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Publicado em: 05/11/2020
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Pesquisador cria empresa para produzir colágeno a partir de vieiras

Cláudia Jurberg

Espécies marinhas durante processo de secagem, em
estufa, em 
laboratório na UFRJ (Fotos: Divulgação)

Espécies marinhas podem oferecer um alto valor agregado tanto na fabricação de cosméticos, como na produção de medicamentos e na indústria alimentícia. Compostos comuns para a fabricação destes itens, os colágenos podem ser obtidos de diferentes fontes animais, como o colágeno bovino e suíno. Porém, podem provocar alergia e doenças autoimunes, além de serem potenciais vetores de doenças transmissíveis, como encefalopatia espongiforme bovina, febre aftosa, entre outras. Já os de fonte marinha, normalmente presentes em partes destes animais descartadas pelos aquacultores, são compostos com baixo risco de transmissão de doenças aos seres humanos.

Pensando nisso, o pesquisador Felipe Castro de Oliveira de Brito Teixeira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), propôs projeto para alavancar uma empresa de biotecnologia, na área de produtos naturais extraídos de espécies marinhas: a Grisea Biotecnologia. O autor do projeto foi um dos contemplados com uma bolsa dentro do edital Doutor Empreendedor: Transformando conhecimento em Inovação, da FAPERJ.

Uma das ideias, segundo Felipe, é produzir colágeno a partir das vísceras da espécie Nodipecten nodosus, popularmente conhecido como vieira, cultivado em larga escala por aquacultores no Rio de Janeiro, cujas vísceras são normalmente descartadas após a retirada do músculo, que é vendido para restaurantes. “No laboratório que eu trabalhei, da Iniciação Científica ao doutorado, a principal linha de pesquisa buscava extrair um tipo especial de açúcares presentes em amostras de invertebrados marinhos e testar a sua atividade biológica. Estes açúcares, presentes em diversas partes da anatomia destes animais, frequentemente apresentam alguma atividade anti-inflamatória, anticoagulante, antitumoral, antiviral, entre outras”, explica Teixeira.

Felipe Teixeira: de acordo com o pesquisador, o projeto prevê  a utilização das
partes dos animais que não são utilizadas
comercialmente como fonte para a
extração de moléculas únicas, para 
que possam se transformar em bioprodutos

Agora, ele terá direito a uma bolsa, como prevê o edital, para despesas de subsistência, e uma bolsa de Iniciação Tecnológica, para contratar um graduando na área do projeto, por até 24 meses. Além disso, receberá um auxílio de até 50 mil reais para adquirir itens necessários ao desenvolvimento inicial da empresa. Em contrapartida, o edital demanda que os contemplados se instalem em algum mecanismo de geração de empreendimentos inovadores. No caso do Teixeira, a empresa Grisea Biotecnologia, que contará ainda com uma parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Para o diretor de Tecnologia da FAPERJ, Maurício Guedes, o edital Doutor Empreendedor, que investirá R$ 5 milhões em projetos inovadores, visa avançar em uma mudança cultural no Brasil. “Ao contrário do que se imagina entre nós, a maior parte dos pesquisadores no mundo trabalha em empresas. Somos recordistas mundiais em concentração de pesquisadores nas universidades. Isto nos posiciona bem no ranking mundial da produção científica, mas ficamos numa posição vergonhosa quando se fala em capacidade de inovação da economia. Este edital mostra aos jovens doutorandos que buscar a transformação de conhecimento em emprego, renda e produtos inovadores é uma opção de carreira extremamente nobre e desafiadora, afirma Guedes.

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