O seu browser não suporta Javascript!
Você está em: Página Inicial > Comunicação > Arquivo de Notícias > Estudo vai revelar critérios de aprovação de projetos
Publicado em: 28/04/2005
ATENÇÃO: Você está acessando o site antigo da FAPERJ, as informações contidas aqui podem estar desatualizadas. Acesse o novo site em www.faperj.br

Estudo vai revelar critérios de aprovação de projetos

Mario Nicoll

 

Uma das situações mais desagradáveis para um pesquisador é nem ao menos tomar conhecimento do porquê de não ter aprovado um projeto de pesquisa, seja para apresentação em um encontro científico, para publicação em um periódico, ou para a outorga de uma bolsa. Mesmo quem transita com certa facilidade pelo universo da pesquisa, na maioria das vezes, ignora quais os critérios utilizados para a avaliação dos projetos que porventura tenha apresentado. Contemplado pelo programa Cientistas do Nosso Estado, o estudo de Menga Lüdke, do Departamento de Educação da PUC-Rio, procura esclarecer o desafio contido na questão que lhe serve de título: “o que conta como pesquisa?”.

 

Essa é a terceira etapa de um estudo mais abrangente sobre as relações entre o professor da educação básica e a pesquisa. A primeira focalizou as atividades de pesquisa de professores em escolas que reúnem algumas condições especiais para tanto. O resultado está no livro O Professor e a Pesquisa, publicado pela Editora Papirus em 2001. Na segunda etapa, os pesquisadores interrogaram os formadores de professores da educação básica, em cursos de licenciatura. A abordagem foi sobre a importância da prática de pesquisa e da formação para ela nesses cursos.

 

Agora, o que se pretende é detectar quais as razões que levam membros de comitês selecionadores de pesquisa a considerarem um trabalho como merecedor dessa qualificação e outros não. O foco é a partir da perspectiva de quem decide o que conta como pesquisa. É saber como decidem as pessoas encarregadas de atribuir ou não recursos a uma pesquisa apresentada por um professor.

 

“O que levam em consideração para decidir se se trata ou não de uma pesquisa? Independente da concepção que tenham de pesquisa, o que realmente pesa no momento de decidir a respeito da proposta?”, indaga Menga, cuja proposta se volta para o sujeito encarregado de orientar o destino do que o professor apresenta como sua pesquisa. “Do julgamento desse juiz, ou juízes, depende a história imediata dessa proposta, ou desse relatório, que receberá ou não o recurso, será ou não divulgado, enfim, terá ou não aumentadas suas chances de cumprir o destino a que se propôs”, avalia.

 

O estudo pretende levantar, junto a membros de comitês julgadores, quais os elementos que levam em conta ao aprovarem trabalhos de pesquisa de professores para receberem financiamento, ou para serem aceitos para publicação em periódicos e apresentação em encontros científicos. A pesquisadora tentará obter junto a esses juízes qual a sua concepção de pesquisa de modo geral e em relação à pesquisa feita pelo professor da educação básica. Com isso, poderá obter informações mais precisas sobre o papel da pesquisa no trabalho do professor da educação básica.

 

A partir das informações fornecidas, será composta uma visão sobre a atuação dos diferentes órgãos de apoio e estímulo à pesquisa do professor. O intuito também é procurar, a partir dos elementos indicados pela investigação, contribuir para a discussão de critérios amplos que possam abranger os vários tipos de pesquisas realizadas na área de educação em todos os níveis de ensino.

 

Como será o estudo

A investigação se desenvolverá a partir de quatro etapas: na primeira serão selecionados exemplos de pesquisas realizadas por professores da educação básica, buscando obter o maior número possível de informações sobre eles. A segunda vai selecionar juízes que possam compartilhar seu processo de julgamento a respeito dessas pesquisas.

 

“Tenho procurado discutir meu objeto de estudo com colegas que têm longa experiência de pesquisa e preocupação com o tema, alguns tendo participado, como eu, de comitês assessores de instituições científicas ou financiadoras de projetos como o INEP, o CNPq e a FAPERJ”, revelou a pesquisadora, que também tem mantido encontros com colegas que fazem parte de conselhos científicos de periódicos e de encontros científicos.  “Vários desses colegas já se mostraram interessados no tema em estudo e disponíveis para participarem”, adiantou.

 

Na terceira etapa será solicitado a cada juiz que examine os trabalhos selecionados na primeira etapa e emita o seu parecer, explicitando o que levou em conta para chegar até ele. Na quarta etapa serão feitas entrevistas com cada juiz no momento da recepção dos seus pareceres.  “Procuraremos obter informações sobre sua visão de pesquisa em geral e sobre o papel que ela desempenha junto ao trabalho do professor da escola básica. Procuraremos conhecer sua visão sobre a atuação dos diferentes órgãos de apoio e estímulo à pesquisa do professor”, explicou.

 

Os resultados do trabalho de Menga Lüdke poderão ajudar a delinear uma imagem do universo no qual transitam os professores e seus trabalhos de pesquisa. Os interessados poderão conhecer como se dá a filtragem efetuada nos órgãos julgadores, com a sua multiplicidade de critérios. “Estaremos assim contribuindo para desvelar a cultura de pesquisa na qual estamos envolvidos, o que pode ser de utilidade para a formação de futuros professores e pesquisadores, assim como para os que já estão iniciando suas carreiras nas atividades de pesquisa”, observou Menga.

Compartilhar: Compartilhar no FaceBook Tweetar Email
  FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
Av. Erasmo Braga 118 - 6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - Cep: 20.020-000 - Tel: (21) 2333-2000 - Fax: (21) 2332-6611

Página Inicial | Mapa do site | Central de Atendimento | Créditos | Dúvidas frequentes