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Publicado em: 06/05/2021
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Pesquisa identifica porque inflamações sistêmicas aumentam o risco para Doença de Alzheimer

Claudia Jurberg

Células da imunidade inata do cérebro, denominada
microglia (vermelho), atacam proteínas sinápticas
(verde) no sistema nervoso central de animais
submetidos à um modelo de sepse grave (CLP) 

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) acaba de ter um artigo aceito para publicação em no prestigioso periódico internacional Brain, Behavior and Immunity. No artigo, descrevem como a sepse – uma resposta inflamatória sistêmica, com alta mortalidade – pode impactar no desenvolvimento de memória (ou déficit cognitivo) associado à doença de Alzheimer.

A equipe, liderada por Claudia Figueiredo, da Faculdade de Farmácia da UFRJ, procurou compreender desfechos tardios da sepse, avaliando se animais que sobrevivem a quadros infecciosos graves teriam maior susceptibilidade ao desenvolvimento de déficit cognitivo associado à doença de Alzheimer.

Os resultados, segundo Claudia, mostram que inflamações sistêmicas, como por exemplo as que ocorrem nas infecções bacterianas ou na Covid-19, podem ativar o treinamento imunológico, aumentando o risco para desenvolvimento de prejuízo de memória e alterações neuropatológicas semelhantes as que ocorrem na doença de Alzheimer.

"A memória imunológica é um importante traço evolutivo que promove a adaptação do organismo frente a reexposição a diferentes insultos. Entretanto, este treinamento por estar associado com maior risco para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas", explica Claudia. Os autores identificaram, pela primeira vez, que uma inflamação sistêmica grave, induzida pela sepse, condiciona as células de defesa do cérebro a reagir de maneira exagerada a um pequeno acúmulo de proteínas relacionadas com a doença de Alzheimer. Este mecanismo é o treinamento imunológico ou memória imune inata.

Claudia Figueiredo: grupo de pesquisa
liderado por ela teve artigo publicado
no periódico 
Brain, Behavior and
Immunity (Foto: Divulgação)

O estudo foi desenvolvido em camundongos de laboratório. Os sobreviventes à sepse foram submetidos a um modelo brando de doença de Alzheimer após recuperação do quadro infeccioso. O modelo consiste em uma injeção no cérebro de camundongos de baixas concentrações uma substância associada à origem da doença de Alzheimer em seres humanos. A substância consiste em pequenos fragmentos (oligômeros) da proteína beta-amiloide, os quais são precursores dos danos celulares em áreas do cérebro relacionadas a formação de memória.

"Nossos achados abrem novos caminhos para o desenvolvimento de estratégias capazes de prevenir e/ou diminuir o risco para o desenvolvimento de  doenças neurodegeneraticas", ressalta Claudia. "Este estudo enfatiza a importância de um acompanhamento neuropsicologico prospectivo dos pacientes acometidos por doencas inflamatórios graves, como a sepse e a covid-19", acrescenta.

O trabalho é fruto da dissertação de mestrado da aluna Virginia L. De Sousa, do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, e o estudo foi realizado por pesquisadores de Núcleo de Neurociências da Faculdade de Farmácia da UFRJ com a colaboração de pesquisadores dos institutos de Biofísica Carlos Chagas Filho e Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, da mesma universidade, e recebeu auxílios da FAPERJ para a sua realização. Para a surpresa dos pesquisadores, camundongos sobreviventes à sepse e que receberam doses não tóxicas de oligômeros de beta-amiloide no cérebro apresentaram maior susceptibilidade ao déficit cognitivo quando comparados com animais que não foram submetidos a sepse.

O artigo já está disponível online (In press, journal pre-proof) e pode ser consultado em https://bit.ly/3ahemqC.

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