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Publicado em: 04/03/2005
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FAPERJ apóia gama variada de pesquisas sobre a mulher

Nesta semana do Dia Internacional da Mulher, a FAPERJ faz uma radiografia sobre sua relação com a mulher e descobre pontos fortes e outros a desenvolver.

Entre os pontos que merecem destaque estão os investimentos em pesquisas sobre a mulher nas mais diversas áreas do conhecimento. Quase R$ 23 mil são destinados mensalmente a bolsas de estudos – e muitos outros milhares apóiam projetos contemplados em auxílios.

 

Na área biomédica, merece citação o estudo conduzido pelo professor Franklin David Rumjanek, do Departamento de Bioquímica Médica da UFRJ, sobre a relação entre genes e o câncer de mama. O projeto “Caracterizações de Mutações nos genes BRCA 1 e 2 numa população de mulheres com câncer de mama no Rio de Janeiro - aplicações para intervenções profiláticas e estudos sobre o impacto psico-social” estuda pacientes atendidas pelo serviço de ginecologia do Hospital do Fundão. Com um auxílio de R$ 175 mil, a pesquisa terá duração de dois anos e os primeiros resultados deverão ser apresentados a partir de julho, quando o estudo completar um ano.

 

O câncer de mama também é o tema da tese de mestrado em enfermagem de Vera Lúcia Souza das Chagas Nogueira, na Uerj. Ela estuda a interação social da mulher com seu núcleo social após o diagnóstico da doença.

 

Num país recordista no número de cesarianas, pesquisas sobre a qualidade da assistência ao parto normal e a atuação dos profissionais obstetras são fundamentais. Este é o foco da pesquisa de Iniciação Científica da estudante de enfermagem da UFRJ Beatriz Cabral Pereira, que acompanhará o trabalho de médicos e enfermeiros em maternidades públicas do Rio de Janeiro.

 

Do nascimento ao envelhecimento, a sexualidade feminina é um tema que vem ganhando cada vez mais espaço entre os estudos e pesquisas apoiados pela FAPERJ. Sob um enfoque antropológico, as alunas da Escola de Serviço Social da UFRJ Claudia Pontes Porto e Michelle Terra Esperandio de Sá desenvolvem o estudo “Mulheres, sexualidade e envelhecimento”.

 

Voltando à área de saúde, a Fiocruz desenvolve uma linha de pesquisa sobre a incidência de doenças sexualmente transmissíveis em mulheres infectadas pelo vírus HIV no Rio de Janeiro. O alto nível das pesquisas em HIV/Aids faz do Rio de Janeiro uma referência nacional e internacional nesta área.

 

Ainda na Fiocruz, desta vez no Departamento de Pesquisa, a historiadora Luciana de Araújo Pinheiro investiga a relação entre gênero e ciência, enfocando a carreira e a profissionalização em três centros de pesquisa do Rio de Janeiro: o Instituto Oswaldo Cruz, da Fiocruz, o Museu Nacional e o Instituto de Biofísica, ambos da UFRJ.

 

A participação feminina no mundo do trabalho também é tema de pesquisa do Departamento de Ciências Sociais da Uerj. As pesquisadoras Clara Araujo, Maria Celi Ramos da Cruz Scalon e Ana Maria Lustosa Caillaux estudam as relações de trabalho e gênero no âmbito da família no Brasil e no exterior, em abordagem comparativa.

 

A própria participação feminina em editais da FAPERJ já foi e continuará sendo foco de atenção. Um caso que indica ainda haver desequilíbrio entre as presenças feminina e masculina na produção científica, é o edital Cientistas do Nosso Estado, voltado para pesquisadores em topo de carreira. Dados computados em quatro desses editais, realizados de 1999 a 2002, mostrou menor demanda feminina e ainda menor aprovação: entre os inscritos, 36% eram mulheres e 64% homens. Entre os aprovados, a diferença foi ainda maior: 74% de homens contra 26% de mulheres. “É um dado ao qual temos que estar atentos”, ressaltou o presidente da FAPERJ, Pedricto Rocha Filho.

 

Valorizar e difundir a produção cultural e científica feminina é o objetivo de um amplo projeto do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), que reúne bolsistas de diversas áreas do conhecimento. Intitulado Memória Viva, o projeto visa rastrear e divulgar a trajetória, os avanços e a história da mulher brasileira, da cidade ou do campo, em suas diversas faces, através do registro feito em áudio e vídeo de depoimentos de mulheres que, em distintas épocas e provenientes de camadas sociais diferentes, conquistaram espaço na sociedade atuando significativamente na área política, social, cultural ou econômica, lutando por sua cidadania e pela construção do país. Apoiado pela FAPERJ desde 2003, o projeto já colheu 22 depoimentos em vídeo de mulheres que marcaram presença na história do país, como Zezé Motta, Elza Monnerat, Jacqueline Pitanguy, Ana Arruda Callado e Ana Lipke. “O Memória Viva não existiria sem a FAPERJ”, afirma a coordenadora do projeto, Isabel Miranda. No dia 10 de março, será lançado o depoimento da feminista Rose Marie Muraro, dirigido por Eunice Moraes Gutman. O evento será às 19h no Cedim (Rua Camerino, 51, no Centro do Rio de Janeiro).

 

Outros aspectos da essência feminina, como erotismo, religiosidade e fé também são assuntos valorizados pela FAPERJ. Exemplo disso é o apoio ao doutorado em Literatura Comparada na Uerj de Luisa Chaves de Melo, que tem como tema a mulher na obra de Jorge Amado e Nelson Rodrigues. Já o desejo e a feminilidade em Freud são tema do doutorado de Luciana Leila Fontes Vieira, também na Uerj.

 

Na área da teologia, vale destacar a pesquisa de Gloria Josefina Viero, “Inculturação da fé no contexto do feminismo”. "Inculturação" é um termo teológico cunhado recentemente, usado para falar da relação entre fé e cultura. “Quando um grupo humano recebe a fé cristã dentro do horizonte de sua cultura, reinterpretando a fé recebida e recriando a tradição cristã, chamamos de inculturação”, explica Glória. Segundo ela, à medida que o feminismo entra nas Igrejas cristãs, interfere na compreensão e na prática da fé em todos os âmbitos: na interpretação da bíblia, na imagem de Deus, na compreensão cristã de humanização, na linguagem religiosa e teológica, nas relações, nas estruturas da Igreja etc. “O feminismo cristão influi na experiência da fé. Ele critica o cristianismo patriarcal, mas também colabora para trazer à luz o potencial libertador da religião cristã para as mulheres”, diz. Para Glória, os caminhos bíblicos da sabedoria, reapropriados numa perspectiva feminista, são marcos teológicos referenciais de uma vida cristã integradora, centrada em relações mais igualitárias e recíprocas.

 

A pesquisadora defenderá sua tese de doutorado “Nota 10” da FAPERJ na PUC-Rio em 08 de março - Dia Internacional da Mulher - às 14h, na Sala do Conselho Universitário, segundo andar do Prédio Kennedy, em evento aberto aos interessados.

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