Muito usado em tratamentos de transtorno bipolar apesar de não se conhecer bem o seu funcionamento, o lítio começa a ter seu mecanismo de ação decifrado. A pesquisadora Mónica Montero Lomelí, do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ, e sua equipe, descobriram que a droga afeta uma substância ligada ao armazenamento de energia no organismo – a enzima fosfoglicomutase (ou PGM, na sigla inglesa). A PGM é responsável pelo metabolismo da galactose, o açúcar do leite, e co-responsável pela regulação do glicogênio, forma na qual a glicose - principal combustível dos seres vivos - é armazenada pelo corpo. Ela pode ajudar a desfazer reservas de glicogênio, transformando-as em glicose, ou a estocar o excesso de glicose como glicogênio.
A pesquisa mostrou que, na levedura Saccharomyces cerevisiae, o micróbio usado para fermentar pão, o lítio reduz a produção da fosfoglicomutase. Já em humanos, a pesquisa verificou o contrário: a PGM estava mais ativa em pacientes que usavam lítio do que nos que tomavam outro medicamento. "Parece que é um processo duplo: no início a enzima é inibida e depois o organismo responde aumentando a produção dela", afirmou a pesquisadora ao jornal Folha de S. Paulo, que no dia 10 de março deu grande destaque ao seu estudo, apoiado desde 2002 pela FAPERJ, no programa Cientistas do Nosso Estado, e também pelo CNPq.
Segundo Mónica, a hipótese é que o remédio afetaria a ação do glicogênio no cérebro, controlada pelas células gliais, as "ajudantes" dos neurônios. Ela acredita que outras enzimas além da PGM também sejam afetadas pelo lítio. Se agíssemos seletivamente apenas sobre ela, diminuiríamos os efeitos colaterais do medicamento", disse ao jornal.
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