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Publicado em: 28/04/2016
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Aplicativo para celular oferece assistência remota em saúde para idosos

Débora Motta

SMAI: o app ajuda a monitorar a rotina
da saúde de idosos e dos seus cuidadores

Um aplicativo para monitoramento remoto da saúde de idosos, em situação de dependência, e dos seus respectivos cuidadores, que pode ser acessado 24 horas por dia, na tela do celular. Essa é a proposta do Sistema Móvel de Assistência ao Idoso (SMAI), que vem sendo testado por cuidadores de idosos que recebem acompanhamento do Núcleo de Atenção ao Idoso (NAI), na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O NAI é uma unidade docente-assistencial vinculada à Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI), um bem-sucedido projeto de extensão da Uerj. “O objetivo é avaliar se o uso desta tecnologia vai trazer melhor qualidade de vida ao paciente, diminuir o nível de estresse do cuidador e facilitar o trabalho da equipe médica. Temos observado que o sistema tem sido responsivo, facilitando muito o monitoramento dos pacientes e a interação médico-cuidador. Com isso, os cuidadores se sentem mais amparados e, em consequência, isso se reflete na sua rotina. No final do projeto, queremos avaliar se o número de reinternações e consultas médicas não programadas, ambulatoriais ou de emergência, diminuem”, disse o responsável pelo desenvolvimento do sistema, Alexandre Sztajnberg, que é coordenador do Laboratório de Ciência da Computação (LCC/Uerj).

O projeto, que começou a ser desenvolvido em 2014, foi contemplado pela FAPERJ no edital Apoio à Pesquisa Clínica em Hospitais Universitários Sediados no Estado do Rio de Janeiro. Duas equipes estão envolvidas: a do LCC e a do NAI. Na Uerj, o NAI, coordenado pela médica Luciana Motta, oferece um serviço de monitoramento em saúde contínuo para pacientes idosos com vários estágios de desordens neurocognitivas – Doença de Alzheimer e outros tipos de demência. Uma equipe de saúde multidisciplinar (com médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos) acompanha cerca de 250 pacientes e seus cuidadores. Atualmente, 30 idosos estão testando o sistema. “O serviço é gratuito e leva em conta as características do grupo de pacientes monitorados e seus cuidadores: o cuidador é geralmente um membro da família e está constantemente estressado; a família tem, em média, baixa renda; a maioria reside em bairros periféricos e necessita de transporte público para chegar à Uerj”, explicou Sztajnberg.

Os usuários – cuidadores, na maioria das vezes, ou os próprios pacientes – acessam o app (abreviatura de application, do inglês, ou "aplicativo", em português) para smartphones. Através desses aparelhos móveis, eles enviam e recebem informações e notificações da equipe de saúde. “O sistema oferece lembretes sobre uso de medicação e consultas agendadas; informações das medidas realizadas para acompanhar a pressão arterial e a glicemia; relatório diário com informações sobre o comportamento, a rotina alimentar, evacuação e micção do paciente; e relatório semanal sobre o próprio cuidador, incluindo perguntas sobre seu nível de estresse, recebimento de mensagens de suporte ao cuidador nas orientações de cuidado; e envio periódico da localização do paciente, usando uma combinação de possibilidades como o GPS e sistemas de localização baseados na rede”, descreveu o pesquisador, que também é coordenador do bacharelado em Ciência da Computação da universidade. 

Por outro lado, os médicos e profissionais da saúde têm acesso ao sistema através de um tablet, que facilita o monitoramento e a comunicação com o grupo de pacientes. “Entre as funções do aplicativo, neste caso, estão visualizar alarmes e informações atualizadas dos pacientes, em grupo; acompanhar detalhes de cada paciente, incluindo a sua localização atual e dos últimos dias, permitindo avaliar sua mobilidade; enviar o agendamento de consulta e lembrete de medicamentos, além de mensagens para usuários individuais ou grupos de pacientes; e visualizar os relatórios relacionados aos pacientes e o relatório do cuidador”, completou.

Alexandre Sztajnberg destaca que a proposta é oferecer uma ferramenta para ajudar os profissionais de saúde. “O sistema, em momento algum, substitui o trabalho do profissional de saúde. Queremos oferecer uma ferramenta de apoio aos profissionais de saúde e também saber se o trabalho da equipe médica melhora com esse sistema”, ressaltou. “Nosso cuidado foi desenvolver um sistema prático, simples e lúdico, com muitas imagens, poucos textos e características semelhantes aos jogos eletrônicos que não são destinados ao lazer, conhecidos como serious games, que tornam a navegação agradável”, ponderou.

A partir da esq., Alexandre Sztajnberg e os alunos programadores
Matheus Stutzel e Michel Fillipo, na Uerj 
(Fotos: Divulgação)  

O Sistema Móvel de Assistência ao Idoso já tem registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e sua ideia de concepção já foi patenteada. “No Brasil, você não pode patentear o software, você registra o sistema e patenteia a ideia”, contextualizou. A intenção é que ele chegue ao mercado depois dessa fase de aprimoramento. “Esse sistema pode ter desdobramentos e ser utilizado por outros públicos-alvos, no futuro, pela iniciativa privada”, concluiu.

Para a médica Luciana Motta, a experiência com o uso do sistema tem sido positiva. “O trabalho interdisciplinar da computação com a Medicina vem funcionando muito bem. A Tecnologia da Informação e Comunicação é uma realidade e abre inúmeras possibilidades de melhoria na interação entre os profissionais de saúde e entre estes e seus pacientes e cuidadores. No nosso caso, são doentes crônicos, com alta dependência e dificuldades de mobilidade, que precisam de orientações constantes”, disse Luciana.

“A tecnologia entra como um instrumento de facilitação muito importante e não substitui a consulta presencial, até porque pelo Conselho Federal de Medicina não se pode prescrever pela Internet. Mas ela aproxima os cuidadores com a equipe de saúde, já que podemos fazer perguntas e intervenções diárias no cuidado, sem precisar de consultas presenciais, uma vez que eles já são pacientes nossos e têm consultas presenciais regulares. O aplicativo supre o espaço entre uma consulta e outra, garantindo um vínculo dos cuidadores com a equipe de saúde, o que dá mais tranquilidade ao processo”, completou Luciana.

A equipe de computação – que desenvolve, mantém e monitora o sistema – é formada pelos estudantes de Ciência da Computação: Matheus Costa Stutzel, Michel Fillipo, Camila Gusmão, Victoria Velasco Tate, que são os programadores; e pelo bacharel em Ciência da Computação Wellington Rodrigo Freitas Costa, responsável pelo suporte técnico do projeto; além do líder do projeto, Alexandre Sztajnberg. Já a equipe de saúde tem entre seus integrantes, além da coordenadora do NAI, Luciana Motta, a professora Célia Pereira Caldas, vice-diretora da UnATI; o enfermeiro André Brittes, que coordena as ações relacionadas ao teste clínico; a assistente social Danielli Santos do Carmo; médicos residentes do programa de geriatria do NAI Nubia Durães, Isabela Fiad, Yussef Abrahim; e as residentes do programa de residência multiprofissional em saúde do idoso, a enfermeira Ana Beatriz da Silva de Oliveira e a nutricionista Carla Sabrine Gomes Rodrigues.

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