Campos é o tema da terceira edição do Rio de Janeiro em Mapas

Pela primeira vez o projeto Rio de Janeiro em Mapas retrata uma região situada além dos limites da capital fluminense: Campos dos Goytacazes. Com apoio da Fundação Estadual do Norte Fluminense (Fenorte), o município ganha um mapa e um catálogo com informações sobre instituições, construções e monumentos localizados na região.

Fundada em 1677, Campos dos Goytacazes dista 286 km da capital do estado e tem cerca de 400 mil habitantes. A cidade reúne edificações em estilo neoclássico e art-noveau, além de construções próprias da arquitetura religiosa. O catálogo traz a história de prédios localizados na região e um amplo serviço sobre as entidades de pesquisa, igrejas, solares, museus, usinas, centros culturais e outras instituições. São fornecidos os horários de funcionamento, endereços, telefones e outras informações úteis a quem deseja visitar os locais.

Coube à ilustradora Mariana Massarani recriar os principais logradouros e atrações históricas de Campos dos Goytacazes. O traço delicado e vibrante da artista fez uma saborosa releitura do clima interiorano e de construções como o Solar Pirapetinga, o Asilo do Carmo, o Solar da Baronesa, a Villa Maria e a Igreja de Santa Efigênia.

“Esse projeto ajuda a valorizar a cidade, a despertar a curiosidade de quem não conhece os tesouros do próprio lugar em que mora”, disse Massarani, cujos desenhos originais estarão expostos de 27 de janeiro a 27 de fevereiro, no Museu da República, no Palácio do Catete.

A exposição traz também os mapas das três edições do projeto Rio de Janeiro em Mapas, que tem o objetivo de divulgar as principais construções, logradouros e instituições de um bairro ou cidade sob o ponto de vista histórico, cultural e arquitetônico. Depois de a região central da cidade do Rio de Janeiro ser retratada pela paleta de Jorge de Salles, o mapa seguinte focalizou os bairros de São Cristóvão, Benfica e Mangueira, e teve a assinatura do pintor naif J. Araújo.

Para a arquiteta Mônica de Lima Monteiro, a edição dedicada a Campos representou a oportunidade de resgatar parte da história do município onde nasceu. É ela a responsável por manter a fidelidade arquitetônica na transposição das construções para o mapa. Ao percorrer locais como o bucólico Jardim do Liceu e seu entorno, Mônica pôde reviver parte da sua infância.

O projeto teve também a participação da historiadora campista Ana Angélica Vieira Dias Nazareth, responsável pelo trabalho de pesquisa sobre os locais destacados. “Me senti envolvida pela pesquisa. Descobri que há muitas pessoas ligadas ao passado de Campos. E é gratificante constatar o quanto elas foram generosas ao prestarem as informações”, avaliou.

O diretor-presidente da FAPERJ, Pedricto Rocha Filho, apoiou com entusiasmo a idéia de levar o projeto para o interior: “O mapeamento de Campos faz parte da política de interiorização das ações da FAPERJ. Ele traz em seu bojo a valorização do patrimônio cultural do interior”, disse.

A próxima edição do Rio em Mapas deve contemplar Santa Teresa - antigo e tradicional bairro carioca que abrigou de tamoios a hippies, nobres e intelectuais, e que hoje atrai grande público graças a eventos como o Arte de Portas Abertas, quando os artistas do bairro abrem seus ateliês para visitação. A previsão é de que o lançamento aconteça ainda este semestre.

Com tiragem de 1.500 exemplares, o catálogo e o mapa de Campos dos Goytacazes serão distribuídos gratuitamente para escolas públicas, bibliotecas e outros interessados. As solicitações podem ser feitas à FAPERJ, pelo telefone (21) 2333-2000.

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