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Publicado em: 21/07/2005
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Reunião da SBPC é realizada em Fortaleza pela terceira vez

Fotos e Reportagem: Paul Jürgens

Para estimular o debate científico em uma das regiões do país que mais necessita de recursos humanos e materiais para vencer os desafios que se opõem ao seu desenvolvimento, a 57 Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) instalou-se esta semana em Fortaleza. Uma ampla agenda de eventos de caráter científico e cultural procura promover a aproximação entre autoridades, cientistas, estudantes e a população local. É a terceira vez que a reunião acontece na capital cearense, que já havia sediado as edições de 1979 e 1989. Segundo os organizadores, a reunião teve mais de 20 mil inscritos e vem atraindo cerca de 12 mil pessoas por dia.

O local escolhido para receber o evento, que termina nesta sexta-feira, dia 22 de julho, foi o Campus do Itaperi, da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Pela primeira vez, a reunião acontece simultaneamente em outra cidade do estado anfitrião. O município de Sobral, no Sul cearense, ganhou uma programação própria, em homenagem aos 100 anos do nascimento de Albert Einstein. Na cidade foi realizada uma das observações científicas mais importantes da história da astronomia, durante o eclipse do Sol de 1919, que confirmou a Teoria da Relatividade elaborada pelo físico judeu-alemão.

FAPERJ faz oitava participação na Reunião
Na cerimônia de abertura, no domingo, 17 de julho, a FAPERJ esteve representada por seu diretor Científico, Jerson Lima Silva. É o oitavo ano consecutivo que a Fundação participa de uma SBPC – que nesta edição tem por tema “Do Sertão Olhando o Mar/Cultura e Ciência”. O estande da FAPERJ está montado na Expociência, evento paralelo à SBPC, com a exposição de mais de 80 títulos entre livros, CDs e vídeos nas mais diversas áreas do conhecimento, todos publicados com apoio do Programa de Editoração da Fundação.

Paralelamente, funcionários do órgão atendem às solicitações do público interessado em conhecer melhor o conjunto de ações da FAPERJ nas áreas de ciência, tecnologia e inovação. A quinta edição do Jornal da FAPERJ está sendo distribuída, disseminando informações sobre as recentes realizações da instituição e assim garantindo a transparência exigida por seu corpo diretor na atual gestão do órgão.

Na solenidade de abertura da reunião, realizada no Teatro José de Alencar, no Centro de Fortaleza, foi prestada homenagem à ex-presidente da SBPC Carolina Bori, falecida em outubro de 2004. O reitor da Uece, Jader Onofre, ex-presidente da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, defendeu na cerimônia a necessidade de mais investimentos em ciência não só no estado como em todo o país.

“É fundamental que esses investimentos venham, como apoio à educação e, conseqüentemente, ao desenvolvimento”, disse. Na edição deste ano, a reunião contabilizará, ao final, mais de 450 atividades, entre palestras, minicursos, conferências, painéis, pôsteres, seminários, encontros etc.

Diretor científico destaca participação da FAPERJ
Três anos depois de sua última participação em reuniões da SBPC, Jerson Lima foi encarregado pela diretoria da FAPERJ de representar a instituição neste que é apontado como o maior evento em ciência do Hemisfério Sul. “É ótimo estar de volta aqui. Se hoje a maioria das áreas do conhecimento já conta com suas respectivas associações, isso se deve também à SBPC, que ao longo de décadas contribuiu de forma decisiva para consolidar essas sociedades”, lembrou. “Hoje esse espaço se transformou num amplo fórum de discussão, em que são debatidas questões mais gerais, e nem por isso menos importantes, como as políticas públicas, a educação e a questão da divulgação científica”, disse o diretor científico da FAPERJ.

Coordenador do Centro Nacional de Ressonância Magnética Nuclear da UFRJ e diretor da área científica da Fundação desde fevereiro de 2003, ele considera muito oportuna a presença da entidade no evento. “A FAPERJ é a segunda fundação de amparo à pesquisa do país no que toca o volume de investimentos, e certamente tem muito a dizer sobre as mais avançadas estratégias da atualidade para estimular o desenvolvimento do setor de ciência, tecnologia e inovação”, disse. Para Lima, o Rio continua na vanguarda em diversas áreas do conhecimento e a presença de pesquisadores fluminenses em eventos como a presente reunião assume grande importância: “O Ceará já possui ótimas universidades, mas o intercâmbio fora do eixo Rio-São Paulo-Minas ainda é fundamental para garantir uma maior circulação de informação e conhecimento dentro do país”, defendeu.

Público visita estande da FAPERJ
Ao longo da semana, o estande da FAPERJ atraiu grande número de estudantes, pesquisadores e interessados nos programas e atividades da Fundação, como as estudantes de Juazeiro do Norte Ana Verônica Barbosa Isidoro, 23 anos, e Regina Vieira dos Santos, 26, ambas alunas do último período de Geografia na Universidade Regional do Cariri, em Crato. As duas cidades, que são vizinhas, ficam na região Sul do estado, a mais de 500 quilômetros da capital. “É a terceira vez que venho a Fortaleza, e isso só foi possível porque tivemos o convite do nosso orientador”, explica Ana Verônica. Ambas participam de pesquisa sobre a percepção ambiental dos romeiros e de todos que tomam parte na romaria em louvor ao Padre Cícero. “Na SBPC Sênior, tive a impressão de que há muitos profissionais e pouco estudantes. É pena. Seria ótimo se outros estudantes como nós, que vivem em localidades distantes, pudessem também estar aqui”, disse Regina dos Santos.

Outro a visitar o estande da Fundação foi Lenício Gonçalves, professor do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Ele orienta alunos de pré-iniciação científica no programa da FAPERJ Jovens Talentos, destinado a estudantes do ensino médio/técnico da rede pública estadual de educação. O programa foi lançado em 1999 e desde julho de 2003 conta com o apoio do CNPq. “A iniciativa do governo com esse programa é excelente”, disse Gonçalves, doutor em Ecologia pela Universidade Federal do Paraná. Para ele, a distância do Campus da Uece do Centro de Fortaleza tem sido um dos principais obstáculos à presença de um maior público na reunião. “Na minha área de pesquisa a reunião não está particularmente forte, mas é uma pena que a distância até seja tão grande, pois isso tem contribuído para esvaziar a reunião”, disse.

Paleontologia fluminense apresenta resultados em conferência
Um dos principais nomes da Paleontologia brasileira, o professor do Museu Nacional/UFRJ Alexander Kellner, que ao longo dos anos tem recebido apoio da FAPERJ por meio de programas da Fundação, fez este ano sua estréia na SBPC. Em sua primeira participação, o pesquisador, autor de algumas das mais importantes descobertas paleontológicas feitas em território nacional, atraiu grande número de interessados à conferência que realizou na segunda-feira, dia 17 de julho. Sob o título de Caçadores de Dinossauros – As descobertas no Brasil, Kellner discorreu, entre outros assuntos, sobre o dia-a-dia do trabalho de campo dos pesquisadores que atuam nessa especialidade e as principais descobertas de dinossauros feitas em solo brasileiro.

Ao final da conferência, alguns dos integrantes da platéia pediram ao pesquisador para explicar a projeção que a Paleontologia nacional vem ganhando nos últimos anos. “O aumento dos recursos canalizados para o setor de ciência nos últimos anos foi a principal razão para o aumento da visibilidade da pesquisa paleontológica no país”, afirmou. Para Kellner, a pesquisa na área tem características vantajosas, já que se trata de um investimento ‘barato’ e de retorno relativamente rápido. “Assim que o fluxo de investimentos aumentou, o número de descobertas cresceu rapidamente”, disse. Ele citou os casos de fósseis como os do Santanaraptor e Thalassodromeus, nos quais teve intensa participação, e de outros como o Amazonsaurus e o Unaysaurus tolentinoi.
 
A experiência do contato com outras áreas do saber parece ter agradado ao pesquisador. “Esse intercâmbio é muito saudável, sobretudo em função da crescente interdisciplinaridade das áreas do conhecimento, e que, por extensão, também encontra desdobramentos na pesquisa científica”, afirmou.

Coordenador do Instituto Virtual de Fármacos participa de simpósio
O terceiro dia do programa de atividades da SBPC contou com a participaçãode um dos expoentes da farmacologia brasileira e fluminense: Eliezer Barreiro. Coordenador do Instituto Virtual de Fármacos (IVF) da FAPERJ, Barreiro participou do simpósio “Química Para o Desenvolvimento Sustentável: do Biodiesel ao Fármaco”. Diante de uma sala repleta, em sua maioria de pesquisadores e alunos de pós-graduação, falou sobre o futuro do setor e os desafios para o País. “É preciso estimular um trabalho de colaboração entre a academia e o setor empresarial produtivo. É aí que o governo entra com ações de fomento, para fazer essa conexão”, disse. 

Fundador do Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Bioativas (LASSBio) da UFRJ, o pesquisador confirmou após o simpósio que participou de todas as reuniões da SBPC nos últimos cinco anos. “As reuniões da SBPC têm esse caráter de desmistificar a ciência para o jovem e isso é muito positivo”, disse. Duas vezes contemplado no programa Cientistas do Nosso Estado da FAPERJ, Barreiro destacou a variedade de áreas do conhecimento no programa do evento. “Essa mistura de áreas e o convívio com outros pesquisadores é muito enriquecedor”, opinou. Com o apoio da Fundação, o IVF tem produzido boletins regulares com as principais novidades do setor de fármacos no Estado do Rio e no país. “Fizemos 15 boletins nos últimos 12 meses, superando nossas próprias expectativas. O último ano de trabalho foi muito produtivo”, disse. Os boletins do IVF podem ser acessados pela página www.ivfrj.ccsdecania.ufrj.br

 

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