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Publicado em: 04/07/2019
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Livro conta a história do Rio em 45 objetos

Débora Motta

A imagem de São Sebastião do séc. XVI e o sino do Colégio
Pedro II: objetos em 
destaque no livro (Fotos: Reprodução)

E se os objetos fossem capazes de contar histórias, como testemunhas dos fatos que marcaram a vida política e cultural da cidade, desde a sua fundação? Essa é a proposta do livro História do Rio de Janeiro em 45 objetos (Editoras FGV e Jauá, 376 p.), organizado por Paulo Knauss, Isabel Lenzi e Marize Malta, que teve lançamento no dia 24 de junho, no Museu Histórico Nacional (MHN). “O livro apresenta os objetos e suas biografias como personagens da crônica carioca, tendo como base os olhares compartilhados da História, História da Arte e Museologia. Os 45 objetos escolhidos funcionam como portais da memória carioca”, disse o historiador Paulo Knauss, que além de ter coordenado a obra, é diretor do MHN e professor titular de História da Universidade Federal Fluminense (UFF).

A ideia de escrever o livro surgiu na ocasião do lançamento, pela FAPERJ, em 2015, do edital Apoio à Produção e Publicação de Livros e DVDs Visando à Celebração dos 450 anos do Rio de Janeiro, comemorados em 2015. “A inspiração veio do livro A história do mundo em cem objetos, escrito por Neil MacGregor, diretor do Museu Britânico, e publicado no Brasil pela editora Intrínseca. Quando o edital da FAPERJ foi lançado, percebi que o Rio de Janeiro não tinha nenhum trabalho parecido, voltado para a preservação da sua memória através de objetos”, contou Knauss.

Cada capítulo do livro gira em torno de um objeto que serve de recorte temático sobre uma época ou aspecto da história da cidade. São textos curtos, escritos por diferentes pesquisadores na área. O desafio foi escolher os 45 objetos, que se encontram espalhados nos acervos de 31 instituições museológicas da cidade, para entrar no livro. “Entre as inúmeras opções, escolhemos desde a imagem de São Sebastião do século XVI, que está na Igreja dos Capuchinhos, na Tijuca, passando pela saia da Carmen Miranda, pertencente ao museu homônimo, localizado no Flamengo, aos óculos que pertenceram a Machado de Assis, do acervo da Academia Brasileira de Letras, às batutas de Villa-Lobos, do acervo do museu do maestro, em Botafogo, até o fragmento do viaduto da Perimetral, que marcou a paisagem contemporânea até o ano da sua demolição, em 2014, e encontra-se no acervo do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro”, elencou o professor, que assina o artigo sobre a imagem de São Sebastião.

Leque comemorativo do aniversário de Dom João VI, um dos objetos citados na obra: de procedência chinesa, em madrepérola, tem desenho em guache sobre papel representando o terreiro do Paço Imperial. Objeto pertence ao acervo do Museu da Chácara do Céu

De acordo com o historiador, a ideia é despertar o interesse das pessoas pela História de forma lúdica. “A História está em toda a parte, incluindo os objetos que nos cercam. Contamos a história do Rio desde a sua fundação, abordando temas como as capitanias hereditárias, moedas coloniais e a vinda de Dom João, em 1808. Por exemplo, a historiadora Vera Cabana Andrade, membro da Comissão de Memória Histórica do Colégio Pedro II, fala no livro sobre a questão da educação nos tempos do Império, a partir do sino do Pedro II, até hoje fixado no pátio interno da escola, no campus Centro. As origens do sino e do Colégio remontam à primeira metade do século XVIII , ao Abrigo dos Órfãos de São Pedro, que funcionava nas cercanias do Morro da Conceição, na Zona Portuária. Esse orfanato se tornou um dos braços do Colégio, e o sino era tocado para anunciar as visitas do imperador Pedro II, o patrono da instituição”, destacou.

A obra ainda revela detalhes curiosos sobre outros objetos, como a espada que pertenceu a Gomes Freire, que foi o governador do Rio de Janeiro de 1733 a 1763 e encontra-se no acervo do Museu Histórico Nacional; o abat-jour da marca Tiphany do jurista, escritor e político Rui Barbosa, que revela que sua casa foi uma das primeiras a ter iluminação elétrica, em Botafogo; o relógio do chefe de estação de trem, que serve como pretexto para falar da história do trem e do bonde na cidade e da importância dessas ferrovias para a ocupação dos subúrbios cariocas, entre outros. “O livro encerra com um artigo da professora de Arquitetura da UFF Dinah Papi Guimaraes, sobre a um vaso de cerâmica tupinambá, que pertencia ao acervo do Museu Nacional e foi atingido pelo incêndio que castigou a instituição em 2 de setembro de 2018. A peça tinha função cerimonial de antropofagia e foi encontrada durante escavações no Morro do Castelo. Ela tematiza sobre a presença contemporânea do índio na nossa cidade”, concluiu Knauss.

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