Aline Salgado
Modalidade paralímpica, o vôlei sentado ganhou destaque a partir dos Jogos de Atenas-2004 (Foto: Divulgação/EBC) |
Quem nunca sonhou em estar na pele de um atleta em uma importante competição, como as Olimpíadas? E se a partida for de basquete em cadeira de rodas ou de vôlei sentado? Foi pensando em promover um divertido e emocionante desafio para o público, com e sem deficiência física, que a equipe coordenada pelo professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e vice-diretor do Instituto de Computação da instituição, Esteban Walter Gonzalez Clua, vem desenvolvendo o projeto “Realidade Virtual e Esportes Paralímpicos”. Por meio de instalações interativas e do uso de um capacete, simulador de realidade virtual, será possível vivenciar toda a tensão de uma partida e aprender a lidar com as dificuldades de um atleta paralímpico.
O projeto já tem até lugar para ser exposto, um museu em Niterói. No entanto, a equipe do professor da UFF precisa ainda de recursos adicionais para finalizar o protótipo, dando, assim, condições de levá-lo a público. “Todo mundo sabe o que é jogar basquete, mas quase ninguém sabe o que é o basquete paralímpico. Promover essa vivência que a superação pela prática do esporte envolve é algo tão interessante quanto inovador”, afirma Esteban Clua. Ele conta que a intenção era a de expor o trabalho em agosto, no clima das Olimpíadas do Rio.
De acordo com o pesquisador, um aporte de R$ 80 mil a R$ 100 mil seria suficiente para viabilizar a construção do protótipo. “O projeto hoje vem sendo desenvolvido em âmbito acadêmico, o que não é suficiente para termos um produto final. Falta interesse da indústria e auxílio financeiro para transformar o projeto acadêmico em produto final”, ressalta Clua.
Registro da viagem dos pesquisadores da UFF para o RUN de 2014, na China. (Foto: Arquivo Pessoal/Clua) |
A ideia de um simulador de realidade virtual voltado aos esportes paralímpicos conquistou pesquisadores do mundo todo na China. Com apoio do Auxílio ao Desenvolvimento e à Inovação Tecnológica (ADT1) da FAPERJ, um time de pesquisadores da UFF, formado pelo professor Clua e mais dois docentes da instituição – Elianne Ivo e Antonio Amancio – além de quatro alunos da universidade, três de cinema e audiovisual e um de computação – Abraão Caldas, Ana Magioli, Felipe Souza, Leonardo de Luca –, viajou, em 2014, para a cidade Li-Jiang, no centro-oeste da China. Eles participaram de um encontro promovido pelo Réseau international universitaire de création numérique (RUN) ou Rede Internacional Universitária de Criação Digital.
Consórcio de universidades de todo o mundo, o RUN visa fomentar projetos conjuntos e todo o ano organiza encontro em um dos países membros, como China, França, Tunísia e Brasil, entre outros. A principal atividade do evento é uma competição de 24 horas entre os estudantes, que envolve habilidades e competências em tecnologia e arte. Uma ocasião propícia à troca de experiências, de atualização tecnológica, de compartilhamento cultural, de conferências focais e, finalmente, da execução de um produto em grupo, congregando diferentes escolas para expor seus métodos e processos criativos.
“Na tentativa de mapear possíveis projetos em conjunto, surgiu a ideia de que universidades de diversos países colaborassem com o projeto de realidade virtual e esportes paralímpicos. Evidentemente, as universidades gostaram da proposta e se animaram bastante com a possibilidade do projeto. Chegamos, inclusive, a fazer diversas reuniões por videoconferência sobre a possível colaboração”, conta Clua. “O que precisamos agora é apenas do arremate final”, diz o pesquisador, que está em busca de patrocinadores para o projeto.
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