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Publicado em: 01/09/2005
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Terapias avançadas: FAPERJ apóia simpósio internacional

A discussão bioética em torno das terapias gênicas e celulares e o apoio das agências financiadoras a essa modalidade de pesquisa foram os temas que marcaram a participação da FAPERJ no Simpósio Internacional de Terapias Avançadas 2005, realizado nos últimos dias 29 e 30 de agosto, no Hotel Glória, no Rio de Janeiro. Organizado pela Sociedade Brasileira de Biofísica (SBBf) e patrocinado pelas agências FAPERJ, Finep e CNPq, além do Instituto Virtual de Doenças Neurodegenerativas (IVDN) da FAPERJ, o simpósio reuniu cerca de 400 pesquisadores brasileiros e estrangeiros, que trocaram informações sobre terapias avançadas e aplicações da nanotecnologia na área de saúde.

Rocha Filho e LindenPresente à mesa que debateu os aspectos éticos e legais das novas terapias envolvendo células-tronco e as políticas de financiamento público voltadas para essa área, o diretor-presidente da FAPERJ, Pedricto Rocha Filho, informou que a agência fluminense investe no desenvolvimento do setor através do apoio a projetos em diversas modalidades de fomento, como os editais Cientistas do Nosso Estado, Cientista Jovem do Nosso Estado, Primeiros Projetos e Pronex, os Institutos Virtuais, em específico os de Doenças Neurodegenerativas, Fármacos, Nanociência e Nanotecnologia e Bioinformática, além de diferentes bolsas, como a de fixação de doutor, mestrado, doutorado, mestrado e doutorado Nota 10 e iniciação científica. Rocha Filho citou ainda a Rede Rio/FAPERJ, que agora tem uma capacidade de transmissão de um gigabit por segundo, favorecendo a prática da telemedicina e fortalecendo o trabalho de redes de pesquisa.

 

O presidente da FAPERJ disse que as questões a respeito das terapias celulares e gênicas envolvem componentes diversos, como aspectos legais, éticos, antropológicos, culturais e religiosos. “Com os avanços científicos, o mundo de hoje está preocupado em discutir a bioética. Estes dilemas são um grande desafio para o estabelecimento de políticas públicas”, afirmou, lembrando a recente polêmica a respeito do artigo da Lei de Biossegurança que permite o uso em pesquisas de embriões congelados há mais de três anos em clínicas de fertilização. Há cerca de dois meses, o procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, entrou com uma ação de inconstitucionalidade contra esse artigo, argumentando que o uso de embriões fere o direito incondicional à vida, uma vez que serão destruídos no laboratório. Rocha Filho apontou a importância de iniciativas como o Programa de Bioética da Unesco, que engloba 36 países membros do Comitê Intergovernamental de Bioética da entidade, entre eles o Brasil.

 

Também na mesa de debates, o diretor do Instituto de Biofísica da UFRJ, Rafael Linden, coordenador do IVDN, ressaltou a importância da regulamentação das terapias que envolvem modificações genéticas. Segundo ele, essa área experimental demanda altos investimentos em pesquisa básica e em testes clínicos e necessita de financiamento público. “O investimento é estratégico para o Brasil não perder o bonde”, concluiu.

 

Marcelo MoralesO presidente da SBBf e professor do Instituto de Biofísica da UFRJ Marcelo Morales afirmou que o Brasil não foi escolhido como sede deste evento por acaso. “Nosso país está ativamente utilizando terapias envolvendo células-tronco e começa a despontar nas terapias gênicas e na utilização biológica da nanotecnologia”, disse. Morales, que é pesquisador apoiado pelo edital Cientista Jovem do Nosso Estado da FAPERJ, destacou a importância do papel do estado no financiamento de estudos científicos pré-clínicos que darão respaldo ao desenvolvimento de novas terapias. “O comportamento ético é fundamental para garantir a segurança e a precisão das novas terapias, para que não causem mais danos a quem já está sofrendo”, frisou.

 

O pesquisador defendeu o que chama de “círculo virtuoso”: o Estado investe em ciência, a ciência traz novos recursos financeiros e leva à diminuição dos gastos e, com essa economia, o Estado pode investir novamente em ciência. “Um Estado que financia a pesquisa de ponta vai gerar mais riquezas, terá menos gastos no futuro e criará mais possibilidades de ingressar no 1 Mundo”. Ele destacou que a SBBf pôde tomar frente na discussão sobre o papel das novas terapias graças ao apoio das agências financiadoras.

 

O presidente do Conselho Superior da FAPERJ, Reinaldo Guimarães, vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Fiocruz, enfatizou a necessidade de um maior afinamento entre as prioridades da pesquisa em saúde e as prioridades das políticas de saúde do país.

Células-tronco contra derrames

O Brasil será o primeiro país a testar o uso de células-tronco adultas para tratar pacientes de acidente vascular cerebral (AVC). O estudo, iniciado há três anos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o hospital Pró-Cardíaco, foi apresentado no Simpósio Internacional Terapias Avançadas por Rosalia Mendez Otero, pesquisadora do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da UFRJ, e apoiada pelo edital Cientistas do Nosso Estado pela FAPERJ. Sete de dez pacientes já foram testados e nenhum apresentou problemas, indicando que o tratamento é seguro. O próximo objetivo é testar a eficácia da terapia, que tem como alvo pacientes em fase aguda, na primeira semana após o acidente vascular.

Os pacientes recebem células-tronco adultas da sua própria medula-óssea, tratadas em laboratório e injetadas através de um cateter introduzido pela artéria femoral do paciente, na virilha.

 

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