Rio Inovação: outorga em tempo recorde

Depois de pouco mais de 11 meses de um processo de seleção que envolveu a FAPERJ, secretarias de estado, consultores externos e técnicos, a Fundação anunciou sábado, 20 de novembro de 2004, a lista dos contemplados no edital Rio Inovação. Na véspera, a diretoria da instituição, reunida, referendou o resultado encaminhado pela Diretoria de Tecnologia, responsável pelo exame e seleção final dos concorrentes. Vinte das 108 propostas encaminhadas inicialmente à Fundação foram aprovadas, enquanto outros projetos ainda dependem de exame jurídico para aprovação. A outorga dos 20 proponentes, realizada em tempo recorde, foi realizada nesta quarta-feira, 24 de novembro, no Palácio Guanabara (clique aqui para ler reportagem). Para ver a lista completa dos contemplados clique aqui.

O edital, pioneiro do gênero no país, coloca o Rio de Janeiro na vanguarda do amplo movimento de apoio à inovação observado hoje no sistema brasileiro de ciência e tecnologia � sublinhado pela recente aprovação da Lei de Inovação. “O Rio Inovação contribui para impulsionar a economia do estado, na medida em que incentiva a competitividade das empresas fluminenses e, em conseqüência, estimula a geração de empregos”, disse o diretor-presidente da FAPERJ, Pedricto Rocha Filho.

No Rio Inovação, a FAPERJ também inovou em relação aos critérios de seleção e escolha das propostas vencedoras. Os recursos serão alocados em nome dos proponentes (dos quais não foi exigido o título de doutor – outra novidade), todos ligados a empresas atuantes em setores-chave da economia, como infra-estrutura, saúde, agronegócios, biotecnologia e energia.
 
Lançada em dezembro de 2003, a primeira edição do Rio Inovação tem como objetivo conceder aporte financeiro a proponentes vinculados a empresas que tenham produtos ou serviços inovadores e que contribuam para o desenvolvimento econômico e social.

O edital, fruto de acordo entre FAPERJ e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/Ministério da Ciência e Tecnologia) no âmbito do Pappe (Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas), amplia a parceria entre os sistemas federal e estadual de C&T.

O passo-a-passo de um edital inovador

Ao longo do processo de seleção, a diretoria da FAPERJ levou em conta a vocação do Estado do Rio de Janeiro, a saúde financeira da empresa vinculada ao proponente, a adesão do projeto ao edital e a expertise do proponente no assunto.

O primeiro exame dos projetos apresentados inicialmente foi feito pela Diretoria de Tecnologia da FAPERJ, que os considerou aptos a prosseguir no edital. A seguir, a Fundação selecionou, por edital de concorrência, a empresa de consultoria Pavani & Deutscher para operar o restante do processo de seleção.

A decisão da FAPERJ de incluir uma empresa especialista no processo é considerada inovadora e vem recebendo elogios da Finep, Fapesp e de outras entidades ligadas ao setor de C&T.

O primeiro passo da seleção foi realizar um workshop de nivelamento para orientar os proponentes na padronização das propostas.

Dos 108 proponentes apenas 94 entregaram as propostas dentro do padrão exigido. Destes 94, um grupo foi considerado mais aderente ao edital; um segundo grupo apresentou menor aderência. Todas as propostas foram analisadas. Além do projeto em si, foram verificadas a saúde financeira da empresa parceira e a viabilidade técnica-comercial do produto ou serviço proposto.

Uma comissão de três avaliadores visitou 45 empresas parceiras nos projetos. A comissão foi formada por um assessor da Diretoria de Tecnologia da FAPERJ; um representante da Pavani & Deutscher e um especialista da área de atuação da empresa (energia ou saúde, por exemplo). Os outros 49 projetos tiveram seus proponentes entrevistados na sede da FAPERJ.

O resultado destas análises foi apresentado, em reunião na sede da Fundação, a um grupo de especialistas nas áreas abrangidas pelos projetos. Os projetos foram analisados por todos os especialistas, independentemente da área.

Desta reunião resultou uma primeira classificação, por pontos.

Esta lista foi apresentada a uma comissão de avaliação formada por representantes do Sebrae-RJ; Fiocruz; Firjan; MCT; Finep; Assespro (Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet); Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) e Rede de Tecnologia. Na reunião de avaliação final também estiveram presentes o integrante do Conselho Superior da FAPERJ José Carvalho Noronha e o professor da UFRJ e presidente da Baktron Empresa Química Fernando Steele.

Deste colegiado resultou uma nova lista de projetos. O conteúdo desta lista foi apresentado à Diretoria da FAPERJ – diretor-presidente Pedricto Rocha Filho; diretor de Tecnologia, Marcos Cavalcanti; diretor Científico, Jerson Lima Silva; e diretora de Administração e Finanças, Maria Carolina Pinto Ribeiro - que referendou a decisão. 

A Lei de Inovação e a necessidade de apoio ao setor produtivo

A aprovação recente, em 11 de novembro, pelo Senado, do texto referente à Lei de Inovação demonstra a urgência com que o tema vem sendo tratado pelas autoridades em todos os níveis da administração. Na última década, estudos mostraram que o tratamento atribuído a um conjunto de fatores de ordem gerencial, produtiva, comercial e mercadológica – alavancados pela inovação – pode contribuir, a curto e médio prazo, para que países e empresas possam se inserir, de forma mais competitiva, num mercado global.

A decisão do governo do estado de apoiar – por meio da FAPERJ – a inovação nas empresas fluminenses acompanha, assim, a tendência de estimular e ampliar as iniciativas voltadas para o desenvolvimento e a competitividade nos diversos setores de produção.