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Publicado em: 14/03/2019
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FAPERJ entrega termos de outorgas a pesquisadores do Museu Nacional

Por Ascom FAPERJ

 A partir da esq.: Jerson Lima Silva, Roberto Leher, Claudio Castro, o governador Wilson
Witzel, Maria Isabel de Castro e Alexander Kellner, durante a solenidade realizada no
Prédio Anexo ao Palácio Guanabara, sede do governo
 (Fotos: Lécio Augusto Ramos)

Pesquisadores de diversas instituições fluminenses de ensino superior e representantes do governo estadual se reuniram na manhã desta quarta-feira, 13 de março, no Prédio Anexo ao Palácio Guanabara, para acompanhar a cerimônia de entrega dos termos de outorga aos pesquisadores contemplados no edital Apoio Emergencial ao Museu Nacional. Ao todo, 72 pesquisadores vinculados ao Museu Nacional  – que é uma unidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (MN/UFRJ) – foram outorgados pelo edital. Cada um deles vai receber, durante um ano, uma bolsa mensal de R$ 3 mil. Lançado pela FAPERJ em outubro de 2018, o edital vai repassar um total de recursos da ordem de R$ 2,5 milhões, que serão utilizados para garantir a continuidade dos trabalhos de pesquisa após o incêndio de grandes proporções que atingiu o museu em 2 de setembro de 2018, destruindo boa parte de um acervo de 20 milhões de itens, reunidos ao longo de 200 anos.

O governador do estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, destacou que o edital lançado pela FAPERJ é uma importante contribuição ao Museu Nacional. “Esta é uma primeira ação. Estes pesquisadores vão resgatar aquilo que foi perdido no incêndio em termos de pesquisa. São mais de 70 profissionais, cada um na sua área”, disse o governador. Ele convocou ainda a população a continuar fazendo doações ao SOS Museu Nacional. “Convido a todos para fazerem uma doação. Precisamos de R$ 300 milhões para reconstruir este importante ícone da nossa história e do nosso estado”, acrescentou. Witzel afirmou seu compromisso de trabalhar para cumprir a obrigação constitucional de repassar 2% do orçamento líquido estadual à FAPERJ, apesar das restrições que se impõem em razão da crise fiscal por que passa o estado desde 2015. “Estamos recuperando a economia do estado para poder investir em pesquisa. Recebemos o estado com um déficit de R$ 8 bilhões no orçamento e, depois desse primeiro momento, queremos recuperar integralmente a capacidade de fomento à pesquisa", disse.

O presidente da FAPERJ, Jerson Lima Silva, saudou os esforços e o empenho de funcionários, servidores e estudantes na recuperação do Museu Nacional, e reafirmou sua solidariedade a essa instituição centenária. “As efêmeras chamas que atingiram o Museu Nacional não extinguiram o seu maior acervo: o conhecimento, que é perene. O museu está cada vez mais vivo e, tenho certeza, sempre poderá contar com as agências de fomento nacionais e internacionais e, no estado do Rio de Janeiro, com a FAPERJ. Se boa parte do acervo físico foi perdido, cabe a todos apoiar o patrimônio intelectual do museu”, disse Lima Silva.

De acordo com o titular da FAPERJ, o edital vai destinar recursos que contribuirão para que 72 pesquisadores deem continuidade aos seus trabalhos e possam reestabelecer parte da coleção que foi perdida. “O museu faz parte do rico parque de Ciência, Tecnologia e Inovação do nosso estado, composto por dezenas de instituições e universidades e grupos de pesquisa de excelência. Ele representou para muitos de nós, brasileiros, e para mim também, o primeiro contato na infância com o mundo da ciência e da cultura. As labaredas foram o retrato de um Brasil que não queremos. Esse edital simboliza o resgate da Ciência e da Tecnologia no estado do Rio de Janeiro”, completou.

Alexandre Dias Pimenta (esq.) recebeu o termo de outorga das
mãos de Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional/UFRJ

O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, contou que, após o incêndio, há um esforço contínuo de servidores, funcionários e estudantes para dar continuidade às atividades do museu. “Muitos assistiram, incrédulos, à instituição científica mais antiga do País arder em chamas. Porém, sem querer diminuir de forma nenhuma o impacto e as consequências dessa tragédia, que transcenderam as fronteiras brasileiras, passados mais de seis meses do ocorrido, pelo apoio emergencial do MEC, podemos dar continuidade aos trabalhos de resgate do acervo que ainda se encontra sob os escombros”, disse, citando o apoio de organizações nacionais e internacionais e de governos, como o Consulado da Alemanha, a Unesco e a Sociedade Brasileira de Zoologia. “Temos tido a grata surpresa de conseguir resgatar mais peças do acervo do que esperávamos, em grande quantidade e em variado estado de conservação. E depois da tragédia já organizamos duas exposições que estão em cartaz na cidade, uma no CCBB, com peças desse acervo resgatado, e outra na Casa da Moeda, sobre o trabalho de pesquisa da UFRJ na Antártica. Todos estão convidados a visitar essas exposições”, lembrou Kellner. “Hoje é um bom dia porque estamos recebendo, graças à ação concreta da FAPERJ, apoio por meio de bolsas mensais para que mais de 70 pesquisadores do museu deem continuidade aos seus projetos. Com isso temos a possibilidade de que a instituição não perca um dos seus maiores atributos, que é a de gerar conhecimento. Ao fazer isso, também estamos atuando na formação de capital humano, inclusive no exterior. Somente poderemos reconstruir o Museu Nacional com ajuda expressiva de diversos segmentos da sociedade e de instituições nacionais e internacionais”, ponderou o diretor.

O reitor da UFRJ, Roberto Leher, lembrou que o incêndio no museu atingiu a memória profunda da história brasileira, que diz respeito à evolução geológica, à biodiversidade, às cosmovisões e formas de vida de diversos povos, ao precioso acervo arqueológico. “Nós da UFRJ, sentimos uma dor profunda ao ver todo esse trabalho de muitas gerações ser queimado. Os principais museus do mundo e todos os que amam a cultura choraram naquela noite de 2 de setembro”, falou. Sobre o trabalho de reconstrução do museu, ele afirmou que há três linhas de trabalho. “A primeira é a reconstrução da edificação principal do museu. Expresso o agradecimento aos deputados da bancada estadual do Rio de Janeiro, que no dia 4 de setembro fizeram uma emenda coletiva que será o ponto inicial para essa reconstrução. A segunda linha de trabalho é a organização do espaço anexo ao museu, onde estão sendo guardadas as peças encontradas sob os escombros. E a terceira é a infraestrutura cotidiana de pesquisa. Nela se enquadra o apoio da FAPERJ, com bolsas que permitirão aos pesquisadores do museu reorganizarem suas vidas acadêmicas. Estamos caminhando de forma altiva para cumprir a afirmação de que o ‘Museu Nacional Vive’!”, concluiu Leher.

A subsecretária de Ensino Superior, Pesquisa e Inovação, Maria Isabel de Castro, representando o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Leonardo Rodrigues, citou o caso da China para ressaltar a importância dos investimentos continuados em Ciência, Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento de um país. “Há algumas décadas, a China começou a aumentar gradativamente os investimentos em pesquisa. Hoje, é uma potência. Investir em pesquisa e ciência gera impactos diretos e indiretos nas vidas de todos nós e nenhuma palavra que eu disser sobre a importância do museu será suficiente para expressar o que ele representa”, argumentou. “Pesquisadores, universidade, alunos, funcionários estão trabalhando para definitivamente virar o jogo. A Secti está trabalhando para colocar o Rio de Janeiro não como segundo colocado na produção científica nacional, mas em primeiro lugar”, disse.

A pesquisadora do Museu Nacional, Marcela Laura Monné Freire discursou em nome dos 72 outorgados. Ela foi contemplada no edital da FAPERJ com o projeto Estudos taxonômicos em Buprestidae Neotropical (Insecta, Coleoptera), sobre a família dos “besouros-joia”, que são pragas de plantações. “As bolsas concedidas pela FAPERJ vão minimizar alguns dos nossos diversos problemas em virtude do incêndio. Elas terão abrangência nas diferentes vertentes da produção acadêmica do Museu Nacional, que contam com seis departamentos: de Antropologia, Botânica, Entomologia, Invertebrados, Vertebrados e Geologia e Paleontologia. Vários dos projetos agraciados focam na reconstrução das coleções científicas e dos laboratórios que se perderam no incêndio, como, por exemplo, para a reconstrução do Laboratório de Entomologia, de Aracnologia (AracnoLab) e a recuperação da capacidade operacional e de infraestrutura do Laboratório de Geologia Costeira, Sedimentologia e Meio Ambiente (Lagecost)”, detalhou Marcela, que lembrou a expertise do museu com seus nove cursos de pós-graduação. Ela recebeu seu termo de outorga das mãos do governador.

Marcela Monné e o governador Wilson Witzel: contemplada no
edital da FAPERJ, ela discursou em nome dos demais outorgados

Outros cinco pesquisadores receberam seus termos de outorga das mãos das autoridades que compuseram a mesa durante a solenidade. Luciana Witovisk Gussela recebeu, do presidente da FAPERJ, a outorga pelo seu projeto “Estruturação do laboratório de paleobotânica Diana Mussa”. Já Alexandre Dias Pimenta teve sua outorga – relativa ao seu projeto, intitulado “Diversidade de microgastrópodes do Brasil – sistemática de Triphoroidea: base para a recomposição da Coleção de Mollusca do Museu Nacional” – entregue pelo diretor do museu, Alexandre Kellner. Por sua vez, o pesquisador Antonio Carlos de Souza Lima recebeu, da subsecretária Maria Isabel, a outorga pelo projeto “Resgate –  O PPGAS  e o Museu Nacional após o incêndio, dos documentos em papel e em meio virtual às narrativas e memórias”. O reitor da UFRJ foi o escolhido para entregar a outorga de Andrea Ferreira da Costa, proponente do projeto “Evolução e diversificação da subtribo Vrieseinae (Tillandsioideae, Bromeliaceae). Por fim, o pesquisador Murilo Quintans Ribeiro Bastos recebeu das mãos do vice-governador do estado do Rio de Janeiro, Claudio Castro, a outorga pelo projeto “Dieta e condições de vida no passado do RJ a partir do estudo de remanescentes esqueléticos humanos do Museu Nacional”.  

Estiveram presentes diversos gestores públicos e representantes da comunidade científica e tecnológica fluminense, como o secretário de Estado da Casa Civil e Governança, José Luís Zamith; o reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ruy Garcia Marques; o reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Luís Passoni; a arqueóloga Claudia Carvalho, responsável pela Comissão de Resgate do acervo do Museu Nacional; a diretora Científica da FAPERJ, Eliete Bouskela; o diretor de Tecnologia da Fundação, Mauricio Guedes; e a chefe de Gabinete da Fundação, Consuelo Câmara, entre outros.

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