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Publicado em: 22/11/2019
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Bolsista Nota 10 da FAPERJ é uma das vencedoras do Prêmio Casa Firjan

Paula Guatimosim

Além de avaliar os níveis de maturidade, o Eco-Mi possui instrumento de
avaliação e de proposição de melhorias.
(Clique na imagem para ampliá-la) 

Bolsista de Doutorado Nota 10 da FAPERJ, a pesquisadora Amanda Fernandes Xavier Pedrosa conquistou o primeiro lugar do Prêmio Casa Firjan na categoria “A reinvenção das empresas”. A cerimônia de entrega da premiação ocorreu nesta sexta-feira, dia 22 de novembro, no auditório da Casa Firjan. O orientador de Amanda, Ricardo Manfredi Naveiro, professor e pesquisador do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) – onde o estudo de Amanda foi realizado – e da Escola Politécnica da mesma universidade, também foi contemplado pelo prêmio.

O Prêmio Casa Firjan – concedido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) – contemplou as melhores teses de doutorado e dissertações de mestrado dos últimos três anos que abordavam os temas “O futuro do trabalho” e “A reinvenção das empresas”. Os prêmios variavam de R$ 2 mil a R$ 20 mil e contemplaram tanto os pesquisadores quanto os orientadores de quatro dissertações de mestrado e quatro teses de doutorado. Dos oito ganhadores, sete são mulheres.

Com sua pesquisa Proposta de um modelo de maturidade para avaliação das práticas de eco-inovação nas organizações, o trabalho de Amanda, realizado no Programa de Engenharia de Produção da Coppe/UFRJ e defendido em 2017, foi orientado pelo professor Naveiro, em parceria com o Laboratório de Concepção de Produtos e Inovação (LCPI) da Arts et Métiers ParisTech e com o Laboratório de Ecodesign da Universidade Tecnológica de Troyes (UTT), na França.

O documento “Perspectivas Ambientais” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) projetam, para 2030, um crescimento de 50% das emissões de gases de efeito estufa, 10% de perda da biodiversidade, escassez de água atingindo 40% da população mundial, e ainda a poluição do ar se tornando a principal causa ambiental de mortalidade global. Por tudo isso, estudiosos do tema defendem uma urgente a adoção de práticas sustentáveis. De acordo com a Comissão Europeia, o conceito de Ecoinovação “remete a todas as formas de inovação, tecnológica ou não, que criam oportunidades de negócio e beneficiam o ambiente, evitando ou reduzindo o impacto ambiental ou otimizando a utilização dos recursos”. Mas, para Amanda, o conceito de ecoinovação é simples: inovação sustentável ou inovação verde. “É quando uma empresa inova de forma sustentável”, define a doutora em Engenharia de Produção.

Ela avalia que a inovação é um conceito de difícil compreensão, ainda mais quando se alinha à sustentabilidade. Segundo ela, dados da consultoria internacional KPMG – uma das empresas líderes na prestação de serviços de consultoria de gestão e estratégia – identificaram que 79% das 250 maiores companhias do mundo divulgam relatórios de sustentabilidade. Até mesmo porque empresas de capital aberto têm essa obrigação. Mas o que a pesquisadora constatou é que há poucos modelos de ecoinovação e que as avaliações são bastante aleatórias. Muitas vezes, ao adotar uma única prática sustentável como separar e reciclar lixo, economizar energia e/ou água, aproveitar resíduos gerados nos processos de produção já leva a empresa a se considerar sustentável. “Ter o selo ISO 14.000 ou o Global Reporting Initiative (GRI) não significa, necessariamente, que a empresa seja sustentável”, explica.

Em seu doutorado sanduíche na França, Amanda identificou que no ecodesign é muito comum a preocupação com a sustentabilidade no processo de desenvolvimento de novos produtos, mas esse cuidado se limita a uma ecoeficiência (aspectos ambientais alinhados aos econômicos). Segundo ela, a maioria das empresas se esquece do pilar mais importante do tripé da sustentabilidade: o social. Para ela, o social deve começar dentro da própria organização, dando conhecimento, integrando, dando voz e respeitando todos os colaboradores, setores e fornecedores aos processos sustentáveis adotados, assim como lançando um olhar para a comunidade do entorno, oferecendo trabalho, repassando valores, promovendo capacitações etc. Após uma revisão sistemática da literatura, verificou-se uma escassez de modelos de maturidade em ecoinovação nas empresas, que auxiliam na evolução organizacional. 

Dentre as barreiras organizacionais, foram identificadas ausência ou estratégias restritas para a sustentabilidade; conflito entre estrutura, estratégia e gerenciamento eficiente; ausência de cultura para inovação e sustentabilidade; e ausência de recursos e incentivos adequados. Já em relação às barreiras operacionais, a pesquisa revelou a existência de poucos modelos, métodos e ferramentas de suporte à ecoinovação; poucos modelos voltados à integração holística e de maturidade da ecoinovação; e poucos métodos de avaliação da maturidade da ecoinovação. 

Amanda verificou que a maioria das empresas se esquece do pilar
mais importante da sustentabilidade: o social. (Foto: Paula Johas)

“A ecoinovação deve fazer parte da estratégia corporativa”, afirma Amanda. Por isso, em seu trabalho, a pesquisadora trata o tema a partir de uma abordagem sistêmica, apoiada no tripé da sustentabilidade: ambiental, social e econômico. Este modelo holístico batizado de Eco-Mi (Mi significa maturidade e inovação) considera as boas práticas da ecoinovação a partir de quatro dimensões: estratégia, estrutura, recursos e cultura. Também define cinco estágios evolutivos de maturidade das empresas. O grande diferencial de seu modelo é que ele possui, além dos níveis de maturidade, um instrumento de avaliação e de proposição de melhorias, o que falta nos poucos sistemas disponíveis. Dessa forma, o modelo apoia a avaliação do desempenho organizacional e a integração holística das práticas de ecoinovação. 

Desenvolvido em formato de Excel, o modelo Eco-Mi foi validado pelo método Delphi por sete especialistas (quatro brasileiros e três estrangeiros) de diversas áreas. Em seguida, estudo de caso foi feito junto a uma empresa da área de petroquímica brasileira, reconhecida internacionalmente como uma das mais inovadoras e sustentáveis do mundo, para verificação do modelo. A avaliação do desempenho em ecoinovação, proposta pelo Método de Aplicação Eco-Mi, proporcionou o diagnóstico da maturidade da empresa, que se encontra no nível 5, o mais elevado. “Isso significa que a petroquímica já atua em rede e é uma agente de mudanças no planeta”, explica Amanda. A pesquisadora já distribuiu seu modelo para vários interessados, mas agora pretende transformar o trabalho em Excel em um software, a ser disponibilizado em um site, criando uma plataforma online de avaliação, para que o maior número de empresas possam se beneficiar do Eco-Mi. “Enquanto isso não acontece, continuo compartilhando o trabalho por e-mail”, diz Amanda.

O Prêmio Casa Firjan recebeu 117 inscrições, das quais 87 dissertações de mestrado e 30 teses de doutorado, provenientes de 22 instituições de ensino do estado do Rio de Janeiro. De acordo com seus idealizadores, o prêmio tem o objetivo de aproximar a Federação da Indústrias  do Estado do Rio de Janeiro e a academia, a fim de fomentar a discussão de políticas públicas e soluções para as transformações pelas quais as empresas e os profissionais têm passado e continuarão passando, de forma ainda mais veloz, nos próximos anos.

Confira a seguir todos os contemplados no Prêmio Casa Firjan: na categoria Reinvenção das empresas entre as teses de doutorado, além de Amanda, que ficou com a primeira colocação, a segunda colocada foi Daniela Fartes dos Santos e Silva (orientador: José Vilar Bomtempo). Já na categoria Futuro do trabalho, os contemplados nas teses de doutorado foram, em primeiro lugar, Simone Metello de Mattos Castro (orientador: Fernando Toledo Ferraz); e na segunda colocação ficou Adriane D. Quelhas (orientador: José Rodrigues de Farias Filho).    

Já entre as dissertações de mestrado, na categoria Reinvenção das empresas, a primeira colocada foi Luciana Lima Melik de Carvalho (orientadora: Elaine Tavares). O segundo lugar ficou com Bruno Montandon Noronha Barros (orientadora: Elaine Tavares). Já na categoria Futuro do trabalho, os vencedores foram Antonella Bruna da Silva Melo Roriz (orientador: Sérgio Medeiros Paulino de Carvalho), a primeira colocada; e Cristine Clemente de Carvalho (orientador: Roberto dos Santos Bartholo Junior), que ficou com a segunda colocação.

Veja informações mais detalhadas sobre os contemplados clicando aqui (pdf).

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