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Publicado em: 09/03/2006
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Comemorações pelo Dia do Paleontólogo celebram a vida

Vinicius Zepeda


O fascínio por dinossauros acompanha Gabriel Monteiro Dourado desde os três anos de idade, quando começou a colecionar miniaturas e livrinhos sobre o tema. Com o tempo, sua paixão cresceu. Hoje, aos 11 anos, é o mais jovem bolsista do Instituto Virtual de Paleontologia da Faperj (IVP). Na sua casa há uma coleção de livros, DVDs, documentários, quase 100 miniaturas, um jogo Supertrunfo- Edição Especial Dinossauros, além de fitas de videogame sobre os mesmos e desenhos emoldurados - que ele próprio faz – destes animais pré-históricos.

Durante as comemorações do Dia do Paleontólogo, realizadas em 7 de março, na Casa da Ciência da UFRJ, um diálogo entre Gabriel Dourado e Cândido Simões Ferreira, o mais velho paleontólogo em atividade do Brasil, representou um encontro de gerações na Paleontologia brasileira, bem de acordo com o tema do evento: a Paleontologia vista não como uma ciência de coisas mórbidas e antigas, mas como um estudo da evolução da vida, do passado até os dias atuais.”A Paleontologia não fala só de coisas velhas e pretéritas. Para ser paleontólogo é preciso, muitas vezes, ser quase um mágico, reconstituir a vida através de fragmentos e muita imaginação”, afirmou Antônio Carlos Siqueira Fernandes, diretor do Núcleo do Rio de Janeiro, da Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP), na mesa de abertura, que iniciou-se com a execução do Hino Nacional.

Após Fernandes, Fátima Brito, diretora da Casa da Ciência da UFRJ, se disse muito feliz em poder ajudar na organização do evento. “Como um local de divulgação e popularização da ciência entre o público leigo em geral, ficamos muito contentes em organizar um evento deste porte na área da Paleontologia, que já vínhamos namorando há tempos”. Ela lembrou a importância de Ismar Carvalho, colaborador do IVP, para a popularização da Paleontologia.”Nós ficamos totalmente seduzidas por suas descobertas. Para o ano que vem já estamos organizando duas exposições de animais pré-históricos descobertos por sua equipe”, acrescentou.

Vitor Francisco Ferreira, assessor da Diretoria Científica da FAPERJ, esteve presente representando a Fundação. Ele lembrou do sucesso e das inúmeras realizações do IVP, primeiro Instituto Virtual criado pela Fundação e um dos mais atuantes. “A repercussão internacional das descobertas de pesquisadores ligados ao IVP e a evolução do trabalho desenvolvido no Parque Paleontológico de Itaboraí são a prova de que a FAPERJ acertou ao criar um Instituto Virtual ligado à Paleontologia”, afirmou.

Ao final da mesa, Maria Antonieta da Conceição Rodrigues, coordenadora do IVP, mencionou o trabalho desenvolvido em Itaboraí que, após mais de 2 anos de muita luta do Instituto, vêm se transformando em realidade. “Este ano formamos nossa primeira turma de 18 bolsistas Jovens Talentos da FAPERJ, treinados para serem guias-mirins e guardiões do Parque. Ainda em 2006 teremos uma nova turma e mais jovens residentes no município serão contemplados. A FAPERJ já se comprometeu conosco a ampliar, ainda este ano, o número de bolsas Jovens Talentos de 18 para 30”, enfatizou, entusiasmada. Antonieta ainda fez uma menção especial à presença de Gabriel Dourado, o futuro paleontólogo que desde o começo do ano vem colaborando com o projeto Tirinhas de Paleontologia. A mesa de abertura ainda contou com a presença de diversas outros pesquisadores do Rio de Janeiro ligados à área. 

 

Paleontologia como uma ciência popular

 

O auditório da Casa da Ciência da UFRJ estava totalmente lotado durante o evento. Chamava a atenção o fato de mais da metade dos presentes serem jovens. Após a mesa de abertura, foi a vez do público prestigiar três palestras. Na primeira, Bioestratigrafia na geologia de reservatórios, Rogério Loureiro Antunes, do Centro de Pesquisas da Petrobras, discorreu sobre aspectos técnicos de amostragem de resíduos fósseis e matérias componentes do solo como indicadores da existência de petróleo. Ele destacou como a parceria da Petrobras com os paleontólogos é importante para a sociedade.

 

Após sua apresentação, Tânia Dutra, da Unisinos (Universidade do Vale dos Sinos, Rio Grande do Sul) discorreu sobre a obra do pesquisador americano Stephen Jay Gold, que tanto contestou, em sua trajetória acadêmica, a defesa das teorias darwinistas de evolução das espécies como as únicas válidas, ao descobrir seres pré-históricos sem nenhuma ligação com qualquer outro. Sua palestra foi recheada de desenhos de seres exóticos que até hoje não sabemos em que local da evolução da vida na Terra se encontram.Tânia reforçou também a importância que o pesquisador deu à popularização da Paleontologia durante sua vida em diversas publicações, com destaque para a série didática Reflexões sobre História Natural.

 


Depois foi a vez de Alexander Kellner, paleontólogo do Museu Nacional da UFRJ e colaborador do IVP, ressaltar a importância da popularização da ciência. Em sua apresentação, falou sobre o seu livro Os senhores do Céu, que será lançado dia 21 de março, na Livraria da Travessa, em Ipanema, a partir das 19 horas. O evento foi encerrado com um coquetel. Depois, um ônibus da Uerj partiu levando paleontólogos e estudantes ao Parque Paleontológico de Itaboraí.

 

Durante a visita ao local, os estudantes e paleontólogos puderam conhecer o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo IVP há dois anos em parceria com diversas instituições. Na auto-estrada BR-101, cruzaram com a placa indicativa do local, que havia sido posta no dia anterior pelo Departamento de Recursos Minerais do Rio de Janeiro (DRM-RJ). Numa casa que funciona como sede e museu do Parque, puderam ver expostas pedras da Bacia Calcária de São José de Itaboraí e ter acesso a uma série de miniaturas, camisas e pôsteres sobre o sítio paleontológico.

 


No local, os paleontólogos e estudantes também tiveram acesso à nona edição do livro Tesouros do Brasil, um projeto do Fundo das Nações Unidas para Educação e Cultura (Unesco). A iniciativa premia ações voltadas para a valorização dos patrimônios histórico, natural, artístico e afetivo brasileiros, empreendidas por alunos de escolas de ensino médio e fundamental e de organizações voltadas para a educação, como a Febem. Em suas páginas, o livro fala sobre o Parque Paleontológico de Itaboraí, além de outros 50 projetos selecionados entre 1300 projetos de todo o Brasil. 

 

Após conhecerem a exposição de rochas e o artesanato local, que havia sido lançado naquele dia, os visitantes desceram as trilhas do Parque junto com os paleontólogos para contemplar a lagoa da Bacia Calcária de São José de Itaboraí.

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