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Publicado em: 17/09/2020
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Pesquisador avalia metropolização da Bacia de Campos e Vale do Aço

Juliana Passos

Campos de Goytacazes (esq.) e Ipatinga são as cidades identificadas no estudo como destaque nas
nas metropolizações no interior do RJ e Minas Gerais. (Fotos: Prefeituras municipais/Divulgação)

Campinas, no interior de São Paulo, é a única cidade do País que, não sendo capital de um estado, está classificada como metrópole pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de acordo com o estudo “Regiões de Influência das Cidades 2018” (Regic – 2018). Divulgada em junho deste ano, a nova classificação é considerada como um reconhecimento importante da metropolização que ocorre no interior do Brasil e ainda é pouco investigada de acordo com William Souza Passos, doutorando em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O mesmo relatório também indicou um crescimento expressivo de cidades próximas à Bacia de Campos e elevou as cidades de Macaé, Rio das Ostras e Cabo Frio à condição de capitais regionais, ao lado de Campos de Goytacazes.

O relatório divulgado recentemente pelo IBGE corrobora as análises de Passos sobre o processo de metropolização da região Norte Fluminense e do Vale do Aço, em Minas Gerais, únicas regiões da Região Sudeste fora do estado de São Paulo que passam por esse processo. Além de observar o processo de crescimento dessas duas regiões, o pesquisador também está desenvolvendo um novo indicador de metropolização a partir das novas metodologias apresentadas pelo IBGE nos estudos Regic – 2018 e em “Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil”, iniciado em 2015. “Minha pesquisa comprova a presença de processos de metropolização do interior no Brasil a partir de um indicador matemático de metropolização que desenvolvi, cruzando dados oficiais do IBGE. A identificação desse processo é fundamental para a reformulação das políticas públicas e do planejamento dos municípios da região, que necessitam de uma gestão regional”, diz o geógrafo, que tem a pesquisa financiada pelo programa Doutorado Nota 10, da FAPERJ, desde 2019.

Entre as metropolizações identificadas no estudo que abrange todo o Brasil, ele destaca a região da Bacia de Campos, que tem passado por um processo de metropolização incipiente, acompanhando a produção de petróleo em alto-mar. A afirmação se baseia nas projeções do IBGE de que a população estaria em 1,5 milhão de habitantes em 2020, o maior crescimento populacional do Estado e a necessidade de deslocamento de 73 mil pessoas diariamente entre as cidades, de acordo com o censo de 2010. Outro ponto de destaque é a infraestrutura e o surgimento de problemas comuns às grandes cidades. Há três portos na região, mais um em construção, e 10 campi universitários de instituições públicas. Entre os desafios, o doutorando destaca a superlotação do transporte público, congestionamentos, favelização, déficit de moradia e explosão da violência.

Em comparação com o Vale do Aço, a pesquisa mostra que o impacto da economia do petróleo da Bacia de Campos, incluindo o retorno pelos royalties, sobre a estrutura e a dinâmica da atividade econômica e do mercado de trabalho, é bastante superior ao impacto da economia gerada pelas siderúrgicas no Vale do Aço. “No entanto, há maior dependência do emprego no setor terciário e nas prefeituras, com uma menor internalização industrial, comparativamente à economia da região mineira”, diz. Outra diferença é o fato de haver um processo mais consolidado e em torno do município de Ipatinga, enquanto no Rio de Janeiro a metropolização se dá de forma polinucleada em torno das aglomerações não conurbadas de Macaé-Rio das Ostras, Campos dos Goytacazes e Cabo Frio.

Para William Passos ainda há poucos estudos sobre urbanismo no interior do País
e criação de um indicador específico é uma importante contribuição  (Foto: Divulgação)

Diante dessas novas configurações urbanas, Passos propõe uma gestão regionalizada, algo que, embora previsto em lei, muitas vezes só acontece no papel. Entre as boas práticas, o pesquisador cita a integração do transporte coletivo no Vale do Aço, em que o usuário paga apenas uma tarifa para circular na região e pode embarcar em mais de uma condução no trajeto. “Destaco que, além da produção científica, minha pesquisa também tem alcançado interlocução com a sociedade, através da imprensa, e tem influenciado na formulação e no desenho de políticas públicas. A esse respeito, tenho prestado assessoria e consultoria técnica informal ao jornal Diário do Aço, de Ipatinga, nas matérias sobre o cenário econômico e urbano regional. O estreitamento das relações com o jornal mineiro fez com que os responsáveis pela publicação me convidassem para escrever uma coluna semanal em suas páginas. Outro desdobramento foi o convite, pela Agência Metropolitana do Vale do Aço, para atuar como consultor e assessor informal da reformulação do Plano Diretor Metropolitano e do Plano de Mobilidade Metropolitana da Região Metropolitana do Vale do Aço”, conta Passos.​

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