Mapa de Campos abre parceria FAPERJ/Museu da República

Fotos de Vinicius Zepeda

O Palácio do Catete, residência de diversos presidentes, sede de governos, palco de importantes acontecimentos históricos e casa de cultura como Museu da República, agora é também uma casa da ciência. Convênio assinado nesta quinta-feira, 27 de janeiro, entre a FAPERJ, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro (Secti) e o Museu permitirá a realização de encontros de pesquisadores, conferências, exposições, seminários e outros eventos de C&T nas dependências do Palácio.

Para celebrar o convênio, foi realizado no Museu o coquetel de lançamento da terceira edição do projeto Rio em Mapas, da FAPERJ, que desta vez retratou a cidade de Campos dos Goytacazes sob o olhar da ilustradora Mariana Massarani. Pela primeira vez, o projeto, que registra instituições, construções e monumentos de regiões do estado em mapa e catálogo, enfocou o interior do estado, contando também com o apoio Fundação Estadual do Norte Fluminense (Fenorte).

O acordo prevê investimentos da FAPERJ para o aparelhamento do antigo restaurante e da galeria de arte contemporânea do museu. Estarão disponíveis à comunidade científica e acadêmica uma sala de conferência com mais de cem lugares, uma sala multimeios, duas salas de apoio para reuniões e palestras para o público, além de salas para exposições temporárias.

O diretor do Museu, Ricardo Vieiralves de Castro, é um entusiasta da nova iniciativa e considera excelente que o local, o segundo museu em visitação do país, depois do Imperial, em Petrópolis, se torne um espaço para a difusão de ciência no Rio de Janeiro. “A parceria será muito profícua”, afirmou.

Em seu discurso, Vieiralves fez questão de lembrar que o diretor-presidente da FAPERJ, Pedricto Rocha Filho, teve papel fundamental para o museu nos anos 80, quando a integridade física do Palácio foi ameaçada pelas obras do Metrô. “Ele foi o engenheiro que, com um ato de ousadia e grande competência, impediu que a casa desabasse”, resumiu. Ele anunciou que uma futura exposição sobre o prédio contará a passagem sobre a obra bem sucedida.

Rocha Filho vê com satisfação o fato de a FAPERJ estar lançando o Mapa de Campos nessa belíssima edificação histórica. “Agradeço ao Museu da República essa oportunidade.  Hoje estamos realizando o primeiro ato público da FAPERJ em 2005. Para nós, isso representa um ano bem iniciado”, simbolizou.  

Representando o governo federal, Ildeu de Castro Moreira, diretor do Departamento de Divulgação Científica da Secretaria de Inclusão Social do Ministério de Ciência e Tecnologia,  disse que tem bastante interesse em aproveitar a iniciativa. “É importante a articulação entre as esferas federal, estadual e as instituições para atrair os jovens para os espaços públicos e promover a discussão da ciência de uma forma mais interessante, mais aberta e mais viva”, propôs.

Ildeu lembrou que, uma antiga iniciativa da FAPERJ – o Mapa da Ciência – começa a servir de inspiração para outros estados. “O Rio Grande do Sul já fez o seu e Brasília está para lançar. Essa é uma iniciativa que deve ser copiada por todos os estados”, opinou. O Mapa da Ciência a que Ildeu se referiu foi publicado inicialmente em 1999 e já está em sua terceira edição. A publicação, bilíngüe (português/inglês) é lançada em três mídias - impressa, CD Rom e online -, mostra quais são as instituições ligadas a Ciência e Tecnologia e onde elas estão localizadas no mapa do estado, da capital e do Centro do Rio. 

O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza, considera o mapa uma justa homenagem a Campos dos Goytacazes. “Já inserida no cenário científico brasileiro, Campos é hoje o segundo complexo universitário do estado, perdendo apenas para a capital”, disse.  De acordo com o secretário, a cidade do norte fluminense tem atualmente 19 mil estudantes matriculados em diversas universidades.

Wanderley de Souza também anunciou alguns projetos. “O Ciência em Cena, um dos destaques da secretaria no ano passado, deverá ocupar esse novo espaço. Em fevereiro, também estaremos realizando aqui um grande fórum para traçar um diagnóstico da ciência fluminense e apontar os rumos para os próximos 10 anos”, adiantou.

Homenageada no evento, a artista Mariana Massarani, ilustradora do mapa,  explicou que recebeu da FAPERJ um material detalhado, que facilitou bastante o seu trabalho. “As fotos das edificações a serem ilustradas já estavam posicionadas no mapa”, contou. Ela acrescentou que teve uma ótima impressão de Campos.

O evento também foi uma oportunidade para a confraternização entre as três equipes envolvidas na produção dos mapas (do Centro do Rio, de Sâo Cristóvão, Mangueira e Adjacências e de Campos dos Goytacazes).

Clique aqui para ver a galeria de imagens do mapa e do catálogo de Campos dos Goytacazes