelo público em geral, mesmo pelos que vivem próximos à bacia", diz. "É difícil atrair o interesse da população para a importância dos fósseis de Itaboraí, quando o que se conhece são apenas fragmentos de maxilas e mandíbulas e ossos isolados e desarticulados. Com a montagem do esqueleto de Carodnia vieirai, será mais fácil divulgar a importância da fauna de Itaboraí e chamar a atenção para o projeto de preservação do Parque Paleontológico de Itaboraí", concluiu.

Alunos do programa Jovens Talentos verão esqueleto do Carodnia neste sábado

A pesquisadora Lilian Bergqvist e seu grupo de colaboradoresUm convênio intermediado pela Instituto Virtual de Paleontologia (IVP) da FAPERJ e assinado na sede da Fundação no último dia 10 promete dar novo impulso ao projeto de revitalização do Parque Paleontológico de Itaboraí. Resultado de um acordo celebrado entre a Petrobras e o Instituto Walden – Tempo Homem e Natureza, a iniciativa irá garantir o repasse, pela estatal, de um montante de R$ 268 mil, a ser investido em obras de demarcação do parque e na instalação de um Centro de Formação Profissional que deverá beneficiar moradores da comunidade local. A área do parque, situado no distrito de Cabuçú, a cerca de 30 kms da cidade do Rio de Janeiro, é considerada um dos mais importantes sítios geo-paleontológicos e arqueológicos da América do Sul por registrar fósseis terrestres na idade de 70 milhões de anos.

O Instituto Virtual de Paleontologia – um dos oito do gênero criados e mantidos com o apoio da Fundação – vem trabalhando para garantir a recuperação da área degradada do parque de Itaboraí após 50 anos de exploração mineral. A FAPERJ, através do programa Jovens Talentos, contribui com bolsas para alunos do ensino médio, engajados em projeto de pesquisa desenvolvida no Parque Paleontológico de Itaboraí nas áreas de geologia, paleontologia, arqueologia, arqueologia histórica, educação e meio ambiente. Neste sábado, dia 26, às 11h, 40 alunos do grupo de Jovens Talentos estarão na UFRJ, onde assistirão a uma palestra de Bergqvist e visitarão o esqueleto e a exposição sobre o Carodnia.

No dia 12 de dezembro, o parque irá completar 11 anos desde o anúncio de sua criação em 1995. O projeto original prevê a criação de um museu, de trilhas ecológicas/geológicas, laboratórios e infra-estrutura para os visitantes.Há pouco mais de dois anos que o IVP vem trabalhando em parceria com diversas instituições na recuperação do parque. Com a colaboração do Departamento de Recursos Minerais do Rio de Janeiro (DRM-RJ), por exemplo, foi colocada, em março passado, uma placa indicativa do local na auto-estrada BR-101.

A Bacia Calcária de São José de Itaboraí, apesar de suas reduzidas dimensões, é extremamente rica em fósseis, tendo sido ao longo dos anos objeto constante de estudo por parte de pesquisadores nacionais e estrangeiros. Ali, foram encontrados vestígios da presença do homem pré-histórico, que têm sido utilizados em estudos que visam traçar o roteiro da ocupação humana nas Américas.

Clique aqui para ver mais imagens do Carodnia vieirai

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