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Publicado em: 11/05/2006
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Museu da Maré resgata memória do bairro carioca

Reportagem e fotos: Vinicius Zepeda

Um trabalho de resgate da memória histórica, cultural e religiosa do bairro Maré, empreendido por moradores locais e por uma equipe de alunos e professores universitários, rendeu fruto na manhã de segunda-feira, 8 de maio, quando foi inaugurado o Museu da Maré. Localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, o museu é o primeiro do país construído numa comunidade de baixa renda. Entre os colaboradores do projeto, está o professor da UFRJ Samuel de Mello Araújo, apoiado pelo edital Cientistas do Nosso Estado da FAPERJ.
 

O evento contou com a presença do Ministro da Cultura, Gilberto Gil, que inaugurou o empreendimento, e de diversos representantes do poder público e de movimentos culturais como Afroreggae, Teatro do Oprimido, Corpo de Dança da Maré, entre outros. A celebração foi marcada por apresentações de maracatu, hip hop, reggae e capoeira, realizadas por moradores da região.

 

A equipe coordenada por Araújo, que desenvolve na comunidade o projeto Mapa de práticas musicais, contribuiu com o projeto, coletando fotografias e objetos pessoais relativos à religiosidade. O material foi doado por moradores locais para compor um dos painéis temáticos do museu: Tempo – Fé, Festa e Cultura. Para Araújo, o mapa e o Museu da Maré se complementam. “Trabalhos conjuntos como o mapa e a pesquisa para o Museu só vêm a somar no resgate da cidadania, da dignidade e auto-estima dos moradores, que são fonte viva de material e que, ao colaborarem, passam a valorizar mais sua comunidade e a si próprios”, observa.

 

Entre os diversos maréenses engajados no evento, destacavam-se Rosilene de Matos e Anna Karla de Souza da Silva, ambas ex-bolsistas Jovens Talentos da FAPERJ. Atualmente, a primeira coordena o jornal O cidadão e é estagiária de Comunicação Social do Museu da Vida/Fiocruz. A segunda, recém-formada em Biblioteconomia pela Uni-Rio, é bolsista de iniciação científica da Fiocruz e continua colaborando não apenas com o Museu da Maré, como com o mapa coordenado por Araújo.

Rosilene estava numa grande agitação, orientando sua equipe de repórteres e fotógrafos, e cobrindo o evento. “Apesar da crônica policial vender a imagem de que a Maré é uma espécie de Faixa de Gaza carioca, iniciativas como o Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm) , o jornal O Cidadão, Casa de Cultura, Museu e Corpo de Dança da Maré são exemplos de como somos capazes e ricos em nossa cultura e diversidade”, falou emocionada.

 


A arte de viver da fé



Ainda conhecido pelos cariocas como Complexo da Maré - conjunto formado por 16 comunidades ao longo da Avenida Brasil -, o local ganhou da Prefeitura do Rio de Janeiro, em 1994, o status de bairro, passando a se chamar Bairro Maré. Imortalizada na canção Alagados - sucesso nas rádios, na interpretação do grupo Paralamas do Sucesso em 1986 -, a localidade parece estar hoje bem distante dos versos da canção de autor desconhecido.



As palafitas descritas na música não passavam de uma bela reconstituição histórica do Museu - uma parceria da Ong Ceasm com o IPHAN ( Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e o Ministério da Cultura - para contar as origens do local.

 

“Com este museu e as diversas iniciativas que vêm sendo desenvolvidas em nossa comunidade, desde a ocupação da área na década de 50 e mais fortemente depois de 1997, com a criação do Ceasm, a esperança de que nossos filhos terão orgulho de morar aqui é hoje uma realidade”, falou Cláudia Rose Ribeiro da Silva, colaboradora e uma das fundadoras do Ceasm.

 

O Ministro Gilberto Gil elogiou a força de mobilização dos moradores do local. “O Ministério da Cultura, através do IPHAN, nada mais fez do que apoiar uma série de iniciativas muito ricas e que já vêm sendo desenvolvidas pelos próprios moradores há mais de 10 anos. Meus parabéns ao povo da Maré. Espero que esse seja o primeiro de muitos outros bem sucedidos museus do país em comunidades de baixa renda”, afirmou, antes de descerrar a cortina e inaugurar o museu. Na saída do local, Gil entoou ainda alguns versos de sua canção Parabolicamará, adaptando a letra para mencionar a Maré.


 

O museu é aberto ao público em geral de segunda à sexta-feira, de 9 às 17h e aos sábados, das 10 ás 14h. O endereço é Casa de Cultura da Maré, que fica na Avenida Guilherme Maxwell, 26 – Maré, em frente ao SESI. (Como chegar: Avenida Brasil, sentido Zona Oeste é preciso entrar na 1 rua após os quartéis da Aeronáutica e do Exército, altura da passarela 7.) Outras informações pelo telefone (21) 3868-6748.

 

Para ver mais fotos do evento clique aqui

 

Mais sobre o Museu da Maré: http://www.revista.iphan.gov.br/materia.php?id=104

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