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Publicado em: 09/09/2004
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Estudo sobre tatu revela importância da Bacia de Itaboraí

A conclusão de um estudo de ossos do esqueleto de um tatu encontrados na Bacia de São José de Itaboraí, no Estado do Rio de Janeiro, em pesquisa conduzida pela pesquisadora Lílian Paglarelli Bergqvist, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), amplia o conhecimento da ciência sobre o único grupo de mamíferos nativo da América do Sul, os Xenarthra. O estudo chama a atenção para a importância de se garantir a preservação desse que é um dos mais importantes sítios paleontológicos do país. A pesquisa, que começou em 1998 e desde 2001 tem apoio da FAPERJ, mereceu destaque na prestigiosa revista Geodiversitas – uma das mais tradicionais e conceituadas revistas francesas na área de Paleontologia, publicada pelo Museu de História Natural de Paris.

A publicação do artigo sobre o assunto deve servir de alerta às autoridades responsáveis pela defesa do patrimônio paleontológico e cultural do país, já que a Bacia de Itaboraí – situada próxima ao município de Niterói – é a única a preservar fósseis dos primeiros mamíferos que surgiram após a extinção dos dinossauros. A FAPERJ, por meio de seu Instituto Virtual de Paleontologia (IVP), vem investindo recursos para o restabelecimento do Parque Paleontológico de Itaboraí, a fim de preservar os afloramentos remanescentes e conscientizar a população da região no sentido de contribuir para a proteção daquela área.  

O estudo teve, como co-autores, Érika Abrantes, estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Geologia/UFRJ, Leonardo Avilla, do Programa de Pós-Graduação em Zoologia/UFRJ. A investigação, feita a partir dos ossos do esqueleto do animal, permitiu reconhecer a existência de não somente uma mas de duas formas distintas de tatus na bacia fluminense. Os pesquisadores puderam ainda determinar como viviam esses mamíferos, que possuíam grandes habilidades cavadoras, e suas afinidades com formas norte-americanas. Os tatus estudados pertencem ao grupo dos Xenarthra – um dos três grupos viventes nos dias de hoje –  juntamente com as preguiças e os tamanduás.

Os fósseis encontrados na bacia de Itaboraí são o mais antigo registro deste grupo até hoje conhecido, referentes ao Paleoceno superior, há cerca de 60 milhões de anos. “Os fósseis que estudamos foram descobertos na década de 40, mas o primeiro estudo somente ocorreu em 1976, sobre placas da carapaça”, explica Bergqvist. “No final da década de 90 estes fósseis ganharam um novo nome – Riostegotherium yanei – por representarem uma forma distinta de tudo o que se conhece”, completa a pesquisadora, que desde 1991 tem apoio da Fundação no projeto de pesquisa intitulado Mamíferos fósseis brasileiros do K/T (Cretáceo - Terciário).

A Bacia de Itaboraí é o mais antigo registro continental brasileiro da fauna que sucedeu a extinção dos dinossauros. É a única bacia fossilífera no Estado do Rio de Janeiro onde paleofauna foi encontrada. Nas demais, de Resende e Macacú, somente fósseis vegetais foram descobertos. Desde a década de 1980 que a bacia se encontra inundada, impossibilitando novas coletas de material por pesquisadores. As centenas de fósseis coletados em período anterior ao alagamento, foram depositados em importantes instituições de ensino e pesquisa e ainda hoje revelam, freqüentemente, importantes episódios da história evolutiva dos mamíferos no Brasil e na América do Sul.

 

Clique aqui para baixar o artigo em francês ou inglês (arquivo PDF)


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