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Publicado em: 12/05/2005
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Coordenador do Instituto Virtual de Fármacos desenvolve um “viagra” brasileiro

Vinícius Zepeda

 

Referência na farmacologia brasileira, coordenador do Instituto Virtual de Fármacos (IVF) da FAPERJ,  representante da área de farmácia da Capes e fundador do Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Bioativas (LASSBio) da UFRJ duas vezes contemplado no programa Cientistas do Nosso Estado da FAPERJ, Eliezer Barreiro parece ser a pessoa certa a dedicar-se a um assunto que interessa muito aos dois gêneros: a criação de um “viagra brasileiro” – precisamente o tema que atualmente ocupa boa parte do seu tempo. Em entrevista para o Boletim da FAPERJ, o coordenador do IVF fala sobre essa possibilidade.

  

Como surgiu a possibilidade de desenvolver o “viagra brasileiro” ?

Começamos nossa experiência buscando sintetizar compostos para o tratamento da inflamação e da dor. Esse caminho nos levou a investigar moléculas que combatem depressão e esquizofrenia - as chamadas moléculas dopaminérgicas -, até chegarmos à síntese da Apomorfina, um fármaco que apesar de já existir no mercado, era extremamente caro para o Brasil, pois ainda não detínhamos a tecnologia necessária para sua síntese. Com o domínio dessa tecnologia pela equipe do LASSBio, a primeira medida que tomamos foi patentear essa descoberta para que possamos reduzir substancialmente os custos dessa substância. Minha equipe de pesquisa do LASSBio já vem trabalhando há anos no desenvolvimento de novas moléculas através do uso da química medicinal. Eu mesmo, juntamente com a equipe, sou co-autor de oito depósitos de pedido de privilégio de invenção no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e no Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos (USPTO). 

 

Qual a vantagem desse medicamento em relação ao Viagra?

Além de ser uma tecnologia agora dominada pelo Brasil, a vantagem é que com o uso da Apomorfina a pessoa não corre mais o risco de infartar. Ao sintetizarmos a Apomorfina, começamos a perceber que ela não produzia efeitos colaterais no SNC (sistema nervoso central) e que ainda aumentava o estímulo sexual. Isso é uma vantagem em relação ao Viagra  - que é cada vez mais consumido indiscriminadamente não só por pessoas de meia idade, mas por muitos jovens interessados em provar sua performance sexual. O problema é que o uso indiscriminado pode causar sérios danos em doentes cardíacos.  É bom lembrar que muitos nem sabem que têm esses distúrbios.  Em alguns casos, o consumo excessivo pode levar a uma parada cardíaca, às vezes irreversível, levando à morte não só adultos, como jovens que têm consumido ilegalmente o Viagra.

 

Em que estágio encontra-se a pesquisa?

Estamos bem adiantados. Acredito que em quatro ou cinco anos já teremos esse medicamento disponível no mercado. Nós do LASSBio fechamos uma parceria com uma grande indústria farmacêutica e já passamos da primeira fase de ensaios clínicos em animais - com a produção de moléculas em gramas - para a fase de testes em homens – produção de moléculas em quilos. Com essa parceria já temos a tecnologia necessária para produzir até 10 quilos de Apomorfina para o primeiro ano de ensaios clínicos em humanos. Se os testes avançarem, esse processo pode se acelerar ainda mais. Podemos atrair o apoio de joint-ventures com empresas farmacêuticas internacionais para a produção. Essas pesquisas nos dão credibilidade internacional na área de farmácia e levam o Brasil a ser visto como descobridor de medicamentos, e não mais apenas como comprador.

 

Qual será o custo do “viagra brasileiro” no mercado?

Não será caro. A química que utilizamos para sintetizar essa molécula é uma química clássica, dessas tradicionais de qualquer laboratório de pesquisa. Além do mais, como já disse, hoje já temos a tecnologia necessária para produzir a Apomorfina.

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