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Publicado em: 13/07/2017
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Brincando de ser cientista

Débora Motta

Dentro de uma canoa, Andrea Da Poian conversa com estudantes do município de
Alter do Chão (PA), durante atividade de educação científica (Fotos: Divulgação/IBqM)

A curiosidade sobre o mundo ao redor e a vontade de fazer perguntas são características comuns na infância. “Toda criança é um cientista inato. A metodologia científica, com a formulação de hipóteses para a busca de soluções, faz parte do modo de pensar infantil”, diz a professora do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBqM/UFRJ), Andrea Thompson Da Poian, que é Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ. Pensando em despertar o gosto pela ciência entre os pequenos, para ajudar a formar futuras gerações de pesquisadores, ela coordena o projeto Ser Cientista, que envolve a realização de cursos de educação científica nas escolas e a produção de material audiovisual e de um site voltado para a sua divulgação (http://www.sercientista.com.br). “Apesar do potencial infantil para a pesquisa, a escola vai tornando o estudo uma coisa chata. Queremos tirar essa percepção das crianças e resgatar a magia da ciência, da descoberta, do novo”, justifica.

O projeto busca estimular a vivência da construção do conhecimento através da experimentação, como forma de aprender e ensinar ciências. A iniciativa faz parte da Rede Nacional de Educação e Ciência, um programa que envolve 39 grupos de 23 instituições de ensino e pesquisa, visando buscar novos caminhos para a educação em ciências no Brasil. “O projeto pode ser levado a escolas, museus de ciências e outras instituições que desejem proporcionar a crianças e jovens uma oportunidade de entender como a ciência funciona e por quê. Ser cientista também é coisa de criança”, explica Andrea, que desenvolve pesquisas sobre diferentes aspectos da interação vírus-célula, como mecanismos de entrada dos vírus em suas células hospedeiras, estrutura das proteínas virais e respostas celulares à infecção.

Ela lembra que a ideia de realizar cursos de educação científica é um legado do professor Leopoldo de Meis (1938-2014), que deu início, em 1985, a cursos com formatos semelhantes no IBqM/UFRJ, onde era professor titular. “Fazemos variantes dos cursos de educação para a ciência que eram oferecidos por Leopoldo De Meis nas férias, para públicos diferentes, incluindo jovens carentes. É um desdobramento do projeto dele, com quem eu tive o prazer de trabalhar. A ideia é levar a ciência às escolas, e não trazer os estudantes para o IBqM. Além de cursos para as crianças, oferecemos cursos para os professores, para que eles reflitam sobre a importância de se trabalhar com o método científico com os alunos, montando aulas nas quais os estudantes investiguem suas próprias curiosidades”, explica a professora, graduada em Ciências Biológicas pela UFRJ e com título de doutorado em Química Biológica, pela mesma universidade.

Alunos da comunidade ribeirinha de Urucureá, no município paraense de
Santarém, 
observam os pigmentos das folhas na oficina Luz nas Plantas

Com o objetivo de levar oficinas de educação científica para além dos muros da academia, rumo ao interior do Brasil, Andrea e a equipe envolvida no projeto foram para a Amazônia. Lá, visitaram as cidades de Oriximiná, em 2011, e de Santarém, em 2012 – ambos são municípios localizados a oeste do estado do Pará. “Levamos o projeto para locais onde crianças e professores não têm acesso à universidade”, conta. “Visitamos alunos da Escola da Floresta, localizada em Alter do Chão, que é distrito administrativo de Santarém, com a participação de alunos da escola indígena Borari. Realizamos, também, uma outra atividade na pequena comunidade de Urucureá, também no município de Santarém, às margens do rio Arapiuns, na escola municipal Dom Pedro I”, detalha. Ela e sua equipe também realizaram oficinas em escolas públicas de Petrópolis e Piraí, no interior fluminense, em 2015; e na capital, em 2012 e 2014.

Neste ano de 2017, de 21 a 24 de agosto, está agendada a realização de uma oficina na Escola​ Municipal Santa Rita, em Xerém, distrito do município fluminense de Duque de Caxias, com o tema Luz nas Plantas, fruto de um edital concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por ocasião do Ano Internacional da Luz, em 2015. A boa notícia é que as escolas interessadas, em geral, podem entrar em contato pelo site para agendar visitas do projeto. “Os gestores das escolas que desejarem marcar uma atividade podem entrar em contato, preenchendo os dados na aba ‘Na sua escola’, do site (http://www.sercientista.com.br/na-sua-escola). Nossa ideia é atender a mais escolas interessadas, estejam onde elas estiverem”, diz Andrea.

Quem quer ser cientista? Crianças da Escola Indígena Borari 
participam da atividade levada pelo IBqM/UFRJ à Amazônia 

Ensinando as crianças a solucionarem questões a partir do método científico e da experimentação, as oficinas abordam, de forma prática, os temas Alimentos, Animais, Células e Plantas. “A oficina Por dentro dos alimentos, por exemplo, é um convite a colocar a mão na massa e descobrir do que são compostos os mais diferentes alimentos. Por meio de experimentos, os participantes podem verificar o teor de carboidratos, lipídeos e proteínas, assim como detectar a presença de algumas vitaminas, em diversos tipos de alimentos”, relata Andrea. 

Já na oficina Das sementes aos frutos, os participantes realizam experimentos que permitem compreender diferentes processos biológicos que beneficiam tanto as próprias plantas como outros organismos. “Nesta oficina, as atividades vão se desenvolvendo a partir de perguntas do tipo: como a semente germina? Como o solo influencia no crescimento da planta? Como é feito um enxerto? Como acontece a polinização por meio das flores? Como se reproduzem as plantas sem fruto e sem flor?”, completa.

O projeto contou com o apoio da FAPERJ – por meio do edital Apoio à Produção de Material Didático para Atividades de Ensino e/ou Pesquisa –, do CNPq, do Instituto Tim, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).  Além de Andrea Da Poian, integram a equipe os professores do Polo Xerém da UFRJ Luisa A. Ketzer (bióloga), Silas Pessini Rodrigues (biólogo) e Carolina A. C. A. Braga (biomédica) – todos doutores em Química Biológica.

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