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Publicado em: 27/06/2019
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Pesagro completa uma década de dedicação aos produtores de leite em Carmo

Juliana Passos

Bezerras ganham selo de imunização. Vacinação deve
ser aplicada nos primeiros 8 meses
(Fotos: Arquivo pessoal)

O ano de 2019 marca uma década de apoio da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio) aos pequenos produtores de leite da cidade do Carmo, na Região Serrana fluminense. Com foco no controle sanitário e na qualidade do leite, o trabalho se baseou no tripé sanidade, alimentação e genética. Envolveu desde a orientação para uma alimentação adequada e o melhoramento genético ao controle sanitário, em especial contra a tuberculose e brucelose bovinas, e o controle da mastite. A coordenação das atividades foi de responsabilidade da pesquisadora Leda Maria Silva Kimura, que ao longo desse período contou com cinco programas de auxílio da FAPERJ, além do Banco Mundial.

A iniciativa é a primeira do estado do Rio de Janeiro a conceder a certificação de propriedades de agricultores familiares, com oferecimento de exames e vacinação gratuitos, o que tornou Carmo município modelo do estado em sanidade animal. O conjunto dessas ações resultou na produção de queijo minas tipo frescal elaborado exclusivamente com leite proveniente das propriedades certificadas, que foi identificado com o “Selo de Qualidade Sanitária” aprovado e chancelado pelo Ministério da Agricultura (Mapa), pela Secretaria de Estado Agricultura e pela Pesagro-Rio.

O conjunto de ações realizadas vai ao encontro das novas determinações da lei número 122/2018, aprovada na última terça-feira, 25 de junho, pelo Senado Federal. A nova regulamentação para a produção e comercialização do queijo artesanal permite a produção do queijo a partir de leite cru, que não passe pelos processos de pasteurização ou esterilização. No entanto, para comercializar a sua produção, a queijaria precisará ser certificada como livre de brucelose e tuberculose. O produtores de queijo e leite usados como matéria prima precisarão participar de programa de controle da mastite animal, implementar programa de boas práticas agropecuárias, controlar a qualidade e da água usada na ordenha e rastrear os produtos.

O perfil dos atendidos pelos projetos é de agricultores com até 50 cabeças de gado, e que muitas vezes não têm muitos recursos financeiros para se adequar a todas as medidas sanitárias e, no passado, conta Leda, chegavam a não se candidatar aos programas de controle de zoonoses oficiais, como o Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCBET) para não correrem o risco de serem obrigados a sacrificarem os animais. “Hoje eles avisam quando uma nova bezerra nasce e um médico veterinário habilitado pelo Ministério de Agricultura é enviado para a propriedade com a finalidade de aplicar a vacina”, explica a médica veterinária. Nesse caso, mesmo o custo da vacina sendo baixo, é necessário que alguém treinado faça a aplicação sob o risco de contaminação com a vacina de brucelose.

Ao longo da década foram administradas 19 mil doses de vacinas, financiadas pela FAPERJ, para combater brucelose. A brucelose bovina é considerada uma doença de grande impacto econômico para a bovinocultura mundial. Os principais sinais clínicos observados nos bovinos estão relacionados a problemas reprodutivos, o mais característico deles o aborto no terço final da gestação, podendo atingir 80% das fêmeas em um rebanho.

Leda Kimura: para a pesquisadora e médica veterinária,
as novas determinações da legislação 
corroboram
conjunto de ações realizadas pela Pesagro-Rio

Os bezerros que sobrevivem nascem mais fracos, o que prejudica a produção leiteira. A queda da produção leiteira em vacas brucélicas chega a 15%. De acordo com dados da pesquisadora, anualmente quatro mil pessoas adquirem tuberculose de bovinos no Brasil. Já a brucelose atinge 500 mil pessoas, todo os anos, no mundo. Com o programa, a taxa de brucelose animal caiu de 38% para 6,6%. Uma das principais fontes de infecção nos humanos é a ingestão de leite e derivados lácteos contaminados pela bactéria em questão. Nesse caso, essa zoonose provoca febre acompanhada de inúmeros sintomas, destacados entre eles dores musculares ao longo do corpo e fortes dores nas articulações. O tratamento é longo e as recaídas são comuns.

Outra frente de trabalho foi o melhoramento genético do rebanho com a compra e disponibilização de sêmen de alta qualidade genética para a realização de inseminação artificial, e, dessa forma, aumentando a capacidade de produção leiteira. Paralelamente, foram ministrados cursos de inseminação artificial, de fácil assimilação pelos produtores, que puderam seguir o melhoramento por conta própria.

Com o controle da qualidade do leite, o valor agregado da produção de queijo pelas cooperativas regionais também aumentou. Em 2012, a Pesagro certificou a primeira propriedade, entre as 359 incluídas no programa, como livre de brucelose e tuberculose. A produção ainda é pequena e está restrita a vendas na região, mas é uma importante fonte de renda para esses produtores.

Além do apoio técnico, o trabalho também envolveu bastante conscientização sobre a necessidade de se adequar às normas sanitárias. Nesse sentido, foram realizadas palestras, debates e a confecção de uma Cartilha de Boas Práticas na Pecuária Leiteira, também com apoio da FAPERJ, para que os produtores estejam cientes da importância de manter os animais livres de doenças. “Os equipamentos para realização de exames, os próprios exames, os insumos, as vacinas e palestras, foram gratuitos. E a cartilha segue sendo usada rotineiramente, inclusive com as crianças, porque elas são grandes multiplicadores”, conta Leda.

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