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Publicado em: 18/10/2018 | Atualizado em: 19/10/2018
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Com paródias de samba e funk, doutoranda da UFRJ vence concurso de Divulgação Científica

Juliana Passos

Com uma apresentação bem humorada que teve início com uma paródia
da canção 'A voz do morro' de Zé Keti, Caroline sensibilizou os jurados
e terminou em primeiro lugar
(Fotos: Raphael Pizzino/COORDCOM/UFRJ)

Literatura de cordel para explicar a fabricação do diamante sintético, poesia e rap para entender a importância das brincadeiras no rendimento escolar das crianças, paródias com samba e funk para falar de uma nova mistura para bolo sem glúten. E tem mais. Stand up para falar da importância das emoções no controle da dor e para explicar de que maneira os músculo esquelético se comunica com outras partes do corpo para vivermos mais e melhor. Assim foi a final da sexta edição do Science Slam da Euraxess – iniciativa da União Europeia destinada a fortalecer a colaboração científica do Velho Continente com o resto do mundo –, realizada no terraço do Consulado da Itália, no centro do Rio de Janeiro. Nessa etapa presencial e final, os participantes tiveram cinco minutos para explicar a importância e os resultados de sua pesquisa para um público não especializado em suas áreas de forma criativa. Os cinco finalistas foram selecionados entre mais de 100 participantes que enviaram seus vídeos para a comissão. A FAPERJ apoia a realização do evento desde a sua primeira edição.

A vencedora da noite foi Caroline Alves Cayres, doutoranda em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos na Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EQ/UFRJ), em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos. Cayres está na reta final de seu doutorado e desenvolveu uma pré-mistura para bolo sustentável e sem glúten. Sua apresentação bem humorada iniciou com uma paródia da canção “A voz do morro” de Zé Keti para falar do sorgo, cereal de origem africana pouco conhecido no Brasil. "O sorgo não contem glúten, é pouco calórico e exige pouca água para sua produção, portanto, uma opção sustentável. Além disso, o cereal contém uma grande quantidade de antioxidantes", disse a vencedora. Para falar do segundo ingrediente fundamental de sua receita, a doutoranda recorreu a outro samba bastante famoso “O bagaço da laranja”, rico em fibras e importante para o intestino. O bagaço é importante não só para dar sabor à mistura como um componente fundamental para a dieta do brasileiro. De acordo com a pesquisadora, três a cada quatro não consomem fibras suficientes. Para finalizar, ela explicou a receita em ritmo de funk de Anitta.

Como prêmio, a pesquisadora terá uma viagem para a Europa para visitar um laboratório de sua escolha. Depois de sambar e dançar funk no palco, Caroline recebeu com entusiasmo o anúncio de sua vitória. "Há três anos que eu já flertava com essa final e fiquei ainda mais feliz de ver min ha avó na plateia e ter a certeza de que ela entendeu o que eu faço no laboratório e a importância da minha pesquisa", comemorou.

A concorrência não foi nada fácil para Caroline. A primeira a entrar no palco foi a pesquisadora Isabela Ramos, da Universidade Católica de Brasília (UCB), que procurou explicar o impacto positivo do exercício físico na melhoria do desempenho de atividades intelectuais em pesquisas com crianças. Em seguida, Raimundo Soares Júnior, mestrando em Neurociências pela Universidade de São Paulo (USP), falou sobre a importância de sentir e não sentir dor e de que maneira nossas emoções podem influenciar nesse processo. Guilherme Telles, também da USP, comparou a comunicação do músculo esquelético com o uso do WhatsApp e como nosso estilo de vida pode contribuir para melhorar essa comunicação. A última a se apresentar foi Silvia Garcez, mestranda na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), da Bahia. Em trajes de cangaceira, ela narrou em cordel a produção de diamante sintético realizada por seu laboratório.

A diretora Científica da FAPERJ, Eliete Bouskela, ao lado da
ganhadora, a doutoranda da UFRJ Caroline Alves Cayres 

Entre os jurados do evento, a diretora Científica da FAPERJ, Eliete Bouskela, elogiou a iniciativa e lembrou que a Fundação apoia o evento desde seu início. “Acho que a FAPERJ tem de ficar mais próxima da população e um evento como esse faz exatamente isso. É preciso que se entenda que a ciência é importante para a sociedade, que ajudará a melhorar a vida das pessoas. E nós também temos que dar uma satisfação ao contribuinte porque os recursos que recebemos são fruto dos impostos pagos pelo contribuinte”, disse.

Diretor da Coppe/UFRJ, Edson Watanabe também comentou sobre a importância de se divulgar ciência para um público mais amplo, sem perder a correção das informações. Ele disse que tem abordado, com frequência, em suas palestras, apresentações e conversas com os pares, sobre a necessidade de todos aqueles que trabalham com ciência de saberem comunicar de forma clara o que fazem e os resultados de suas pesquisas. "Esses concursos são um ótimo exercício para ajudar na Divulgação Científica. Mas não é fácil encontrar o tom certo entre o uso de recursos, vamos dizer, teatrais, e o conteúdo da informação que se quer transmitir ao grande público. É sempre um desafio para os concorrentes, o de sensibilizar os jurados e a plateia", disse.

No encerramento, Charlotte Grawitz, representante da Euraxess Brazil, agradeceu o apoio da FAPERJ e o interesse demonstrado pelos brasileiros na competição, bastante comum na Europa. "Com essas atividades de comunicação científica, o que o Euraxcess queria era mostrar um pouco da tradição europeia de popularizar ciência. Na Europa, temos muitos museus de ciência, muitos concursos similares a esse organizados pelos países membros. Também queríamos lembrar de uma atividade organizada pela Comissão Europeia chamada Noite dos Pesquisadores, quando a ciência sai do laboratório e vai ao encontro do público em geral. Essa atividade é realizada uma vez por ano em 350 cidades europeias", contou. "Nossa intenção é mostrar que a Europa tem muito a oferecer para os pesquisadores nesse campo", concluiu. 

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